sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Copa do Mundo de Magic 2016

73 países competindo pelo título, mas apenas um pode ser sagrado o Campeão da Copa do Mundo de Magic: the Gathering 2016, levando para casa a premiação de U$48.000 e a exposição que apenas eventos desse porte podem fornecer. Isso foi o que aconteceu semana passada no Magic.

Esse com certeza é o campeonato mais difícil de assistir e entender, mas também é um dos mais divertidos. Para começar é uma competição por equipes, normalmente formadas por 4 jogadores, o jogador com mais Pro Points na temporada 2015-2016 mais os vencedores dos três qualificatórios para a Copa do Mundo de cada país. O Brasil foi representado por Paulo Victor Damo da Rosa, classificado pelos Pro Points, Patrick Fernandes, Alex Rodrigues e Thiago Saporito, classificados pelos torneios classificatórios.
Paulo Vitor Damo da Rosa
A Equipe Brazil

Outro ponto que pode gerar uma pequena confusão é o formato principal do evento: Modern Unificado por Equipes. Obviamente, o formato usa o acervo do Modern e, com exceção dos terrenos básicos, decks da mesma equipe não podem usar uma mesma carta. Embora as equipes tenham por padrão 4 jogadores, apenas 3 se enfrentam na mesa, o quarto fica com a função de técnico e pode se comunicar com seus parceiros durante as partidas (a posição de cada jogador é definida antes de cada etapa e não pode ser mudada durante os jogos). Por fim, as equipes se enfrentam num 3x3 e a equipe que vencer mais partidas vence o duelo.

Mesmo com o Modern sendo o principal formato a nova coleção tem que ser mostrada e é assim que a competição começa na Fase 1 do Dia 1 com três rodadas de Selado por Equipes de Kaladesh. Cada equipe tinha a sua diposição 12 boosters de Kaladesh para construir os 3 decks que usariam, mas isso foi tudo o que se viu da coleção no fim de semana.

A Fase 2 do Dia 1 nos trazia o que queríamos ver realmente, Modern jogado nas mesas. O Metagame da competição trouxe o Infect na ponta com 36 jogadores (16,5% dos jogadores). O único outro deck a ficar acima dos 10% foi a sensação mais recente do Modern, o Dredge, com 14,2% (31 jogadores). Seguindo para fechar os cinco decks mais jogados tivemos Affinity  com 8,7% (19 jogadores), Abzan, 7,8% (17 jogadores), e RG Valakut, 7,3% (16 jogadores). As equipes se enfrentaram em 4 rodadas, sendo que apenas as 48 melhores se classificavam para o Dia 2. O Brasil se despediu da competição nesta mesma fase.

O Dia 2 começa com a Fase 1, que tinha duas etapas. Na primeira, rodada 1, as Top 16 equipes do Dia 1 tem bye e as restantes se enfrentam em chaves de eliminação-única (perdeu está fora). Na segunda fase, rodadas 2 a 4, as sobreviventes mais o Top 16 disputavam em eliminação-dupla (perdeu duas está fora) e finalmente estavam prontas para a Fase 2, de 3 rodadas. Na Fase 2 as equipes foram separadas em grupos de 4 equipes e também disputaram as vagas no Top 8 da competição por um sistema de eliminação-dupla.

Antes de chegar ao Top 8 vamos dar uma olhada no Metagame das Top 16 equipes do torneio. Havia infinitas configurações de decks para cada equipe escolher, mas a maioria caiu num mesmo padrão que foi o seguinte: o primeiro era um deck com Nexo de Mosco-tintas (sim, esse é o nome da Inkmoth em PT-BR), que seria Affinity ou Infect; o segundo um deck com Solo Pisoteado ou Raio, como o Naya Burn ou o Dredge é; e o terceiro, mais variável, acabava caindo com Bant Eldrazi ou Abzan. Mas qual a melhor configuração? As mais populares foram Infect/Dredge/Abzan e Infect/Dredge/Lantern Control, sendo que a versão com Lantern Control teve recorde de 44% de vitórias e a com Abzan 57%. E esse é exatamente o gancho que precisamos para voltar ao Top 8.

O Top 8 Copa do Mundo de Magic: the Gathering 2016 foi finalmente conhecido ao final do Dia 2, parabéns merecidos às equipes que conseguiram a classificação e foram recompensadas com o convite para disputarem o PT Revolução de Éter! A configuração ficou, em ordem de classificação, com  to Bélgica, Finlândia, Grécia, Austrália, Itália, Ucrânia, Belarus, e Panamá.

A Grécia estava usando aquela configuração que falamos antes, Infect/Dredge/Abzan, e mostrou que, pelo menos no domingo, aquela era sim a melhor configuração do formato, ganhando de 2-0 de suas adversárias Ucrânia e Belarus em seu caminho para a final. O mesmo fez a Bélgica contra Panamá e Itália usando a configuração Infect/Naya Burn/Goryo's Vengeance. Na final as duas equipes se enfrentaram e os gregos se saíram melhor, sagrando-se Campeõs da Copa do Mundo por um placar de 2-0.
A vitória, as taças e as premiações acabaram nas mãos dos gregos!

