sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Chegue Batendo

É hoje o lançamento oficial de Kaladesh, logo, inauguramos de vez esse novo Standard. Estamos na Semana 1! Escolher decks para a semana 1 é sempre uma decisão complicada, ainda mais com sets de rotação, caso de Kaladesh. Você deveria jogar com decks conhecidos do último formato ou uma construção nova? Qual arquétipo estará melhor posicionado no futuro Metagame? Devo me preocupar mais com early, mid ou late-game? Todas essas são questões que podem, e devem, vir à mente nessa hora.

Uma saída simples para tomar essa decisão é partir para o básico e pegar uma construção agressiva. É básico porque é a forma mais comum de derrotar o oponente - arremessando suas criaturas nele sem parar até que a vida chegue a zero - e é simples porque o Standard vem favorecendo muito as criaturas, de forma que não é nada difícil achar algum valor nos novos sets. Agora, temos que lembrar que Companhia Coletiva se foi, de modo que o combate se altera totalmente. Não se trata mais de obliterar o oponente com criaturas saindo de surpresa e antes que ele possa fazer algo a respeito. O novo Metagame deve tender à construção de um campo de batalha, com a pressão sendo aplicada continuamente para, então, a finalização. Mas, vamos logo à algumas das algumas cartas de Kaladesh que podem te jogar na frente quando o assunto é beatdown.

Ferramenteiro Exemplar



Kaladesh fez um ótimo trabalho em nos trazer cartas que gritam "ARTEFATOS IMPORTAM!!!" e o Ferramenteiro é um excelente exemplo disso. Ele é um drop-1 agressivo por vocação que chega aos status de 3/2 no combate se você controla apenas um artefato, o que se espera que seja quase uma regra, já que, além de um set voltado para esse exato tipo de carta, temos as Pistas de Innistrad, que continuam sendo relevantes. Então temos nele um ataque de poder 3 consistentemente no turno 2, o que não é de se desprezar. Como um adicional, a partir do momento que se controla três artefatos ele recebe Iniciativa, se tornando mais difícil ainda de se tirar do campo. E, como se não bastasse essas vantagens vale a lembrança de que, mesmo quando o Ferramenteiro encontra uma barreira grande demais para transpor, ele pode simplesmente Tripular um veículo e você vai ter investido apenas 1 de mana num valor de Tripular igual a 3, que consegue animar criaturas realmente muito grandes com poder 5 ou 6. Resumindo, não despreze o Anão.

Avernal de Lathnu


Um 4/4 ímpeto que bate duas vezes antes de ser sacrificado por 3 de mana, não é nada mal mesmo. Agora, se analisarmos um pouco o que essa carta pode enfrentar nesse Standard vemos que pouca coisa vai fazer oposição ao Avernal. Os drop-2 e 3 do formato não são empecilho para um 4/4, mesmo um Rastreador Incansável pode encontrar alguma dificuldade, e Mago Refletor nesse caso não é realmente uma grande saída. Ele é muito bom em aplicar pressão no campo e colocar jogadores e Planeswalkers com o pé atrás e múltiplos dele podem fechar o jogo sem muito auxílio, às vezes. De fato, o mais irritante seria que ele fosse "chump bloqueado" duas vezes e depois sacrificado, mas não é como se não pudéssemos conseguir energia de outros lugares, como Raio Domesticado.

Brigão Voltaico


Essa pode  não ser uma daquelas cartas que chamam a atenção de todos e que garante sozinha um arquétipo inteiro, mas é inegável seu valor. É muito difícil, muito difícil mesmo, conseguir uma criatura RG (dois de mana, não as cores) com três de poder, e só por isso o Brigão já é, para mim, muito jogável em Limitadoe digno do Construído, mas ele não para por aí. Também utilizando a mecânica de Energia, mas dessa vez sem o sacrifício requerido pelo Avernal, ele se torna um atacante 4/3 com Atropelar. Já sabemos que 4 de poder é o suficiente para causar estrago e o Atropelar faz toda a diferença, pois impossibilita o "chump block". Além disso, lembramos que Energia pode ser obtida em outras cartas. Então, temos uma criatura que seguramente bate duas vezes 4/3 Atropelar e depois continua no campo, batendo ou tripulando, por um investimento de dois de mana e raridade incomum. Eu me surpreendi quando essa carta foi revelada e espero vê-la em decks por aí.

