sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O Emergir do Delírio no Pro Tour

É isso mesmo, já se passou uma semana do Pro Tour Lua Arcana, um PT um tanto quanto incomum devido a zona horária de Sidney, cidade sede, 13 horas a frente de Brasília e entre 14 e até 17 horas a frente da costa oeste dos EUA. Graças a isso, ao invés do tradicional sexta-sábado-domingo tivemos a cobertura na quinta-sexta-sábado com a parte de construído começando já na nossa madrugada, o que dificultou bastante a audiência.

De qualquer forma Companhia Agrupada com seu deck Bant Company era novamente o deck a ser batido nesse PT. Muitos temiam até mesmo que ele se fixasse no topo do formato de forma definitiva e irremediável, caso tivesse muitos resultados favoráveis, mas, felizmente, ele foi batido, e como foi batido.

Analisando o Metagame do dia 1 temos em torno de 19% dos decks sendo Bant Company, um número pequeno em comparação a outros decks pré-PT dominantes de formatos anteriores e uma porcentagem que está bem longe do que muitos previram, temiam ou esperavam, ainda que seja respeitável. Em seguida tivemos os decks GB Delirium, com 12,3% do campo, e WB Control, com 7%, decks que despontaram nas duas semanas que precederam o evento e eram presença esperada devido aos resultados que conseguiram.

Destes decks o único que se deu bem foi mesmo o GB Delirium, que atingiu a taxa de conversão de 86,5% e representou 17,3% do campo no dia 2, um salto muito significante. O WB Control deixou a desejar em aspectos de Metagame e converteu somente 61,9% de seus jogadores para o dia 2, mantendo seus 7% no campo. Já o Bant Company foi o verdadeiro fracasso. Converteu apenas 53,4% de seus jogadores (era esperada uma taxa de no mínimo 80%) e representou 16,75% do Metagame no dia 2, que ainda é bastante, mas abaixo do que se esperava.

O corte para o Top 8 também nos revelou muitos decks para ficar de olho. Dos três que citamos acima tivemos um GB Delirium, nas mãos de Samuel Pardee, dois Bant Companies, pilotados por LSV e Yuta Takahashi, e um WB Control, com Lukas Blohon. Os outros dois decks que chegaram à elite do torneio foram também as grandes sensações: RG Ramp, um grande vencedor com a maior taxa de conversão entre todos, 87,5%, pilotado por Ken Yukuhiro e Reid Duke; e Temur Emerge, que usou e abusou da mecânica mais especulada de Lua Arcana e foi pilotado por Owen Turtenwald e Andrew Brown.

As torcidas se concentraram principalmente em torno de LSV e Owen Turtenwald, nomes bem conhecidos, que acabaram no mesmo lado da chave e se enfrentaram nas semi-finais, com vitória de Owen. Este, aliás, foi um grande torneio para o jogador que, além da campanha incrível, foi celebrado no Hall da Fama do Pro Tour na classe de 2016.

A final foi um confronto entre Owen e Lukas Blohon, Temur Emerge contra um WB control, ambos os decks incrivelmente bem pilotados. Dessa vez a felicidade foi de Lukas que venceu o combate por 3-0 e levou o caneco e a premiação para casa.

Lukas Blohon foi o campeão
Quanto aos destaques temos duas mecânicas que brilharam, uma é uma nova potência e a outra não é tão recente, mas tem agora potencial de brilhar para valer. Emergir mostrou que vem para ficar cravando duas vagas no Top 8 e o vice campeonato. Delírio também chegou com forças renovadas, com um lugar no Top 8 e várias de suas cartas entre as mais jogadas do torneio. Entre esses decks o destaque final caberia a várias cartas, desde o Demônio das Profundezas Ancião até Atravessar Unwenwald, mas seria injustiça com a grande mãe, Emrakul, o Fim Prometido. Presente nas duas listas, e algumas outras mais, sempre que chegou ao campo ela mostrou porque deve ser respeitada.

Os perdedores nesse Pro Tour mal foram vistos. Poucos decks de Humanos estiveram no campeonato e o GW Tokens obteve péssimos resultados com conversão de pífios 42% e nenhum jogador com campanha superior a seis vitórias. Parece que é o fim, ou muito perto, para Gideon e seus amigos nesse Standard.

E isso foi o que ocorreu no Pro Tour Lua Arcana. O que achou do evento? Você assistiu mesmo com a diferença de fuso? Qual seu palpite para o Standard daqui para frente? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

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