sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O que há nesse Banimento

Já se passou quase duas semanas do anúncio oficial da última atualização da lista de banimento dos formatos sancionados pela Wizards. Lista esta que determinou que Floração Estival e Gêmea Estilhaçadora não são mais legais em torneios sancionados de Modern assim como Nuvem de Fadas não pode mais ser usada nos torneios de Pauper do MTGO.


Com tanto tempo muito já se foi dito em alguns casos, sendo opinião comum, compartilhada por mim, que o banimento de Floração Estival foi justo, visto que o deck Amulet Bloom quebrava o formato, permitindo vitórias consistentes no turno 3 e, às vezes, turno 2, sem nenhuma ou pouca interação com o oponente e que só não era mais usado devido à alta perícia exigida para ser pilotado.

Também foi muito divulgado o ódio ao banimento da Gêmea Estilhaçadora, que também, aos olhos de muitos, significou um banimento aos decks Twin, visto que a alternativa, Kiki-Jiki, o Estilhaçador de Espelhos, seria um retrocesso enorme ao deck, fazendo-o deixar de ser jogado.

O deck formava um dos pilares do Modern, sendo o deck mais jogado e um dos que, apesar de seu combo, mais favorecia o Controle, arquétipo sem uma representação bem estabelecida no formato, a despeito das tentativas. Havia alguns que até o comparavam com o Brainstorm no Legacy, algo extremamente forte, mas inerente ao formato.

Muitos ouviram que a causa deste banimento foi o Pro Tour Juramento dos Sentinelas, de uma forma específica, e dos PTs de Modern obrigatórios nas temporadas, de forma geral, que obriga a Wizards a agitar o metagame para que o interesse dos jogadores seja mantido. Foi assim com Birthing Pod, foi assim com Gêmea Estilhaçadora, vamos ver quem será o próximo.

Entretanto, poucos realmente buscaram entender o mal que o Twin trazia ao formato.

O Twin começou a se estabelecer no Modern mais ou menos desde sua criação e se tornou um deck muito popular. A popularidade foi tanta que o deck começou a moldar o formato em volta de si. Os decks que surgiam tinham sempre que ter em mente “Isso vence o Twin?”, e caso a resposta fosse negativa o deck deixava de valer a pena. 

E quando um deck começa a moldar um formato algo de bom não está acontecendo. Para a confirmação, um tanto quanto exagerada, trago novamente o deck Caw Blade, responsável por um Standard tão quebrado que suas cartas nem tiveram chance no Modern.

Era necessário que se investisse muitos espaços no Main Deck e também do Sideboard pensando no Twin somente para que seu deck tivesse uma chance, em detrimento de sua própria estratégia. E isso fere a diversidade do formato.

Além disso o Combo Twin virou uma adição quase obrigatória a decks que continham UR em suas cores. Se o seu deck estava com um percentual de vitórias baixos, bastava trocar 10 de suas cartas pelo pacote completo Combo Twin, e seu sucesso era quase garantido. Além disso você não mais precisaria se preocupar muito no seu Sideboard contra Twin, os outros que teriam que se preocupar com você. Isso não soa maravilhoso? Assim, o número de usuários de Grixis Twin, Jeskai Twin, Temur Twin e do clássico UR Twin explodiu, prejudicando a diversidade do formato.

Além disso ainda tinha o fator que a vitória muitas vezes surgia do nada. Mesmo com o controle da partida, com seu campo muito bem expandido e estabelecido, o campo do oponente praticamente vazio, inofensivo, sua vida nas alturas e o oponente quase morto, ainda havia a chance dele comprar o combo e te derrotar no turno seguinte. Alguns jogadores, sentindo que não podiam competir com o Twin de forma “justa”, optava por decks “injustos”, como o próprio Amulet Bloom, o que prejudicava, em menor escala, a diversidade, e de forma mais ampla, a saúde do formato.

Por todos estes motivos o banimento do Twin não é um absurdo e, embora possa realmente ter um motivo comercial, este não é o único. Imagino que esse banimento seja favorável ao formato.

E depois de tudo isso, nada se disse até agora sobre o banimento de Nuvem de Fadas.

Isso pode se dar pelo motivo de as razões publicadas pela da Wizards estarem muito bem explicadas e serem de fácil entendimento. É notável que das dez cartas mais jogadas do Pauper, 9 sejam azuis e a outra seja o Raio. Nuvem de Fadas realmente era uma carta muito forte que, acompanhada de sua cor, desequilibrava o formato. Foi um bom banimento, mas muitos não dão a mínima.
A resistência no Pauper
E você? Alguma experiência notável com banimentos? Como acha que o formato vai se adaptar? Alguma crítica ou observação? Deixe nos comentários!