Cóptero do Contrabandista



Sobre Tripular, e para finalizar, está aí mais um ótimo exemplo do uso dessa habilidade com o Cóptero do Contrabandista, uma carta que está entre as mais poderosas do set, sem exagero. Para começar ele é um veículo 3/3 com evasão por 2 de mana e Tripular 1, o que significa que você pode virar qualquer criatura que esteja de bobeira, como um Inspetor de Thraben um Tóptero ou um Rebento Eldrazi (sim, eles ainda existem). Daí, a partir do momento que ele começa a atacar, você começa a ganhar. Simples assim. Isto porque a cada vez que o Cóptero ataca OU bloqueia, você vai poder "lootar", ou seja, comprar uma carta e descartar uma carta. E isso significa ganhar o jogo? Claro que sim. O fato de que você vai poder filtrar sua mão com uma vantagem de cartas absurda, promovendo seu plano de jogo, seja ele qual for, e ainda dar dano de combate é um peso gigante no seu lado da balança.

E também vamos nos lembrar que ele pode sair ileso de remoções para criaturas, já que nem sempre ele mesmo é uma. Que com Sempre Vigilante em campo ele se torna uma máquina de comprar cartas e dar dano, podendo atacar e bloquear livremente, algo que vai intimidar os ataques do oponente. Que ele cabe muito bem no Burn como uma válvula para a Loucura de Temperamento Explosivo, por exemplo. A consistência de vantagem de cartas de dano ao oponente por um custo muito baixo tanto para conjurar quanto para Tripular. É muito poder para ignorar.

Com apenas essas quatro cartinhas um estrago imenso pode ser feito no melhor estilo Aggro e eu estaria ansioso para esmagar a face do meu oponente com elas. Na dúvida, bater é sempre uma opção viável.

E esses são alguns dos meus destaques Aggro de Kaladesh. Quais são os seus? Faltou alguma carta para você? Alguma das que citei é um completo barco furado? É semana 1, o que espera do Standard? Sinta-se livre para usar a nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Obras Primas e Preços

Quem joga o formato Standard, ou acompanha o blog, deve saber este é um formato que ficou muito caro de um tempo pra cá, com decks com uma média de preço U$300 ou ainda mais, como foi no Standard de Batalha por Zendikar (Jace e fetches, se lembram?). E todos concordamos que essa é uma quantia muito grande de dinheiro para um jogador que está começando no Magic investir, ainda mais se pensarmos no Standard como um formato que rotaciona a cada seis meses. É péssimo tanto para os jogadores quanto para a Wizards, como você deve imaginar. Nas palavras do próprio Mark Roosewater: 

"O Standard é o formato Construído mais jogado. Ele foi desenvolvido como ponto de entrada para jogadores que desejam jogar Construído. Por uma pesquisa de mercado e mídia social, aprendemos que muitos dos jogadores interessados em jogar Standard sentiam que de alguma forma estava fora de seu alcance. Tínhamos que achar um meio de consertar isso."

Ou seja, o Standard deve ser um formato de fácil acesso aos jogadores (leia-se barato), já que é a porta de entrada do Construído. Desta forma algo teria que ser feito para abaixar o preço do Standard, uma solução tinha que surgir. Essa solução já nos foi apresentada e recebe o nome de Masterpiece Series.


 Obras primas, de fato.

Uma das notícias mais interessantes envolvendo o lançamento de Kaladesh foi o fato de que as Expedições que conhecemos em Zendikar estariam presentes em todos os blocos daqui para frente sob o esse novo nome, Masterpiece Series. Todos os sets terão essa seleção de reprints ultra-raros e foils, que devem aparecer numa proporção de 1 a cada 4 booster boxes. Mas como isso afeta o preço do Standard?