E isso totaliza a Copa do Mundo de Magic 2016, com a Grécia, que sempre foi uma grande equipe nas Copas do Mundo, na posição mais alta. O que você achou do evento? Do Modern Unificado por Equipes? Da Equipe Brasil, que finalizou a competição e 52°? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Não mais Thiago Metralha, agora Thiago Santos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Outros Valores em Commander 2016

O spoiler completo de Commander 2016, a nossa próxima coleção de Commander, que dessa vez contará com comandantes de 4 cores, já está disponível e estamos há uma semana apenas do lançamento. Embora seja conhecida por seus muitos reprints, alguns já de praxe como o Anel Solar (pela primeira vez sendo lançado em português), outros mais notáveis, como o Lodo Necrófago, nos interessamos mesmo é por novidade e a coleção traz muitas novas cartas para o acervo Eterno, sendo válidas no Commander, Legacy ou Vintage.

Numa primeira olhada uma mecânica que me chamou atenção imediatamente foi Inabalável. No early game, quando se tem menos mana disponível e todo mundo ainda está vivo, ela custa menos para ser conjurada e normalmente tem um grande impacto no jogo. No late game ela custa mais para ser conjurada, mas é esperado que você já tenha pilhas de terrenos, não sendo isso um grande problema, e mantém seu valor, já que provavelmente você estará lidando com ameaças muito maiores neste estágio. Essa variação no custo ao longo do jogo foi muito bem desenvolvida e pode até mudar sua forma de jogar, mantendo todo mundo vivo pelo máximo de tempo, por exemplo.

Além disso, a mecânica em si é um passo e uma conquista grande e muito bem recebida para o Desenvolvimento e Design. É uma forma perfeita de introduzir cartas que são fortes e expressivas no multiplayer sem criar problemas em níveis de poder para o Legacy, Vintage, etc. As cartas com Inabalável são praticamente injogáveis no Construído, mas será que precisamos de outra destruição global nestes formatos? Se for só para destruir, não realmente, já estamos bem servidos.
Cataclismo CosteiroExalação Sublime

Há outros exemplos de cartas que se comportam dessa maneira (muito ruins no Construído, mas boas no multiplayer) na coleção. Uma outra que eu destaco é Entretenimento Cruel. Controlar o turno do oponente é  algo muito legal, mas a confusão de fazer dois oponentes controlarem um ao outro é irresistível. Além disso, no 1x1 você acabaria dando seu turno para o oponente, o que não é exatamente ideal.
Entretenimento Cruel

Mas continuar falando de cartas que são boas no Commander é muito óbvio numa coleção de Commander, então vamos ver o que há de bom para quem joga os formatos Eternos. Bom, o nível de poder destes formatos é imenso, afinal o acervo contém quase tudo já lançado, de forma que impactar o formato, até um deck, não é exatamente fácil. No entanto há sim algumas cartas que podem valer pelo menos uma observação.

O Legacy é um formato lotado de equipamentos valiosos e todos conhecem os Místicos Litoforjadores  que estão aí para se aproveitar disso. Além dessa óbvia utilização, há muitos outros decks que colocam equipamentos em suas listas, como faz o próprio Eldrazi Aggro, que emprega o Jitte de Umezawa. Então, já que equipamentos são tão legais o que você poderia fazer melhor do que roubálos do oponente em velocidade instantânea? É exatamente isso que Garras da Phyresis te propõe a fazer. Roubar cartas no Magic sempre foi um modo de ganhar tempo e vantagem em cartas e não é diferente quando o alvo é um equipamento. Esse efeito pode tanto salvar sua vida de um ataque letal como ganhar o jogo para você (num ataque letal seu). Obviamente você não deve colocá-la no seu maindeck, mas, ao enfrentar um Metagame recheado de equipamentos, ocupar com ela alguns espaços de seu sideboard pode fazer a diferença.
Garras da PhyresisMangual do Conquistador

No entanto, há um equipamento que, no mínimo, acaba com o perigo de ser roubado no seu turno e este é o Mangual do Conquistador. Além de fortalecer a criatura equipada ele vai te proteger de um imenso número de ameaças que vão desde as Garras, passando pelas remoções, pelas anulações e chegando a combos instantâneos. O impacto de não deixar o oponente jogar no seu turno é muito óbvio e a carta obtém valor máximo em decks multicoloridos e com criaturas híbridas, como o Xamã do Ritual Mortífero. Imaginar um 4C Stoneforge figurando o Mangual não é um absurdo.

Finalizando, uma nova carta da coleção que continua um dos meus ciclos favoritos em todo o Magic é o Magus da Vontade. Esse Magus vem com o efeito da Determinação de Yawgmoth, que é banida no Legacy e restrita no Vintage, e, no total, custa o dobro de mana e fica atrasado em um turno. Mesmo assim o efeito é bom demais para simplesmente desprezar, além do fato de que ser uma criatura pode ser na verdade uma vantagem para o Magus, que pode ser tutorado desta forma. Adicionalmente, uma combinação com Cova Rasa e mana abundante, o que não é difícil de obter, nos dá a tranquilidade de não nos preocuparnos se o Magus morrer. De fato, esta pode ser uma grande adição para os decks que jogam com o cemitério.
Magus da VontadeDeterminação de Yawgmoth

E esses são os destaques que eu dou às cartas novas de Commander 2016 que, além de cumprirem seu papel no Commander, têm valores outros para o jogo. Nenhuma palavra sobre os comandantes Parceiros? Nenhuma. 

O que você achou dessa nova coleção? Vai comprar algum dos decks? Qual o melhor dos novos comandantes? E o melhor reprint? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha