sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Terrenos Hostis

Quem conhece o plano de Zendikar está muito familiarizado com a mana peculiar do local e seus efeitos no plano. Esses efeitos podem ser vistos em vários aspectos do jogo, como a dimensão de poder e custo das permanentes e os efeitos poderosos das mágicas. Também é muito fácil de se notar esses efeitos em tipo específico de carta. É claro que estou falando dos terrenos. Os geradores de mana não passariam por Zendikar incólumes.

No lançamento do primeiro bloco de Zendikar, com a coleção homônima, o desenvolvimento, de cara, nos presenteou com algumas das cartas preferidas pelos jogadores, tanto em arte quanto em coleção. Os terrenos full-art nos foram apresentados e demonstraram bem a importância da mana nesse plano.

No entanto não acabou por aí. Em Despertar do Mundo o desenvolvimento deu um passo a frente nos dando um ciclo de cartas único. O que você diria de terrenos que geram duas cores de mana, como terrenos duais, mas que também fossem capazes de se levantar e lutar por e com você? Nasciam ali as Manlands Aliadas (porque o ciclo continha as cinco combinações de cores aliadas).

Um detalhe importante por qual as lands ficaram marcadas foi sempre conter habilidades que representavam bem a combinação de cores que apresentava. Mais um mérito vai para a equipe de arte. Todas os terrenos realmente parecem que estão apenas esperando serem animados para causar seu estrago.

Pouco posso dizer a mais sobre essas lands que brilharam em seu Standard, visto que Manlands sempre veem jogo nesse formato, e também foram acrescentadas como peças importantes em alguns decks Modern.

Quando o bloco de Batalha por Zendikar foi anunciado esses terrenos voltaram a causar agitação. Será que teríamos novamente as lands full-art? E o ciclo de Manlands Inimigas, finalmente chegaria? E para o deleite dos jogadores as respostas foram sim e sim.

No set Batalha por Zendikar chegaram duas, Exaustor Trôpego, WB, e Quedas Estrondosas, BU.

Algo que chama atenção rapidamente à Exaustor Trôpego é o baixo custo de ativação, somente 3 (1WB), que é relativamente bom para uma land de corpo 2/3. A habilidade também chama atenção, Vínculo com a Vida, e se comporta melhor do que alguns esperariam.

Quanto à Quedas Estrondosas temos um corpo 3/3 por 4 de ativação (2BU), o que não é muita coisa, mas é bom o suficiente para Standard. A habilidade Resistência à Magia, embora seja perfeita para as cores, perde um pouco de força se pensarmos que voltar a ser terreno no fim do turno já é um tipo de evasão, contra magias de velocidade de feitiço.

Em Juramento das Sentinelas o ciclo foi fechado com Picos das Agulhas, RW, Pântano Sibilante, BG, e Fumarola Errante, UR.

A habilidade de Picos das Agulhas é a que todos esperavam, Golpe Duplo, com o corpo que todos esperavam, 2/1. Justamente por ter uma habilidade tão forte, que com algumas magias acaba o jogo em um ataque, o custo de ativação foi aumentado para 4 (2RW).

Muita expectativa estava sobre Pântano Sibilante, por ser a Manland que encaixaria nos decks BGx, mas o resultado acabou sendo desapontador. Não que a carta seja ruim, nada disso, com um corpo 2/2 e Toque Mortífero por 3, (1GB), isso seria uma inverdade. Mas, de fato, alguns esperavam mais. Mesmo assim é uma carta que vai ser muito testada no Modern.

A última combinação, UR, foi a mais surpreendente. Sem uma mecânica que realmente representasse as cores, Fumarola Errante veio com uma habilidade ativada de custo zero que inverte seus poder e resistência, 1/4, com custo de ativação 4 (2UR), que a faz ter chance de ser chave de um possível combo de Elementais.

Com todas as Manlands Duais lançadas aqui fica meu Top 10:

1. Ravina Enfurecida: Estremamente poderosa com corpo ótimo e custo de ativação bom para uma habilidade maravilhosa, visto que os marcadores não desaparecem quando deixa de ser criatura. Também é a carta deste ciclo que é mais jogada no Modern.

2. Colonata Celestial: Embora tenha custo de ativação alto, é muito boa, podendo ser uma condição de vitória de decks que jogam num papel de controle. Além disso, Vigilância a deixa mais barata do que parece.