Bem, as Masterpieces simplesmente destroem o preço das outras cartas da coleção. É difícil prever o preço individual que cada carta pode atingir, mas os preços das boxes acabam caindo sempre para o mesmo patamar, entre U$55 e U$75. E, considerando que as Masterpieces são reprints de cartas boas e de alto valor que veem jogo no Modern e nos formatos Eternos, é fácil prever para onde a maioria desses U$75 vão.

De fato, as Masterpieces sempre tenderão a valer muito dinheiro, seja por sua raridade, foil especial, ou pela qualidade em jogo dos reprints. Isso significa que imediatamente o resto do set (leia-se o que você precisa para jogar Standard) vai tender a um preço não tão alto assim. Se as Masterpieces são caras demais, logo o resto do set não pode ser. Então, enquanto ninguém precisar de nenhuma Super-Mítica-Rara-Especial-Foil, ou de um playset delas, imagine, para montar seu deck, os preços do Standard tenderão a se manter razoáveis.

Agora, duas preocupações podem surgir quando pensamos acerca dessa solução que foi tomada. A primeira diz respeito ao preço das cartas que eu já possuo e as cartas que vou comprar, e devo dizer que quanto a esse aspecto pode se despreocupar. Enquanto é verdade que as Invenções de Kaladesh diminuem o preço das outras cartas do set, elas em nada alteram o preço das cartas de, por exemplo, Sombras de Innistrad. O objetivo das Masterpieces é abaixar o preço do formato aplicando uma diminuição set por set. Quanto às cartas reprintadas, a raridade das Masterpieces é alta demais para realmente abaixar o preço de cartas como Frasco do Éter. Sobre as cartas que você comprará daqui para frente, sim, por suposto elas devem valer menos, mas perceba que você também deve pagar menos por elas, o que te deve permitir comprar mais cartas ou gastar esse dinheiro de qualquer outra forma.

A segunda questão é um pouco mais complicada e abrange os drafteiros, jogadores de Limitado, por aí. As Masterpieces não alteram em nada o preço dos produtos selados, têm impacto somente no mercado secundário, de forma que quem joga Draft sairia prejudicado por estar pagando o mesmo tanto que antes e recebendo cartas que valem menos. Esse ponto é uma verdade e é difícil de contornar.  O lance aqui é se lembrar que o Valor Esperado sempre cai para o mesmo patamar nos sets, só que agora será dividido de uma forma diferente, com as Masterpieces sendo responsáveis pela maior parte do valor. Então, já que as Masterpieces são a nova norma, você só teria que continuar draftando até encontrar uma, que, então, recuperaria todo o valor que você "perdeu" nos outros drafts. Os jogadores que mais perderiam aqui são aqueles que não jogam Draft com frequência e também não jogam Standard, e,  mesmo assim, eles só teriam de lidar com a alta variância de abrir ou não uma Masterpiece em seus drafts.

Para resumir, enquanto adicionar uma raridade aos boosters de Magic pode não ser a melhor coisa do mundo, as Masterpieces são uma maneira bem elegante de a Wizards abaixar o preço de seu formato de entrada. É uma saída boa para os negócios e boa para a maioria dos jogadores. Vamos aguardar os resultados para saber se será boa para o Magic em si.

E você, o que achou de ter Masterpieces em todo set? Há algum ponto negativo ou positivo que você acha que ficou faltando aqui? Está empolgado para abrir uma dessas no seu pré-release? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O que Fica e o que Vai - Kaladesh

Estamos a uma semana do pré-lançamento de Kaladesh, há uma explosão de spoilers sendo divulgados todos os dias com Mecanotitãs, reencontros familiares, planinautas de volta à cena e Invenções. Mas Kaladesh é um set de rotação, sua entrada significa que dois sets deixarão o Standard e muitos já comemoram, ou lamentam, esse fato. Então já que Dragões de Tarkir e Magic Origens estão deixando a cena, o que vai com eles?
Não começaremos com o mais óbvio dessa vez, embora essas não sejam exatamente difíceis de pensar. Os Baby-walkers, Kid-walkers, Flip-walkers, Planinautas de Origens estão indo embora e, dos cinco, a única que não teve seu momento nos holofotes foi Chandra, aparecendo bem de leve nos sideboards de algumas construções Mono Red. O Prodígio de Vryn teve seus altos e baixos enquanto esteve legal com ápice de poder, e de preço, no Jeskai Black, dali foi a melhor carta do formato algumas vezes, perdeu espaço, mas continuou sendo uma ótima carta; Liliana apareceu muito bem no PTBFZ nas listas GB Sacrifício; Kytheon, que começou como o patinho feio do ciclo, acabou achando seu lar em algumas listas de Humanos quando SOI chegou; e Nissa viu jogo em uma variedade incrível de listas Jund e Bant, inclusive no atual melhor deck do formato.

