sexta-feira, 18 de maio de 2018

Prata Adaptável

Karn é uma arma por construção. A primeira parte do Legado de Urza já demonstrou poderes incríveis tanto na história do Magic quanto nos torneios, encarnado em Karn Liberto. Porém, uma faceta do Golem de Prata que tinha ficado de fora em suas outras cartas é sua versatilidade, algo que foi corrigido com o lançamento de Karn, Rebento de Urza, em Dominária. A cada dia esta carta nos impressiona mais com tamanho poder e têm sido usada por decks muito diferentes para propósitos diversos, então vamos dar uma olhada no que a carta é capaz.

Entre as primeiras coisas que podemos notar é que Karn não requer mana colorido para ser conjurado, ou seja, pode entrar em qualquer deck sem restrições. O segundo ponto é que ele entra com 5 marcadores de lealdade, que está no máximo que um planinauta com esse custo de mana pode ter. Esse número alto em lealdade significa que, se tiver uma presença razoável no campo de batalha, você vai conseguir algumas ativações do planinauta até que o oponente possa removê-lo. Dito isso, vamos às habilidades.

+1: Revele os dois cards do topo de seu grimório. Um oponente escolhe um deles. Coloque aquele card em sua mão e exile o outro com um marcador de prata.

Essa habilidade não é o mesmo que comprar uma carta, de fato é pior. No entanto ainda é uma habilidade de vantagem de cartas que pode ser ativada assim que o planinauta entra em campo de batalha e sem nenhuma restrição de cor. Então, para que essa habilidade alcance se valor máximo, temos que usá-la onde sua presença é geralmente escassa. E é justamente isso que faz o deck R/B Aggro, que tomou o Grand Prix Birmingham 2018 com 6 cópias no Top 8.


RB Aggro (Standard)


O começo da estratégia desse deck é bem óbvia, atacar o oponente até que seus pontos de vida sejam zero e ele faz isso com competência com Mago Escarificador de Almas e Parasita de Sucata nas posições mais baixas da curva, mas não é só isso. Embora seja um deck agressivo, o R/B Aggro não está apenas tentando vencer o oponente o mais rápido possível, como faria um deck Burn. Ele foi desenhado para aguentar partidas mais longas e usa cartas de interação baratas, como Esguicho de Magma e Desintegração Ilícita para chegar aos estágios mais avançados do jogo. Quando lá, o deck despeja suas grandes ameaças que podem servir papel duplo, tanto proativo como reativo. A ligação entre esses vários estágios fica responsável por Karn e Chandra. Os dois planinautas de custo 4 provêm ao deck as cartas necessárias para que o combustível não acabe no meio do caminho e ainda podem abusar da já conhecida interação com Coração de Kiran.


−1: Coloque em sua mão um card que você possua com um marcador de prata no exílio.

Esta habilidade, em conjunto com a primeira, é uma ótima maneira de se aprofundar no seu deck e selecionar os recursos, melhor do que a simples compra de cartas, já que a primeira habilidade "cava" seu deck duas cartas de cada vez. Os decks visando essa habilidade são aqueles que buscam uma carta específica para finalizar o jogo, mas que sejam defensivos e, de alguma forma lentos, para que Karn tenha várias ativações durante o jogo. Assim é o UW Control, também no Standard.


Aqui vemos mais uma abordagem dos decks que contam com Aproximação do Segundo Sol para finalizar o jogo. Dessa vez quem divide a função de vantagem de cartas com Karn é Teferi e, juntos, eles são responsáveis por manter o acesso do jogador às respostas necessárias, como as contra-mágicas e efeitos de cólera, mesmo que elas estejam exiladas, desde com um marcador de prata. Enquanto isso o deck se aproxima da vitória com o combo ou mesmo com ataques de Gideon das Provas.

−2: Crie uma ficha de criatura artefato incolor 0/0 do tipo Constructo com "Esta criatura recebe +1/+1 para cada artefato que você controla.".

Essa é uma habilidade estranha neste planinauta. Ela se importa com o número de artefatos, o que nenhuma outra faz, ocupa o lugar do Ultimate sendo apenas um -2 e parece ser uma habilidade agressiva, sem nenhuma indicação anterior que este seja o perfil de Karn, mas isso não é razão para menosprezá-la. Em primeiro lugar, é muito comum termos artefatos incidentais em campo, como um Mapa do Tesouro e seus tokens. Em segundo, num deck focado em artefatos este é sim um ultimate respeitável. É isso que estamos começando a ver no Modern com novas versões do deck Robôs.

Robôs (Modern)


A maioria das interações aqui já são conhecidas. Chapeamento Craniano, Supervisor de Aço e Devastador Arconexo estão lá e cumprindo as mesmas funções de sempre, tomando vantagem de todas as criaturas artefatos muito baratas do deck e criando ataques letais onde antes só havia pequenos robôs. A novidade fica mesmo por conta de Karn, uma nova condição de vitória do deck. Com o auxílio de Mox de Opala e Tambor das Folhas Vernais ele pode chegar ao campo de batalha cedo, turno 3 até, e fazer uma ficha de constructo ridiculamente forte, que só cresce turno após turno. Mesmo que o seu oponente ache uma resposta, ele vai gastar uma remoção valiosa em uma ficha ao invés de uma outra criatura importante do deck, como as citadas acima. Além disso, fazer uma ficha é só um -2, então, se esse plano falhar, Karn estará vivo e pode auxiliar o deck a lutar em partidas mais longas com as duas primeiras habilidades.

Esses exemplos são só a ponta de um gigante iceberg de prata chamado Karn. Novas abordagens ao planinauta ainda vão surgir em todos os formatos em que ele é legal e algumas já estão sendo testadas. No Standard ser um planinauta com um mecanismo de vantagem de cartas de custo de mana 4 já é fator suficiente para que ele veja jogo em alto nível. Para além disso sua grande versatilidade com número mínimo de restrições o dá potencial para se tornar uma das cartas mais poderosas do formado.

E você, o que acha do planinauta Karn, Rebento de Urza? Em que decks você o encaixaria? Qual será o impacto dele no Standard? E nos outros formatos construídos? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Você também pode nos alcançar na página, email (artesaosdomagic@gmail.com) ou twitter (@artesaosdomagic). Obrigado pela leitura.

Thiago Santos

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