Desde seu início em 1996 já tivemos muitos Pro Tours, mais de uma centena deles, que premiaram variados formatos, entre Construído e Limitado, e variadas localidades, passando por todos os continentes do globo, com o mais alto nível de Magic: the Gathering. No entanto, posso dizer sem medo de me arriscar que o Pro Tour mais importante da história foi disputado em Mineápolis, EUA, no último fim de semana.
O Pro Tour de 25º Aniversário, como o nome já diz, é o ápice da celebração dos 25 anos de Magic: the Gathering levado ao cenário competitivo do jogo e tentou oferecer o que o jogo tinha de melhor tanto em nível de jogo quanto em entretenimento para fazer deste evento o mais especial possível, começando com o formato escolhido, Construído de Trios.
No Construído de Trios equipes de três jogadores batalham em três formatos diferentes, sendo que a equipe com mais jogos ganhos vence o embate. Para o PT25A os formatos escolhidos foram Standard, um pilar do Magic competitivo e o formato que mais aparece em PTs no modelo atual, Modern, formato entre os favoritos dos jogadores e que voltou recentemente aos Pro Tours, e Legacy, formato que representa toda a história do jogo, no qual todas as coleções, exceto as de borda cinza, são legais e que também é bem querido pelos jogadores. O que faz o formato ainda mais especial é que esta é apenas a segunda vez que um Pro Tour usa um formato Construído de Equipes (a outra vez foi em 2006 em Charleston no formato Bloco Construído Unificado de Ravnica por Equipes) e a primeira vez em muito tempo que o Legacy volta ao circuito dos Pro Tours.
No Construído de Trios equipes de três jogadores batalham em três formatos diferentes, sendo que a equipe com mais jogos ganhos vence o embate. Para o PT25A os formatos escolhidos foram Standard, um pilar do Magic competitivo e o formato que mais aparece em PTs no modelo atual, Modern, formato entre os favoritos dos jogadores e que voltou recentemente aos Pro Tours, e Legacy, formato que representa toda a história do jogo, no qual todas as coleções, exceto as de borda cinza, são legais e que também é bem querido pelos jogadores. O que faz o formato ainda mais especial é que esta é apenas a segunda vez que um Pro Tour usa um formato Construído de Equipes (a outra vez foi em 2006 em Charleston no formato Bloco Construído Unificado de Ravnica por Equipes) e a primeira vez em muito tempo que o Legacy volta ao circuito dos Pro Tours.
A escolha desse formato foi um grande acerto que permitiu várias das grandes qualidades do evento. Primeiramente, eventos de equipe são muito bem recebidos pelos jogadores profissionais, já que tiram o peso de um jogo específico no desempenho geral dos competidores. Além disso, eles permitem uma dinâmica única entre os jogadores, que podem, e devem, se apoiar em muitos momentos de decisão. Eventos de equipe também são ótimos para os espectadores, que podem ver e aprender mais sobre os profissionais lidando com essa dinâmica de equipes enquanto ainda acompanham as outras características inerentes ao jogo competitivo, e nos dá maiores opções em termos de jogos, já que a equipe de cobertura pode focar na partida mais interessante entre três. Finalmente o formato eliminou as comuns três rodadas de Limitado no começo dos dois primeiros dias, que são notavelmente menos interessantes para os espectadores.
Eventos de equipe também tem um impacto característico no Metagame do torneio. Enquanto é verdade que a escolha do deck é influenciada pelo que cada jogador espera do formato, o fato de que seus oponentes são determinados por seu desempenho em equipe tem bastante peso. A cada novo embate você não tem nenhuma certeza de quantos jogos o oponente ganhou, e isso direciona os jogadores aos decks já estabelecidos e que eles já dominam. Dessa forma não se esperava grandes mudanças nos Metagames de Standard, Modern e Legacy que vimos em outros eventos, o que garantiu uma atenção maior a qualquer surpresa.
O Metagame
No Standard, impulsionado pelo formato de equipes e pelo atual modelo dos Pro Tours, que dão mais tempo entre o lançamento das coleções e o evento, se esperava, e se confirmou, um Metagame menos propenso à inovação, com uma grande parcela de Rx Aggro, com Goblin Lança-Correntes, especialmente a versão Rakdos, que se estabeleceu como a melhor desde o Pro Tour Dominária, e também de Mono-G Stompy, chefiado por Campeão da Lâmina de Aço e Elfos de Llanowar.
