O que é realmente Impacto? Como se avalia o Impacto? Ele merece ser tratado com essa letra maiúscula de importância? Essas são perguntas que podem, ou não, cruzar nossas mentes quando pensamos sobre esse tema. E Batalha por Zendikar ter recebido o título de “Coleção Menos Impactante dos Últimos Anos” pode ser um ponto de ignição para se pensar nisso.
Em resumo, mesmo porque não há muito mais a falar, Impacto é a forma como uma carta, deck ou coleção, modifica os formatos por quais passa. Seja Modern, Standard, Commander, Pauper, um formato Eterno ou uma das mil formas de se jogar o MTGO, cada lançamento tem potencial infinito para causar um impacto qualquer, e isso, é claro, depende somente dos jogadores.
Exemplos disso podem ser vistos no seu dia a dia de jogador sem nenhum esforço. Por exemplo, alguém tem dúvida do impacto do Raio? Um banimento do Raio causaria a desestruturação profunda do Burn para o Modern, Legacy e Pauper. Ele tem substitutos? Até tem, mas nenhum tão bom como ele. Raio é uma das cartas que identificam uma cor, o vermelho, e a choradeira seria muito justificada. É claro que isso dificilmente aconteceria, quase impossível, na verdade, mas apenas pense nas consequências que causaria.
Um exemplo mais próximo, e menos dramático também, foi o recente banimento do Revirar o Tempo e Cruzeiro do Tesouro do Modern. Estas cartas, assim que lançadas, passaram a ser amplamente utilizadas em diversos decks, graças à Vantagem de Cartas a custo baixo que concediam aos jogadores. Haviam jogadores que, mesmo sem um deck azul, davam um splash só para usarem estas cartas específicas. O Impacto causado foi tão grande que a Wizards entendeu que eram cartas que desbalanceavam o formato, então, as baniu.
Recentemente banidas do Modern. |
E o Impacto se torna muito importante em situações como essa, merecendo com todo louvor a letra maiúscula. O Impacto de uma carta influencia diretamente no Game, com os jogadores buscando usar as melhores interações para essas cartas, e no Metagame, com a construção de sideboards específicos para parar essas interações. Influencia também na construção dos decks, cartas de maior Impacto são consideradas com maior atenção, e até nos preços das cartas, já que a procura por cartas de alto Impacto tende a ser grande.
E, por via de regra, qualquer Impacto pode ser facilmente identificado e quantificado. Para isso basta analisar os dados de um campeonato expressivo do MTG profissional, especialmente dos decks vitoriosos, o Top 8, e o Pro Tour é perfeito para isso, por ser um evento mais profissional e organizado que as finais de um Grand Prix ou de uma outra liga, como o SCG Open.
Para deixar a análise um pouco mais fácil, os dados são colhidos desconsiderando os sideboards, que têm mais a ver com o metagame que com a sinergia do deck em si, e as lands, já que a enorme quantidade de terrenos básicos acabaria por inundar as estatísticas e um ciclo de lands raras sempre acaba aparecendo nos decks, não importa como.
Tendo isso em mãos podemos avaliar os últimos três PTs de outono/primavera (outono para os estadunidenses, primavera para nós) que são PT Batalha por Zendikar, PT Khans de Tarkir e PT Theros. Além do fator data, esses também foram Pro Tours de coleções que iniciaram novos blocos e que foram jogados no formato Standard, o que não ocorreu com PTs anteriores.
No PTTHS, de 281 cópias de cartas não-terrenos nos decks principais, 113 eram de Theros, o que representa uma presença em torno de 40%, com uma variedade de 23 cartas. No PTKTK, de 275 cópias, 121 eram de Khans de Tarkir, presença em torno de 45%, com variedade de 19 cartas. Já no PTBFZ, de 281 cópias, apenas 26 eram de Batalha por Zendikar, presença em torno de 9%, com variedade de, incríveis, 3 cartas.
Os heróis de Zendikar |
Isso nos indica que a coleção Batalha por Zendikar, vista como um todo, foi um fracasso, em termos de jogabilidade, e seu Impacto foi mínimo, garantindo assim, o malfadado título.
E qual a explicação para isso? Alguns tentam colocar a culpa no fato de a Wizards, de tempos em tempos, ter de abaixar o nível de poder do Standard, já que fazer uma coleção mais forte que a outra, em sequência é insustentável, e também no fato de que todo bloco tem uma coleção mais fraca. No entanto, esse argumento perde força se considerarmos que Theros também foi dita uma coleção “para enfraquecer o Standard” e teve presença em seu PT mais de quatro vezes maior.
Ademais, essa é a primeira vez que uma coleção que abre bloco é dita como a mais fraca. Na verdade, coleções assim tendem a ser as mais fortes, haja vista Khans de Tarkir, Theros e até Retorno a Ravnica.
E o argumento forte para isso tende a levar pro lado do novo formato de rotação de blocos no Standard, com apenas duas coleções por bloco, e que isso pode passar a ser uma tendência daqui para frente: coleções mais fracas como um todo, mas mais equiparáveis entre si.
Entretanto, é fato que não estávamos preparados para isso. As expectativas, que já são grandes em coleções de outono, explodiram por ser uma coleção de retorno e justamente à Zendikar, que teve inúmeras cartas poderosas em sua última aparição.
E você, o que acha do Impacto? Lembra de alguma carta, recente ou não, de grande Impacto nos formatos que você joga? Então nos conte mais nos comentários!
Thiago Metralha
Imagina eu que jogo pauper, estamos esperando algo que consiga parar o Mono black Control e os decks de controle pesado.
ResponderExcluirMano, quando vem Monoblack, eu só queimo. É o que dá pra mim.
ExcluirThiago Metralha