3. Bosque Selvagem Andarilho: Mostra que bloquear voadores é importante, ainda mais quando se tem poder e resistência altos.

4. Poço de Piche Rastejante: Um perfeito Mata-Jace no Legacy, veria muito mais jogo caso o Escultor de Mentes recebesse um desbanimento.

5. Fumarola Errante: Uma das combinações de cores mais populares no Modern deve ver um bom jogo. Ademais, tem sua parte de combo.

6. Exaustor Trôpego: Custo de ativação barato. O Vínculo com a Vida faz sua parte.

7. Pântano Sibilante: Boa, ainda que, de alguma forma desapontadora.

8. Quedas Estrondosas: Muito útil no Standard, mas talvez cara demais para o Modern.

9/10. Picos das Agulhas/Regiões de Garra-de-Lava: Cartas boas, mas em termos de afinidade, não de jogo.

Esse foi o ciclo de Manlands Duais. Algum comentário, sua impressão sobre as cartas ou alguma história? Deixe nos comentários abaixo!

Thiago Metralha

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Invasão no Pro Tour

Eldrazi, Eldrazi, Eldrazi, Affinity, Eldrazi, Eldrazi, Affinity e Eldrazi. Só um monte de palavras? Não. Um monte de palavras de Magic? Também não. Alguns arquétipos comuns de se jogar? Ainda não. Essas palavras acima são simplesmente o resultado do último Pro Tour, o PT Juramento das Sentinelas. O Top 8 em ordem de classificação, contendo nada menos do que 6 decks Eldrazi, 2 Affinity e uma falta de cor nunca vista antes. Histórico.

No entanto, vamos pelo começo. O Metagame do dia um foi, em partes, como as previsões apontavam. Affinity e Burn eram os decks mais jogados, com 13% do campo, seguidos pelo Infect com 8%. Surpreendentemente, empatado com o Infect, estava o não tão recente Eldrazi, com 32 jogadores. Outra surpresa para alguns, o Tron não foi nem mesmo um fator nesse Metagame. Muitos apostavam que o deck seria bem mais jogado, já que uma de suas piores partidas, o Twin, acabara de ser banida, mas isso acabou não se realizando. Também há de se notar que as variantes de BGx têm, juntas, 10% dos decks.

No dia dois o número de jogadores cai pela metade, mas há poucas mudanças significativas nas porcentagens. Agora os quatro decks mais jogados estão claramente separados, com Affinity na liderança, seguido por Burn, Eldrazi e Infect, respectivamente. E também no dia dois conhecemos os nossos vencedores.

De todas as partidas do PT, excetuando-se a parte de Selado, apenas 21 jogadores conseguiram uma campanha de, no mínimo, 8 vitórias. 8 vitórias significa uma performance excelente no construído sendo necessário um 4-2 no Selado para ter uma chance concreta no Top 8. Esse é o clube de elite do Pro Tour, com apenas 5,1% de todos os jogadores inscritos na competição.

Nestas condições vemos a verdadeira estrela do torneio brilhar como nunca antes. O deck que começou com 8% do campo mostra sua força ao lançar 10 jogadores com campanhas extraordinárias. É quase metade e isso é, certamente, incrível. Affinity também mostrou uma resiliência monstruosa e foi o único deck, com exceção dos Eldrazi, a colocar mais de um jogador nessa posição.

E é claro que isso nos leva ao incrível Top 8, antes mencionado. Eldrazi domina todas as atenções e vence o Pro Tour Juramento das Sentinelas pelas mãos de Jiachen Tao e sua construção UR.
Jiachen Tao ficou com a taça.
Agora vamos pôr em termos gerais para uma pequena análise. É claro que o grande vencedor desse Pro Tour foi o Eldrazi que saiu de 8% para seis jogadores com três construções diferentes no Top 8. É importante salientar que esse deck estava sim no radar dos Top Players no período antes do PT, mas a forma como ele se saiu foi verdadeiramente uma surpresa, que, a meu ver, é devida a dois fatores principais: a infestação de Burns, partida ridiculamente fácil para o deck, e a experiência e talento dos jogadores e equipes que pilotaram o deck.

O segundo melhor deck foi o Affinity que agarrou as 4ª e 7ª colocação. Entretanto o deck, que foi acima da média em tudo, cai muito em comparação com os campeões.