A grande questão era qual o impacto de M19 nesse cenário. Alguns apontavam que o dragão ancião Nicol Bolas, o Devastador estava pronto para colocar suas garras em bons resultados no Standard, provavelmente através do Grixis Midrange. No entanto, houve outros dois decks ganharam mais atenção nas semanas que antecederam o PT. O primeiro deles, Mono-U Storm, abusa da sinergia de artefatos baratos para acabar com o oponente com um tiro do Reservatório do Fluxo de Éter ou um exército de tópteros criados por Sai, Topterista Mestre. O outro figurava a mais nova mágica de turno extra, Nexo do Destino, que, auxiliada principalmente por Teferi, Herói de Dominária e Busca por Azcanta, ambicionava tomar quantos turnos seguidos fossem necessário para finalizar o oponente. Cercado pela polêmica das promocionais de Buy-a-Box (que você pode entender aqui), o deck apareceu no PT25A através do arquétipo Turbo Fog, numa contra medida aos decks Aggro que dominavam o formato.
Embora o estado do Modern atualmente seja conhecido, o formato têm sofrido constantes mudanças com o lançamento de cada coleção. Apesar disso o Metagame esperado para o Pro Tour era bastante estável e confiável, começando com deck Humanos, que desde Ixalan vem se firmando como um pilar do formato. Representando o aggro "honesto" num mar de decks com interações "desleais" o deck conta com as sinergias tribais, que receberam um novo impulso em Corneteiro da Milícia, para avançar seu campo de batalha ao mesmo tempo em que desacelera o oponente, com cartas como Pirata de Aeroveleiro, Thalia, Guardiã de Thraben e Mago Interferidor. Num outro pilar do formato, representando os decks combo, estava o incrivelmente resiliente Ironworks Combo, popularizado por Matt Nass, que em três GPs com o deck obteve 3º lugar como pior classificação, além de ganhar os dois outros. Passando por várias etapas muito complicadas o deck fundamentalmente abusa da interação entre Arrastador de Sucata e artefatos sacrificados por Fundição do Clã-de-Krark para vencer. Acompanhando esses decks está o Tron, que permanece popular, sempre com uma fatia do campo, e os jogadores já se acostumaram a temer um Karn Liberto no Turno 3.
Duas dúvidas ainda sobravam no Modern. A primeira era qual seria o deck de cemitério escolhido. e duas opções apareceram muito bem emparelhadas e bastante expressivas. O Hollow One, que se aproveita de muitas cartas de descarte, como Pilhagem Infiel e Inquisição Ardente, para conjurar Ocos a custo muito baixo ou deixar Adeptos da Espada Flamejante muito poderosos, era o favorito para deixar sua marca, pois já está estabelecido como uma estratégia viável, mas, enquanto ele realmente fez isso, trilhando seu caminho até a final, o deck BridgeVine chamou muita atenção por tornar a estratégia de usar criaturas de custo zero, Caminhante Aeródromo e Balista Ambulante, para ter uma rápida Trepadeira Vingativa ou tokens de Ponte das Profundezas em campo, vista antes como um canhão de vidro em um deck muito consistente.
A questão final foi se o Controle acharia seu caminho no Pro Tour e, para a surpresa de alguns, a resposta foi afirmativa. Embora o Modern seja um formato muito aberto e difícil de se responder o UW Control achou em cartas como Campo da Ruína, Busca por Azcanta e Teferi, Herói de Dominária, aliadas a efeitos de cólera, Terminus, contra-mágicas, Nó Lógico, e o confiável, Caminho para o Exílio, seu caminho para se solidificar como o melhor arquétipo de controle, suplantando as versões Jeskai.