Dromoka's Command [DTK] Collected Company [DTK]
 
As duas cartas que mais foram alvo de reclamações nesse último Standard também estão indo embora. O Comando de Dromoka praticamente impossibilitou que os encantamentos fossem realmente expressivos nesse período e complicou imensamente as fases de batalha, já que apenas dois terrenos desvirados poderiam guardar uma carta que dava espaço para fortalecer um bloqueador e ainda matar uma criatura através da mecânica de lutar.

A carta achou seu verdadeiro lar no Standard de SOI com o GW Tokens, o melhor desse formato, com vitórias consistentes e ótimos resultados, muito disso graças à versatilidade dada pelo Comando. O deck, aliás, perde muito na rotação. Sem o Caminhante Aeródromo, Proteger os Ermos e o Comando extingue-se toda a identidade atual do deck. Logicamente o arquétipo de tokens não vai morrer, mesmo porque a nova mecânica Fabricar é uma boa adição, mas o GW Tokens como conhecemos está oficialmente morto e enterrado (mesmo que já estivesse desaparecido desde o PTEMN).

Já a Companhia Agrupada foi um terror. É uma mágica instantânea que te permite colocar em campo duas criaturas de custo de mana acumulado de até 6. Isso mesmo, 6 de mana, duas criaturas, no turno do oponente. A carta foi tão opressiva, distorceu tanto o formato, que criou um arquétipo exclusivo para ela e, se você iria jogar com criaturas e queria imprimir bons resultados, provavelmente 4 cópias dessa belezura estariam na sua lista.

A carta se firmou mesmo no topo com o lançamento de Lua Arcana, que permitiu ao deck acessar Espírito Altruísta e Supressor de Mágicas, que se juntaram ao Advogado Silvestre e ao Mago Refletor, de Juramento e se tornaram praticamente imbatíveis. O dekc foi um consenso entre jogadores, fossem profissionais ou não.

Outro ciclo importante que vai embora é o ciclo de Painlands inimigas de Origens. Não dá pra dizer que a construção de decks de cores inimigas vai ficar mais difícil, já que em Kaladesh teremos Fastlands inimigas, no entanto, a construção de decks incolores e incolores/coloridos vai sofrer. De fato, com as Painlands o uso e inclusão de cartas como os Eldrazis de Juramento das Sentinelas foi imensamente facilitado, já que não era necessário ter terrenos verdadeiramente incolores. Então, com a saída desse ciclo quem faz uso das cartas incolores terá de procurar outras fontes, provavelmente mais dispendiosas, para obter seus recursos.

Demonic Pact [ORI]
Também se vai na rotação o deck com o combo mais fofo e arcano de todo o Standard. Oferta Inofensiva + Pacto Demoníaco. Com o Pacto deixando o formato, ficamos sem o que oferecer ao oponente, a não ser que surja algo ainda em Kaladesh ou Revolução de Éter.

Isso tudo vai embora, mas o que ainda temos? Bom, temos todos os arquétipos do bloco de Sombras em Innistrad, que são muitos, muito bons e devem disputar entre si para ver qual será o melhor deck da Semana 1.

