sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Algo sobre Impacto


O que é realmente Impacto? Como se avalia o Impacto? Ele merece ser tratado com essa letra maiúscula de importância? Essas são perguntas que podem, ou não, cruzar nossas mentes quando pensamos sobre esse tema. E Batalha por Zendikar ter recebido o título de “Coleção Menos Impactante dos Últimos Anos” pode ser um ponto de ignição para se pensar nisso.

Em resumo, mesmo porque não há muito mais a falar, Impacto é a forma como uma carta, deck ou coleção, modifica os formatos por quais passa. Seja Modern, Standard, Commander, Pauper, um formato Eterno ou uma das mil formas de se jogar o MTGO, cada lançamento tem potencial infinito para causar um impacto qualquer, e isso, é claro, depende somente dos jogadores.

Exemplos disso podem ser vistos no seu dia a dia de jogador sem nenhum esforço. Por exemplo, alguém tem dúvida do impacto do Raio? Um banimento do Raio causaria a desestruturação profunda do Burn para o Modern, Legacy e Pauper. Ele tem substitutos? Até tem, mas nenhum tão bom como ele. Raio é uma das cartas que identificam uma cor, o vermelho, e a choradeira seria muito justificada. É claro que isso dificilmente aconteceria, quase impossível, na verdade, mas apenas pense nas consequências que causaria.

Um exemplo mais próximo, e menos dramático também, foi o recente banimento do Revirar o Tempo e Cruzeiro do Tesouro do Modern. Estas cartas, assim que lançadas, passaram a ser amplamente utilizadas em diversos decks, graças à Vantagem de Cartas a custo baixo que concediam aos jogadores. Haviam jogadores que, mesmo sem um deck azul, davam um splash só para usarem estas cartas específicas. O Impacto causado foi tão grande que a Wizards entendeu que eram cartas que desbalanceavam o formato, então, as baniu.
Recentemente banidas do Modern.
E o Impacto se torna muito importante em situações como essa, merecendo com todo louvor a letra maiúscula. O Impacto de uma carta influencia diretamente no Game, com os jogadores buscando usar as melhores interações para essas cartas, e no Metagame, com a construção de sideboards específicos para parar essas interações. Influencia também na construção dos decks, cartas de maior Impacto são consideradas com maior atenção, e até nos preços das cartas, já que a procura por cartas de alto Impacto tende a ser grande.

E, por via de regra, qualquer Impacto pode ser facilmente identificado e quantificado. Para isso basta analisar os dados de um campeonato expressivo do MTG profissional, especialmente dos decks vitoriosos, o Top 8, e o Pro Tour é perfeito para isso, por ser um evento mais profissional e organizado que as finais de um Grand Prix ou de uma outra liga, como o SCG Open.

Para deixar a análise um pouco mais fácil, os dados são colhidos desconsiderando os sideboards, que têm mais a ver com o metagame que com a sinergia do deck em si, e as lands, já que a enorme quantidade de terrenos básicos acabaria por inundar as estatísticas e um ciclo de lands raras sempre acaba aparecendo nos decks, não importa como.

Tendo isso em mãos podemos avaliar os últimos três PTs de outono/primavera (outono para os estadunidenses, primavera para nós) que são PT Batalha por Zendikar, PT Khans de Tarkir e PT Theros. Além do fator data, esses também foram Pro Tours de coleções que iniciaram novos blocos e que foram jogados no formato Standard, o que não ocorreu com PTs anteriores.

No PTTHS, de 281 cópias de cartas não-terrenos nos decks principais, 113 eram de Theros, o que representa uma presença em torno de 40%, com uma variedade de 23 cartas. No PTKTK, de 275 cópias, 121 eram de Khans de Tarkir, presença em torno de 45%, com variedade de 19 cartas. Já no PTBFZ, de 281 cópias, apenas 26 eram de Batalha por Zendikar, presença em torno de 9%, com variedade de, incríveis, 3 cartas.
Os heróis de Zendikar

Isso nos indica que a coleção Batalha por Zendikar, vista como um todo, foi um fracasso, em termos de jogabilidade, e seu Impacto foi mínimo, garantindo assim, o malfadado título.

E qual a explicação para isso? Alguns tentam colocar a culpa no fato de a Wizards, de tempos em tempos, ter de abaixar o nível de poder do Standard, já que fazer uma coleção mais forte que a outra, em sequência é insustentável, e também no fato de que todo bloco tem uma coleção mais fraca. No entanto, esse argumento perde força se considerarmos que Theros também foi dita uma coleção “para enfraquecer o Standard” e teve presença em seu PT mais de quatro vezes maior.

Ademais, essa é a primeira vez que uma coleção que abre bloco é dita como a mais fraca. Na verdade, coleções assim tendem a ser as mais fortes, haja vista Khans de Tarkir, Theros e até Retorno a Ravnica.

E o argumento forte para isso tende a levar pro lado do novo formato de rotação de blocos no Standard, com apenas duas coleções por bloco, e que isso pode passar a ser uma tendência daqui para frente: coleções mais fracas como um todo, mas mais equiparáveis entre si.

Entretanto, é fato que não estávamos preparados para isso. As expectativas, que já são grandes em coleções de outono, explodiram por ser uma coleção de retorno e justamente à Zendikar, que teve inúmeras cartas poderosas em sua última aparição.

E você, o que acha do Impacto? Lembra de alguma carta, recente ou não, de grande Impacto nos formatos que você joga? Então nos conte mais nos comentários!

Thiago Metralha

2 comentários:

  1. Imagina eu que jogo pauper, estamos esperando algo que consiga parar o Mono black Control e os decks de controle pesado.

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    1. Mano, quando vem Monoblack, eu só queimo. É o que dá pra mim.

      Thiago Metralha

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