Duas dúvidas ainda sobravam no Modern. A primeira era qual seria o deck de cemitério escolhido. e duas opções apareceram muito bem emparelhadas e bastante expressivas. O Hollow One, que se aproveita de muitas cartas de descarte, como Pilhagem Infiel e Inquisição Ardente, para conjurar Ocos a custo muito baixo ou deixar Adeptos da Espada Flamejante muito poderosos, era o favorito para deixar sua marca, pois já está estabelecido como uma estratégia viável, mas, enquanto ele realmente fez isso, trilhando seu caminho até a final, o deck BridgeVine chamou muita atenção por tornar a estratégia de usar criaturas de custo zero, Caminhante Aeródromo e Balista Ambulante, para ter uma rápida Trepadeira Vingativa ou tokens de Ponte das Profundezas em campo, vista antes como um canhão de vidro em um deck muito consistente.
A questão final foi se o Controle acharia seu caminho no Pro Tour e, para a surpresa de alguns, a resposta foi afirmativa. Embora o Modern seja um formato muito aberto e difícil de se responder o UW Control achou em cartas como Campo da Ruína, Busca por Azcanta e Teferi, Herói de Dominária, aliadas a efeitos de cólera, Terminus, contra-mágicas, Nó Lógico, e o confiável, Caminho para o Exílio, seu caminho para se solidificar como o melhor arquétipo de controle, suplantando as versões Jeskai.
O Legacy era, por incrível que pareça, o formato onde mais surpresas podiam aparecer, após receber uma chacoalhada com o banimento de duas das cartas mais poderosas, Xamã do Ritual Mortfífero e Sonda Gitaxiana. Esses banimentos truxeram de volta à tona o deck Temur Delver, que havia sumido sob a influência do Xamã. Também aparece em destaque o deck UB Shadow, estratégia popular no Modern que conseguiu fazer sua transição para Legacy ao inovar com o uso de cartas como Reanimar e Liquidar, que, além de cumprirem seus papéis resolvendo seus efeitos, ajudam a fortalecer uma possível Sombra da Morte. Fora isso, decks como Miracles, Grixis Control e Death and Taxes ocuparam posições altas no Metagame, como já se esperava.
Como campeonato o Pro Tour de 25º Aniversário também valia muito, pois definia o campo para o próximo grande evento do Magic competitivo, o Mundial de Magic, a acontecer em setembro em Las Vegas. Cinco dos 24 lugares já estavam ocupados pelos campeões dos outros PTs da temporada, Seth Manfield, Luis Salvatto, Wyatt Darby, o Mestre do Contruído, Matt Severa, e o Mestre do Limitado, Elias Watsfeldt, e, além desses, quatro vagas vão para os Campeões Regionais. O caminho garantido para Vegas era estar na equipe campeã do Pro Tour, mas um desempenho expressivo, como chegar ao Top 4, podia significar disputar o título de melhor jogador do mundo, então os jogadores competiriam de acordo.
Além disso o evento definiria os finalistas do Pro Tour Team Series, o campeonato de equipes do Pro Tour, e todos os integrantes das oito equipes melhores classificadas foram convidados para disputar as duas vagas para a final.
Entre as equipes disputando o Pro Tour Team Series estava a equipe Channel Fireball, que tinha entre seus membros cinco jogadores do Hall da Fama do Pro Tour, então muito se esperava dela. Um dos trios da equipe se formou entre Luis Scott-Vargas, Paulo Vitor Damo Da Rosa, Mike Sigrist, com muitos fãs, mas que não correspondeu às espectativas, finalizando o primeiro dia com apenas 3 vitórias e depois de uma boa recuperação no segundo dia o trio terminando o torneio com 9 vitórias. A outra equipe, com tríplice Hall da Fama, foi formada por Martin Jůza, Ben Stark e Josh Utter-Leyton e essa sim deu tudo o que podia no torneio, sendo a única equipe invicta no Dia 1 e finalizando com 11 vitórias e uma vaga no Top 4.
Outra equipe no páreo para a final Pro Tour Team Series do foi a equipe Hareruya Latin, com três brasileiros e que enfrentou a descrença de muitos por ser uma equipe essencialmente latina e que ocupava a 2ª posição no começo do evento. A equipe, no entanto, devolveu essa descrença com jogos em alto nível em ambos os trios. A equipe de Lucas Esper Berthoud, Luis Salvatto e Sebastian Pozzo terminou o Dia 1 com 5 vitórias e fechou o torneio com 31 pontos no 6º lugar. A equipe de Márcio Carvalho, Carlos Romão e Thiago Saporito teve resultados ainda melhores, terminando o Dia 1 com apenas um derrota e se classificando para o Top 4 com 11 vitórias.