A disputa deve ficar entre Delírio, particularmente a construção G/B, que, mesmo que não tenha aparecido no mundial, fez um bom PT e tem interações muito fortes; o Burn, que foi impulsionado pelo Termoalquimista, faz um ótimo uso de Visões Febris, e está indo para um plano onde Chandra é a protagonista; Emergir, em particular os da combinação Temur, que vêm numa crescente, presente em campeonatos importantes, com uma fatia boa do Metagame, e resultados respeitáveis; e Emrakul, a grande mãe sempre deve ser temida e pode vir tanto num ramp mais tradicional quanto num Turbo e se aproveita muito bem do Delírio e de Emergir. Todos esses decks comemoram a rotação da Companhia, já que perdem um oponente bastante difícil de derrotar.

E que cartas se fortalecem com a rotação? Uma resposta óbvia está nos encantamentos, que não têm mais de temer o Comando, especialmente Sempre Vigilante, que disputava espaço nos decks de Humano. Além desse temos Visões Febris, Rito do Criptólito e Campo de Quarentena, que poderão ser usados mais livremente. Para além dos encantamentos, o Rompe-mundos ganha novos alvos para sua ira Eldrazi, os artefatos, que estão presentes em abundância em Kaladesh, então deve ver mais jogo, essa é uma das minhas apostas.

E esses são alguns pensamentos sobre a rotação que se aproxima. Que carta você está comemorando por ir embora? E quais irão fazer falta? Qual deck sai na frente para a Semana 1? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O Mundial de Magic: the Gathering 2016

Semana passada tivemos um enorme evento do calendário do Magic the Gathering competitivo, o Campeonato Mundial. Os melhores 24 jogadores do mundo competindo entre diversos formatos pelo prêmio, o título de Campeão do Mundo e essa taça:

Vamos começar pelas informações básicas. Como já disse, o campeonato é formado por apenas 24 jogadores de todo o mundo de forma invitacional, a premiação total do evento chega aos $250.000, sendo que $70.000 são para o campeão. Neste ano o evento durou 4 dias passando pelos formatos Booster Draft de SOI-EMN, com 3 rodadas no primeiro e 3 no segundo dia, Standard, 4 rodadas no primeiro dia, semifinais e finais, e Modern, 4 rodadas no terceiro dia, quando acontece o corte para o Top 4, com semifinais e finais no último e quarto dia.

Então, primeiro dia, decklists registradas, tudo pronto para os primeiras rodadas de Construído e temos um Metagame assim:

Aqui uma clara inversão do que aconteceu no PT. O Bant Company, que saiu de lá com um gosto amargo na boca, continuou imprimindo ótimos resultados e vem mantendo a posição de "melhor deck do formato", fato confirmado por 7 dos 24 melhores jogadores do mundo. Embora não tenha feito um recorde combinado impressionante, apenas 43%, ocupou metade do Top 4.

Já o Bant Humans, que mal foi encontrado no PT, tem o segundo lugar em Metagame, o que pode ter sido uma surpresa. De fato, todo o grupo de testes BBD, composto por ele, Brad Nelson, Martin Müller e Larsson, acabou por escolher este deck que "foi muito bem nos testes" e, embora tenha um embate duro contra o Bant Company pode vencer. No entanto, as rodadas de Standard não foram muito bem para eles, a não ser Brian Bran-Duin, que foi ao Top 4 com record de Standard 4-0, e o deck acabou com um recorde de apenas 40%.

O deck Standard que fecha o Top 4 é o quarto em Metagame, Turbo Emrakul, um deck com nome auto-explicativo. Ele foi levado por Oliver Tiu com recorde pessoal de 2-1-1, e foi melhor no recorde combinado, com 64% de vitórias.

No dia três tivemos o segundo formato construído, Modern, com o Metagame desta maneira:

Com a exclusão do mar de Abzan, um terço dos decks, temos um Metagame muito mais diverso aqui do que no formato anterior. Temos aí decks que já são bem conhecidos no competitivo, como o Affinity, Infect e Jund, e decks mais novos ou menos expressivos, como Dredge, Thing Ascencion e, acreditem ou não, um BW Tokens.

Dentre os 8 jogadores de Abzan, dois conseguiram se classificar ao Top 4, coincidentemente os mesmos dois jogadores que se classificaram com o Bant Company, e o deck fechou com um recorde geral de 45%. Os outros decks representados nas semifinais foram Bant Eldrazi, recorde pessoal de BBD de 3-0-1 e combinado de 71%, e TitanShift, recorde geral de 88%, se classificando com um recorde pessoal de 4-0 de Oliver Tiu.