Thiago Metralha

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Símbolo Ermo

Hoje é o dia de lançamento da mais nova coleção de Magic: The Gathering, Juramento das Sentinelas, então, um bom tópico para se abordar é a “maior mudança do Magic nos últimos anos”. Vamos falar um pouco sobre o novo símbolo que representa o mana incolor.


A história começou em meados de novembro do ano passado, quando foi revelada, nos fóruns, e depois nos sites especializados em spoilers de MTG, a nova versão do titã Eldrazi Kozilek, Kozilek, a Grande Distorção, juntamente com duas lands, Ermo e Poço-Espelho. Até aí tudo bem, a temporada de spoilers acabava de se iniciar, nada de mais. No entanto o que estas cartas tinham em comum, além do fato de serem do novo set, era um símbolo estranho, que estava presente no custo de mana de Kozilek e era gerado por essas duas novas lands, um símbolo que tomou os comentários da página como <>.


Não demorou nada até surgirem algumas teorias mirabolantes, e outras bem críveis, sobre este novo símbolo, que envolviam desde uma nova cor, roxo ou marrom, o que você preferir, o terreno de Barry e até um possível novo formato sancionado sendo forjado diante de nossos olhos.

A confusão, que deveria acabar, na verdade ganhou um novo capítulo na Copa do Mundo de Magic, com o anúncio oficial destas cartas e a explicação de que o símbolo “nada mais era” do que uma nova representação dada ao mana incolor. Tudo era para ser o mais simples possível: não é uma nova cor, representará de agora em diante o mana incolor e a versão oráculo de umas 312 cartas vai ser editada para conter o novo símbolo. Tudo certo?

Bem, a verdade é que até agora muitos falharam em entender essa mudança, e outros tantos falharam em explicá-la. Houve a ascensão do termo “genérica” como um antônimo para “incolor”, muito desentendimento e eu, é claro, não vou ficar fora dessa.

Para começo, acho que o termo “mana genérica” mais atrapalha do que ajuda. Não existe mana genérica. Não se produz mana genérica. O que há é mana de qualquer tipo. E em tipo incluem-se azul, mana de Ilhas, verde, mana de Florestas, branco, mana de Planícies, vermelho, mana de Montanhas, preto, mana de Pântanos, e incoloragora, mana de Ermo. Então, não há o tipo “genérico”, na verdade, “genérico” deveria indicar justamente a ausência de tipo, mas não deu muito certo.

Outro ponto é que Phyrexiano não é um tipo de mana. Seria mais um super-tipo ou coisa parecida. Há mana phyrexiana preta, branca, vermelha. Talvez surja eventualmente, em outro bloco de retorno ou sei lá, mana phyrexiana incolor. Entretanto não há mana só phyrexiana, então, tente não comparar.

O grande problema com esta mudança provavelmente está em como alguns jogadores, eu me arriscaria dizer a maioria, aprenderam a jogar. Eles se acostumaram a tratar os números nos círculos como mana incolor. Eles veem o custo (1)(U) e pensam: esta carta custa um mana incolor e um azul, então eu vou precisar virar uma Montanha (ou qualquer outro terreno) para pagar o incolor e uma Ilha pelo azul. E isso fazia todo sentido, embora o vermelho, produzido pela Montanha, seja diferente de incolor.

No entanto, agora, eles foram forçados a pensar de outra maneira, já que, se <> é incolor, então (1) não pode mais ser. Têm de entender que o <> gerado nas lands pode pagar tanto pelo <>, quanto pelos números nos círculos nos custos de mana, assim como o que acontece com as cores. E isso pode ser confuso, e têm sido, mas não é a coisa mais confusa no Magic.

Pode ser um pouco estranho que a maioria das cartas que não possuem custo específico são incolores, mesmo sem requirirem mana incolor em seu custo? Claro. Que o Enviado Entreguilda seja de todas as cores, mas não exija nenhuma? Bacana. Que o Carniceiro da Prole seja incolor, mesmo requirindo duas cores? Fácil. Podemos lidar com isso.


Você tem todo o direito de se irritar com o novo símbolo ou não gostar dessas mudanças. É justo. Mas por enquanto eu diria que tá tranquilo, tá favorável.

Então, alguma experiência marcante com o novo símbolo? O que achou da mudança? Alguma outra dúvida ou comentário? Nos deixe saber!

Thiago Metralha