Correndo por fora desta disputa e tentando ficar por cima de várias equipes com grandes estrelas como as descritas acima estavam duas equipes. A equipe Allen Wu, Ben Hull e Gregory Orange era nova no formato profissional, sendo que o mais experiente deles, Orange, só começou a ter sucesso na cena competitiva em 2015. Apesar disso eles se classificaram para o Top 4 com uma boa campanha de 34 pontos. A equipe restante para fechar o Top 4 é a equipe belga formada por Christophe Gregoir, Branco Neirynck e Thomas Van Der Paelt, que não teve um Dia 1 dos mais inspirados, com apenas 4 vitórias, mas que compensou com um esforço invicto no Dia 2 da competição.
A primeira semi-final foi entre essas duas últimas equipes e começamos com Standard, Orange contra Van Der Paelt, UW Control contra Dádiva do Faraó-Deus. Orange conseguiu manter o controle da partida, se beneficiando do jogo longo, e respondendo apropriadamente a cada tentativa de Van Der Paelt de colocar o artefato em campo. Numa tentativa final, Van Der Paelt tentou usar Regato Ipnu para encerrar o jogo, e quando não teve sucesso, concedeu a partida. Enquanto isso no Modern Hull, Hollow One, caía para o Humanos de Neirynck e, no Legacy, Wu, Death and Taxes, suplantava o Eldrazi Stompy de Gregoir, deixando a decisão para o Standard. Para a sorte de Wu e Hull, Orange sabia muito bem os pontos altos e baixos da partida, fechando a semifinal num impecável 3-0 no Standard.
A outra semifinal se deu entre Hareruya Latin e Channel Fireball. No primeiro jogo ficamos entre Carvalho, Death and Taxes, e Utter-Leyton, UB Shadow, que começou o jogo pressionando, mas foi respondido com criaturas saindo de um Frasco do Éter. No fim algumas Asas da Inexistência deram jeito numa Sombra da Morte e, armadas com a Espada de Fogo e Gelo deram o jogo para Carvalho. O jogo dois seguiu o mesmo padrão, mas nele Carvalho não conseguiu respostas, cedendo o empate para Utter-Leyton. Enquanto isso Thiago Saporito, Humanos, também empatava com Ben Stark, Ironworks Combo. A situação, no entanto, não ia bem para Romão, que enfentava Jůza num mirror de RB Aggro e perdia por 2-0. Ele conseguiu uma recuperação no jogo 3, colocando mais ameaças do que o oponente podia responder e se dando ao luxo de ignorar uma Chandra, Chama da Rebeldia do lado oposto da mesa. Porém a situação novamente se inverteu no jogo 4 e Jůza colocou a equipe Channel Fireball um jogo na frente.
Voltando ao Legacy, Utter-Leyton colocou Carvalho sob Pavor da Noite, e a estratégia de Carvalho para sair por cima foi a monarquia, mas quando ele não conseguiu mantê-la Utter-Leyton finalizou o jogo. No próximo jogo o mesmo ocorreu, mas Carvalho conseguiu segurar a monarquia e obteve o máximo de valor que podia com ela, levando a disputa para o jogo 5. Enquanto isso, no Modern, Saporito sacramentava sua recuperação vencendo o combo de Stark por 3-1, o que significava que a decisão ficou para o Legacy. Continuando a tônica dos últimos dois jogos a monarquia foi determinante no jogo final. Utter-Leyton começou aplicando pressão com uma Aberração Insetídea transformada naturalmente. Quando Carvalho usou seu Palace Jailer para se livrar de um Pescador Grumag, Utter-Leyton continuou colocando ameaças para pegar a monarquia e também a vaga para a final.