Assim o corte para o Top 4 foi feito e tivemos o Mestre dos Grand Prixes, Brian Bran-Duin, o Mestre do Construído, Oliver Tiu, o Mestre do Draft, Márcio Carvalho, e o jogador com mais Pro Points da região Ásia-Pacifico, Shota Yasooka, se enfrentando pelo título. Um Top 4 de nível altíssimo e que acabou por representar o Magic em sua totalidade.

Nas semifinais tivemos o confronto BBD contra Yasooka, Bant Humans contra Bant Company, e o primeiro levou a melhor, 3-0. Do outro lado, Carvalho enfrentou Tiu numa partida de Bant Company contra Turbo Emrakul, Mestre do Draft contra Mestre do Construído, e levou a melhor na especialidade do adversário com 3-1.

A final, então, foi entre Brian Bran-Duin e Márcio Carvalho, uma partida entre Bant Company e Bant Humans. Para ambos este era o ápice da carreira. Carvalho, jogador português, teve altos e baixos desde que entrou para o competitivo 16 anos atrás. BBD conseguiu sua vaga no campeonato na última semana possível, perseguindo o título de Mestre dos Grand Prixes.

Carvalho tinha uma tarefa muito difícil, bater um jogador que estava invicto com seu deck e numa partida complicada, um embate entre Companies,  e começou bem, ganhando o primeiro jogo. No entanto, BBD manteve a calma e jogou o seu melhor, ganhando os próximos dois jogos, o terceiro durando 67 minutos, e reverteu o placar. Assim também foi o retrato da quarta e última partida, Carvalho começou na frente, dominando o campo de batalha, mas BBD reagiu e alcançou um espaço de equilíbrio. O jogo virou quando BBD desceu sua Tamiyo, Carvalho ainda tentou uma reação, baixou a vida de BBD para 4 e estourou três pistas em busca da Arrogância Trágica que o colocaria de volta no jogo, mas, como foi incapaz de achá-la, estendeu a mão e deu parabéns a BBD pelo título.

 






Brian Bran-Duin sagrou-se Campeão do Mundo
E assim finalizaram-se as competições do Mundial, com Brian Bran-Duin no topo. O que você achou desse evento? O que espera da próxima temporada? E quanto a todos os anúncios feitos na PAX? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Pauper em Conspiração

Hoje está fazendo uma semana do dia de lançamento de mais uma coleção para Magic: the Gathering, mas dessa vez uma coleção suplementar, fora da rotação do Standard, focada no jogo multiplayer e no draft, e não qualquer draft, especificamente o Conspiracy Draft. Conspiracy: Take the Crown chega adicionando centenas de cartas para o jogo, como a Rainha Marchesa, o novo Daretti e a nova planinauta, Kaya, mas não é sobre essas cartas o artigo de hoje. O lançamento também levantou algumas discussões que agitaram a comunidade de jogadores, como preço dos produtos, assim como em todo lançamento, e os reprints do tipo de Inquisição de Kozilek, Berserk e Visões do Soro, com alguns até chamando o set de Conspiracy: Eternal Masters 2, no entanto este artigo também não é sobre esses tópicos.

A coleção tem 221 cartas, que foram feitas no intuito de serem jogadas no Limitado, e, é claro, a maioria delas é comum. No entanto, há sim formatos Construídos em que essas cartas são legais: o Legacy e o Vintage, são formatos Eternos afinal, e o Commander.  Há um formato, porém, que ficou de fora dessa lista e seria um dos que receberia um impacto considerável com as cartas presentes em Conspiracy. Um formato para se jogar justamente com as cartas comuns. Este formato é o Pauper. E o motivo pelo qual os sets Conspiracy não são legais em Pauper é simples e fácil de compreender: eles não são lançados na plataforma MTGO. E o que isso tem a ver? Bom, o fato é que o Pauper, embora seja jogado também em papel, é um formato sancionado apenas na plataforma online.