Semana passada foi semana de Pro Tour Sombras de Innistrad e fico feliz em dizer que o evento foi um sucesso e muito agradável de se assistir (de se jogar também, imagino). O primeiro PT Standard do ano deu o impulso final para um Metagame renovado.
Antes do início do evento muitos estavam preocupados em como o Metagame se comportaria e alguns esperavam os três maiores, Companhias Agrupadas, Ramps e Humanos, saindo pelos telhados. Esses decks vinham com resultados muito expressivos nas últimas semanas e em muitas matchups eram quase imbatíveis, no entanto nenhum deles mostrava dominância opressiva e um PT seria um ótimo lugar para se firmar assim.
A despeito disso tivemos um Metagame bastante dinâmico, tanto no Dia 1 quanto no Dia 2. O Bant Company foi realmente o deck mais jogado com 23% dos decks no Dia 1. Logo em seguida vinham os Humanos (com ou sem azul) com cerca de 16% e Ramp (com ou sem Óculos) com 10%. O resto do Metagame esteve dividido em vários decks azarões, como o GB Aristocrats, da equipe Channel Fireball, o GW Tokens e o Esper Control.
Com cerca de 50% do campo seria teoricamente fácil para os três maiores dominarem o campeonato, mas não foi isso que aconteceu. O Bant Company teve um Dia 1 péssimo, com uma taxa de conversão de apenas 56%, o que pode ser atribuído à falta de experiência de muitos jogadores que escolheram este deck, a maioria era de jogadores independentes e equipes pequenas. É verdade que o deck fez seu caminho até a final, mas muito disso (a maioria, na verdade) é crédito do jogador que pilotava o deck, Andrea Mengucci.
Os Humanos tiveram um Dia 1 melhor, com 70% de conversão no monocor e 65% com azul. Eles encontraram o verdadeiro desafio no Dia 2 e, com o afunilamento do Metagame, acabaram por ser derrotado pelos outros decks, fechando com apenas 12 jogadores com campanha 6-2 ou melhor no Construído, número pequeno considerando a presença que tinha.
O Ramp foi o que, dos três, se saiu melhor. O campeonato serviu mesmo para dar a certeza: se vai jogar de Ramp, use Óculos da Piromante. As versões com os Óculos foram significantemente melhores nos dois dias de campeonato, com conversão de 80%, enquanto as outras versões com 59%, e com 5 jogadores com campanhas expressivas (6-2 ou melhor), e os outros só com 1.
Mas isso não foi tudo do Pro Tour, não.
Ainda tivemos o incrível BG Aristocrats da Equipe Channel Fireball, com destaque ao LSV, que conseguiu uma taxa de conversão de incríveis 92% e não parou por aí, agarrando um lugar no Top 8. Esse foi um deck muito divertido de se ver jogar e jogos imprevisíveis com a vitória surgindo de um campo bem postado ou de um top deck incrível. No entanto, nem tudo são flores para esse deck. É importante lembrar que praticamente qualquer deck que Channel Fireball e Ultra Pro usam, principalmente em PTs, vira ouro, já que é pilotado pelos melhores jogadores do mundo.
Destaque também a Jon Finkel que, com um deck baseado e nomeado por Estações Passadas, agarrou um lugar no Top 8 com nada menos do que 8 vitórias no construído e somente uma derrota.
Destaque final ao jogador e ao deck campeão do PTSOI, Steve Rubin pilotando GW Tokens. O deck teve apenas 2,6% do Metagame do Dia 1, mas conseguiu uma incrível marca de 90% de conversão para o Dia 2, quando representou 3,8% do campo. Muitas vezes o melhor deck não ganha um Pro Tour, mas esse não foi o caso com GW Tokens.
Steve Rubin levou o troféu. |
Steve Rubin pilotou o deck para um record de 8-1-1 no construído conseguindo sua vaga no Top 8 dessa forma. Lá ele mandou para casa Brad Nelson, com RG Goggles Ramp, nas quartas e Seth Manfield, com Esper Control, na semi e partiu para enfrentar Andrea Mengucci, que jogava de Bant Company, na final. Muitos veriam uma partida favorável Mengucci como jogador (ele já havia eliminado Jon Finkel e Yasooka), mas ocorreu exatamente o contrário, Rubin mostrou vantagem nas partidas terminando o jogo com um 3-1 a seu favor.
Quanto às cartas jogadas tivemos muitos perdedores, entre eles uma grande perdedora. Estou falando de Arcanjo Avacyn. A arcanjo não foi nem de longe o sucesso que prometia por seu incrível nível de poder e praticamente não apareceu na cobertura da Wizards. De forma pareceida com a arcanjo o nosso prodígio desapontou. O azul como uma cor foi fraco e o Telepata Ilimitado não teve espaço, nem força, para brilhar. Mesmo sofrendo tanto essas cartas não foram pior que Companhia Agrupada que entrou no campeonato como a estratégia a ser batida e tomou muitas, mas muitas mesmo, porradas, perdendo seu posto de melhor deck do formato. Todas estas cartas ainda são boas, não se engane, mas perderam muito de seu brilho nesse PT e podem até ver seu preço abaixar um pouco.
As cartas verdes, que não me impressionaram no lançamento, foram muito bem no torneio. Seja Estações Passadas, Recrutador de Vigia do Crepúsculo ou Rito do Criptólito, o verde, como cor, se saiu muito bem, a mesmo sem o apoio dos Company, e com o destaque a Advogado Silvestre que foi muito forte nas listas em que estava presente, incluindo a lista campeã. O título de melhor carta dou à Óculos da Piromante que transformou o modo que se jogava um deck, o RG Ramp, e o manteve entre os melhores do formato.
E isso foi o que rolou no PTSOI. Sinta-se livre para usar a seção de comentários e deixe seu like na nossa página! Obrigado pela leitura.
Thiago Metralha
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