Então chegamos finalmente à final do Pro Tour de 25º Aniversário e Orange e Hull mostraram logo que estavam sérios pegando suas vitórias nos embates de UW Control contra o RB Aggro de Jůza e Hollow One contra o Ironworks Combo de Stark, porém Wu não teve a mesma sorte enfrentando uma Sombra da Morte 9/9 e um Pescador Grumag que Utter-Leyton mandou para buscar a vitória, enquanto Jůza e Stark logo reagiam empatando seus jogos. Orange não se deixou abalar e ganhou mais uma partida após levar Teferi ao seu ultimate, e deixar o oponente sem permanetes no campo. No Legacy Utter-Leyton queria fechar logo o embate contra Wu, então colocou em campo uma tripla de Pavores da Noite, as quais Wu não tinha resposta, ficando apenas com uma ameaça, um Crânio-Marreta, que voltou para a mão de Wu após lidar com um Pescador Grumag. Quando Wu tentou recolocá-lo em campo para voltar ao ataque Utter-Leyton respondeu com três Pasmar consecutivos, e, sem mais oposição, sacramentou a vantagem de 2-0. No jogo 3 Wu finalmente conseguiu executar seu plano de jogo e garantir sua primeira vitória, enquanto seus companheiros garantiam vantagens de 2-1.
Isso nos levou ao jogo 4 de Orange contra Jůza e Orange mostrou maestria em seu controle, respondendo devidamente cada ameaça apresentada por Jůza e finalizando o primeiro jogo do embate entre as equipes. Passamos então para o jogo 4 entre Hull e Stark e, se Hull saísse vitorioso ganharia o título para sua equipe. Ambos os jogadores começaram fortes o jogo, Stark com aceleração de mana e Hull com poder em campo de batalha, mas Stark lidou com essa pressão rapidamente e continuou sua busca pelo combo. Sem desanimar Hull continuou seuguindo seu plano de jogo até que ele mesmo finalmente encontrasse sua resposta ao combo de Stark, uma Linha de Força do Vácuo no turno 4. Sob enorme pressão Stark precisava de uma resposta imediata para Linha de Força ou uma maneira de sobreviver aos ataques de Hull até que ela chegasse, e foi exatamente isso que ele comprou em Sai, Topterista Mestre, que podia criar tópteros para defender e também comprar cartas. Hull continou pressionando como podia até comprar um Rancor Antigo, que limpou o caminho para Hull gravar seu nome e de seus companheiros Wu e Orange na história do Magic como campeões do Pro Tour de 25º Aniversário.
E isso colocou fim às competições do PT25A. Com o incrível resultado que obtiveram com certeza veremos Wu, Hull e Orange em setembro no Mundial de Magic, e também as equipes Hareruya Latin e Ultimate Guard, disputando a final do Pro Tour Team Series. De uma forma geral esse foi um Pro Tour que com certeza ficará marcado na história do jogo, não somente como a comemoração do aniversário do jogo, mas como um exemplo do quão grande o Magic é. Com bastantes elogios de jogadores e espectadores a todos os aspectos, com destaque para a qualidade da organização e transmissão, esse Pro Tour foi uma marca do quão prazeroso é participar dessa comunidade seja competindo em alto nível, seja assistindo as competições.
Assim finalizamos nossa cobertura do torneio principal do Pro Tour de 25º Aniversário. O que você achou do evento? Gostou de ver o Legacy em ação na câmera? Você gosta de eventos em equipe? Quais suas apostas para o Mundial de Magic? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Você também pode nos alcançar na página, email (artesaosdomagic@gmail.com) ou twitter (@artesaosdomagic). Obrigado pela leitura.
Thiago Santos
O Campeonato
Além disso o evento definiria os finalistas do Pro Tour Team Series, o campeonato de equipes do Pro Tour, e todos os integrantes das oito equipes melhores classificadas foram convidados para disputar as duas vagas para a final.
Entre as equipes disputando o Pro Tour Team Series estava a equipe Channel Fireball, que tinha entre seus membros cinco jogadores do Hall da Fama do Pro Tour, então muito se esperava dela. Um dos trios da equipe se formou entre Luis Scott-Vargas, Paulo Vitor Damo Da Rosa, Mike Sigrist, com muitos fãs, mas que não correspondeu às espectativas, finalizando o primeiro dia com apenas 3 vitórias e depois de uma boa recuperação no segundo dia o trio terminando o torneio com 9 vitórias. A outra equipe, com tríplice Hall da Fama, foi formada por Martin Jůza, Ben Stark e Josh Utter-Leyton e essa sim deu tudo o que podia no torneio, sendo a única equipe invicta no Dia 1 e finalizando com 11 vitórias e uma vaga no Top 4.