O perdedor do PT, vocês já devem prever, foi o Burn. Encontrou um Metagame muito difícil de se enfrentar e piorou muito o fato de o CFB estar usando 4 Cálice do Vácuo, que finalmente encontrou um deck em que se encaixa perfeitamente, de Main. Realmente uma decepção para os aficcionados pelo deck.

Outro deck que decepcionou foi o Infect, que começou com 8% do campo, mas não foi muito vitorioso. O deck acabou encontrando muitas partidas Mirror e contra o Affinity pelo caminho, e isso foi uma barreira muito grande, de fato.

Para o futuro é bom não se esquecer que os decks Eldrazi ainda não estão resolvidos. A cada dia surgem novas construções para o arquétipo, que deve evoluir ainda um pouco ainda pelos próximos campeonatos. Quanto ao tão pedido banimento acho provável que ele aconteça, já que a Wizards normalmente se atenta muito a esse tipo de reação dos jogadores, mas não o desejaria tão logo, afinal esta é somente a primeira sexta depois do PT. O martelo, no momento, tende mais ao Olho de Ugin, embora eu ache que banir o Templo dos Eldrazi também seria aceitável.

Por fim é bom lembrar que esse alvoroço todo foi causado por uma coleção pequena, que foi OGW. Um impacto inicial muito superior ao de BFZ, uma coleção muito maior.

E isso é quase tudo. Se há algo mais, alguma reclamação, história triste ou engraçada, sua opinião sobre o assunto, qualquer coisa, sinta-se livre para usar a seção de comentários.

Thiago Metralha

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A (Pequena) Redenção

Hoje, meus amigos, é dia de Pro Tour. No entanto, é o aclamado e famigerado PT de Modern de cada temporada e imagino que, como eu, vocês já tenham sido entupidos de informações sobre o possível Metagame e as opções pós-Ban. Então, vamos fazer um pequeno exercício de memória para nos despedir do Standard de Batalha por Zendikar, que está dando lugar ao novíssimo Standard de Juramento das Sentinelas.

Desde o começo muitos viram muitas falhas no set, algumas vocês puderam conferir aqui em nossos artigos. O set foi acusado de ser fraco, em termos de power level, não sinérgico e pouco impactante. E agora, graças à Nick Vigabol, nesse artigo, podemos pôr à prova essas acusações.

Uma grande adição que a coleção deu ao Standard, causa da interação Fetch Lands + Battle Lands, foi flexibilização da base de mana, o que permitiu a presença abundante de uma quarta cor nos decks e foi um grande impacto, por sinal. Podemos ver que a porcentagem de decks de quatro cores é mesmo superior aos de duas cores e que os aventureiros de cinco cores superaram os mono-coloridos.

Quanto ao Metagame apresentado, podemos ver poucas mudanças em termos de arquétipos. Temos clãs de Tarkir fortes com Abzan novamente no topo, o que não é realmente uma surpresa. Dessa lista pode-se creditar a BFZ os decks Bring to Light, Rally, Landfall e, é claro, os Eldrazi, perdidos nos “Outros”.

A dominância do Abzan fica ainda mais clara na seleção de cores, com Branco, Preto e Verde nas cabeças, muito superiores a Vermelho ou Azul.

Batalha por Zendikar mostra seu brilho na seleção de cartas por set. Com 26% do Metagame, BFZ mostrou que não era uma coleção tão insignificante, afinal. Além disso é importante notar que Destino Reescrito continuou sendo muito pouco usado.

Este brilho se apagou um tanto na seleção de cartas, já que BFZ perdeu vergonhosamente em Criaturas e Remoções, tanto no Main Deck, quanto no Sideboard. Aí quem brilhou mesmo foi o Prodígio de Vryn, Jace, com impressionantes 36%. Menção honrosa à Chamas Radiantes, em segundo nas remoções de sideboard.


Entretanto o brilho reacende quando comparado às outras cartas com a forte presença das Battle Lands e com Gideon, Aliado de Zendikar, sendo o não-terreno mais jogado.

Com todos estes gráficos vocês podem tirar suas próprias conclusões sobre Batalha por Zendikar ou esquecer de vez isso e se concentrar no atual Standard, o de Juramento das Sentinelas, que promete muito com todos esses Eldrazis.

E você, tem algo a dizer sobre BFZ? O que espera de OGW? Conte para nós nos comentários!

Thiago Metralha