Outra equipe no páreo para a final Pro Tour Team Series do foi a equipe Hareruya Latin, com três brasileiros e que enfrentou a descrença de muitos por ser uma equipe essencialmente latina e que ocupava a 2ª posição no começo do evento. A equipe, no entanto, devolveu essa descrença com jogos em alto nível em ambos os trios. A equipe de Lucas Esper Berthoud, Luis Salvatto e Sebastian Pozzo terminou o Dia 1 com 5 vitórias e fechou o torneio com 31 pontos no 6º lugar. A equipe de Márcio Carvalho, Carlos Romão e Thiago Saporito teve resultados ainda melhores, terminando o Dia 1 com apenas um derrota e se classificando para o Top 4 com 11 vitórias.
Correndo por fora desta disputa e tentando ficar por cima de várias equipes com grandes estrelas como as descritas acima estavam duas equipes. A equipe Allen Wu, Ben Hull e Gregory Orange era nova no formato profissional, sendo que o mais experiente deles, Orange, só começou a ter sucesso na cena competitiva em 2015. Apesar disso eles se classificaram para o Top 4 com uma boa campanha de 34 pontos. A equipe restante para fechar o Top 4 é a equipe belga formada por Christophe Gregoir, Branco Neirynck e Thomas Van Der Paelt, que não teve um Dia 1 dos mais inspirados, com apenas 4 vitórias, mas que compensou com um esforço invicto no Dia 2 da competição.
As quatro equipes classificadas para o mata-mata do Pro Tour |
A primeira semi-final foi entre essas duas últimas equipes e começamos com Standard, Orange contra Van Der Paelt, UW Control contra Dádiva do Faraó-Deus. Orange conseguiu manter o controle da partida, se beneficiando do jogo longo, e respondendo apropriadamente a cada tentativa de Van Der Paelt de colocar o artefato em campo. Numa tentativa final, Van Der Paelt tentou usar Regato Ipnu para encerrar o jogo, e quando não teve sucesso, concedeu a partida. Enquanto isso no Modern Hull, Hollow One, caía para o Humanos de Neirynck e, no Legacy, Wu, Death and Taxes, suplantava o Eldrazi Stompy de Gregoir, deixando a decisão para o Standard. Para a sorte de Wu e Hull, Orange sabia muito bem os pontos altos e baixos da partida, fechando a semifinal num impecável 3-0 no Standard.
A outra semifinal se deu entre Hareruya Latin e Channel Fireball. No primeiro jogo ficamos entre Carvalho, Death and Taxes, e Utter-Leyton, UB Shadow, que começou o jogo pressionando, mas foi respondido com criaturas saindo de um Frasco do Éter. No fim algumas Asas da Inexistência deram jeito numa Sombra da Morte e, armadas com a Espada de Fogo e Gelo deram o jogo para Carvalho. O jogo dois seguiu o mesmo padrão, mas nele Carvalho não conseguiu respostas, cedendo o empate para Utter-Leyton. Enquanto isso Thiago Saporito, Humanos, também empatava com Ben Stark, Ironworks Combo. A situação, no entanto, não ia bem para Romão, que enfentava Jůza num mirror de RB Aggro e perdia por 2-0. Ele conseguiu uma recuperação no jogo 3, colocando mais ameaças do que o oponente podia responder e se dando ao luxo de ignorar uma Chandra, Chama da Rebeldia do lado oposto da mesa. Porém a situação novamente se inverteu no jogo 4 e Jůza colocou a equipe Channel Fireball um jogo na frente.
Voltando ao Legacy, Utter-Leyton colocou Carvalho sob Pavor da Noite, e a estratégia de Carvalho para sair por cima foi a monarquia, mas quando ele não conseguiu mantê-la Utter-Leyton finalizou o jogo. No próximo jogo o mesmo ocorreu, mas Carvalho conseguiu segurar a monarquia e obteve o máximo de valor que podia com ela, levando a disputa para o jogo 5. Enquanto isso, no Modern, Saporito sacramentava sua recuperação vencendo o combo de Stark por 3-1, o que significava que a decisão ficou para o Legacy. Continuando a tônica dos últimos dois jogos a monarquia foi determinante no jogo final. Utter-Leyton começou aplicando pressão com uma Aberração Insetídea transformada naturalmente. Quando Carvalho usou seu Palace Jailer para se livrar de um Pescador Grumag, Utter-Leyton continuou colocando ameaças para pegar a monarquia e também a vaga para a final.
Então chegamos finalmente à final do Pro Tour de 25º Aniversário e Orange e Hull mostraram logo que estavam sérios pegando suas vitórias nos embates de UW Control contra o RB Aggro de Jůza e Hollow One contra o Ironworks Combo de Stark, porém Wu não teve a mesma sorte enfrentando uma Sombra da Morte 9/9 e um Pescador Grumag que Utter-Leyton mandou para buscar a vitória, enquanto Jůza e Stark logo reagiam empatando seus jogos. Orange não se deixou abalar e ganhou mais uma partida após levar Teferi ao seu ultimate, e deixar o oponente sem permanetes no campo. No Legacy Utter-Leyton queria fechar logo o embate contra Wu, então colocou em campo uma tripla de Pavores da Noite, as quais Wu não tinha resposta, ficando apenas com uma ameaça, um Crânio-Marreta, que voltou para a mão de Wu após lidar com um Pescador Grumag. Quando Wu tentou recolocá-lo em campo para voltar ao ataque Utter-Leyton respondeu com três Pasmar consecutivos, e, sem mais oposição, sacramentou a vantagem de 2-0. No jogo 3 Wu finalmente conseguiu executar seu plano de jogo e garantir sua primeira vitória, enquanto seus companheiros garantiam vantagens de 2-1.
Isso nos levou ao jogo 4 de Orange contra Jůza e Orange mostrou maestria em seu controle, respondendo devidamente cada ameaça apresentada por Jůza e finalizando o primeiro jogo do embate entre as equipes. Passamos então para o jogo 4 entre Hull e Stark e, se Hull saísse vitorioso ganharia o título para sua equipe. Ambos os jogadores começaram fortes o jogo, Stark com aceleração de mana e Hull com poder em campo de batalha, mas Stark lidou com essa pressão rapidamente e continuou sua busca pelo combo. Sem desanimar Hull continuou seuguindo seu plano de jogo até que ele mesmo finalmente encontrasse sua resposta ao combo de Stark, uma Linha de Força do Vácuo no turno 4. Sob enorme pressão Stark precisava de uma resposta imediata para Linha de Força ou uma maneira de sobreviver aos ataques de Hull até que ela chegasse, e foi exatamente isso que ele comprou em Sai, Topterista Mestre, que podia criar tópteros para defender e também comprar cartas. Hull continou pressionando como podia até comprar um Rancor Antigo, que limpou o caminho para Hull gravar seu nome e de seus companheiros Wu e Orange na história do Magic como campeões do Pro Tour de 25º Aniversário.
Allen Wu, Ben Hull e Gregory Orange, campeões do Pro Tour de 25º Aniversário |
E isso colocou fim às competições do PT25A. Com o incrível resultado que obtiveram com certeza veremos Wu, Hull e Orange em setembro no Mundial de Magic, e também as equipes Hareruya Latin e Ultimate Guard, disputando a final do Pro Tour Team Series. De uma forma geral esse foi um Pro Tour que com certeza ficará marcado na história do jogo, não somente como a comemoração do aniversário do jogo, mas como um exemplo do quão grande o Magic é. Com bastantes elogios de jogadores e espectadores a todos os aspectos, com destaque para a qualidade da organização e transmissão, esse Pro Tour foi uma marca do quão prazeroso é participar dessa comunidade seja competindo em alto nível, seja assistindo as competições.
Assim finalizamos nossa cobertura do torneio principal do Pro Tour de 25º Aniversário. O que você achou do evento? Gostou de ver o Legacy em ação na câmera? Você gosta de eventos em equipe? Quais suas apostas para o Mundial de Magic? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Você também pode nos alcançar na página, email (artesaosdomagic@gmail.com) ou twitter (@artesaosdomagic). Obrigado pela leitura.
Thiago Santos
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