sexta-feira, 8 de abril de 2016

Impressões sobre Sombras

Eu esperava que, ao escrever este artigo, já pudesse contar com a incrível experiência de um pré-lançamento de Sombras em Innistrad, no qual eu dominei todas as mesas com minha lista totalmente opressora, que me levou, diretamente e sem nenhum obstáculo, à vitória incontestável. No entanto, este não é o caso, como devem imaginar, graças ao adiamento dos eventos de pré-lançamento pelo país, que, quando ocorrerem, não serão pré e tampouco lançamento.

Hoje ainda é dia de lançamento, a despeito disso tudo, e afinal, o que essa coleção nos traz? Acalmando um pouco os ânimos, vamos passar por algumas das cartas que, por alguma razão, merecem algum destaque, em minha opinião.

Quando em Innistrad é impossível não se pensar nas tribos, e, pensando nelas, talvez a que obteve mais sucesso ao longo dos anos no Magic foram os Vampiros. Essa raça/espécie é amplamente usada e presente em quase qualquer plano, desde a criação do Magic, mas em Innistrad eles ganham outro significado, um que estamos mais acostumados a ver em nossas próprias histórias de terror. Drana e Kalitas pareciam ótimos candidatos para liderar essa tribo, mas, infelizmente para eles, Olivia vestiu suas meias de metal, e está Moblilizada para a Guerra

A carta à primeira vista é incrível. Custo de mana baixo (1BR) e que se encaixa perfeitamente no que a tribo vem representando. Tem uma habilidade que ao mesmo tempo em que se fortalece, aumenta seu exército de vampiros e ainda os dá Ímpeto. Além disso, assim como sua tribo, nesta coleção, está completamente alinhada com o tema Loucura, sendo uma poderosa ativadora da mecânica, que coube muito bem ao ambiente do plano em si, tanto que os nomes BR Madness e BR Vampires têm aparecido para descrever listas praticamente iguais.

No entanto, é importante se atentar que ela vai enfrentar algumas dificuldades já conhecidas para quem jogou com a Drana: um ambiente em que é pega pela maioria das remoções usadas e também dificuldade em passar por outras criaturas com voar, que muitas vezes são maiores, como os Dragões e agora também os Anjos.

Uma carta que já caiu na boca do povo, e gerou muitas reações, a famigerada Coisa no Gelo. Tenho certeza que esta é uma carta que vai ver jogo e pode se tornar uma pérola do Construído, principalmente Legacy e Modern, que são formatos cheios de cantrips e mágicas de custo baixo, que facilitam muito uma transformação rápida para Horror Despertado. No entanto, no Limitado, a carta pode não brilhar tanto assim, pois requer um deck com um número considerável de mágicas, eu diria que não menos que 10, para ser usada como se espera, mas mantenha em mente que, uma vez transformada, não é uma ameaça que se pode ignorar.

No Standard eu imagino vão surgir imediatamente dois tipos de deck com ela: A) Um deck que a usa para ir com tudo com uma criatura 7/8 o mais rápido possível, jogando quantas mágicas for necessário; e B) Um deck que mantém seu ritmo mais lento e tenta transformar a Coisa no Gelo de uma forma mais natural, mais voltada para o controle do jogo.

De qualquer forma, é uma carta que tem muito potencial a revelar. Eu até poderia tê-los aconselhado a comprar um set, mas os preços explodiram em poucos instantes após a revelação da carta.

Peso Morto é um reprint incrível. A carta é boa no Limitado e também no construído e pode funcionar como uma remoção de custo baixo para criaturas fracas e chatas mesmo quando são fortalecidas por mágicas, já que é uma permanente, ou uma importante ferramenta para enfraquecer aquelas mais fortes, caso seja mais urgente. Ademais a carta aumenta consideravelmente a facilidade com que o Delírio é ativado, já que pode ir para o cemitério de forma rápida e Encantamento não é um tipo comum de se ver por lá.

Para decidir qual é a pior Mítica dessa coleção, eu confesso que levei um tempo. Passando por uma olhada rápida, todas parecem ser boas, se não no Construído, pelo menos com chances de dar trabalho no limitado. Só aí é que eu vi Contemplar o Além, e a escolha foi quase automática. É um drop-7 que não afeta o campo e também não ativa Loucura, afinal sete de mana é demais, tomando um turno praticamente só para ela. O lado bom que se vê nela é que as cartas que você escolheu devem ser as melhores do seu deck, para um investimento tão grande, de modo, que quando usada, Contemplar o Além deve ter a finalidade de encerrar o jogo.

O melhor terreno do Standard é de SOI e o nome dele é Abadia de Oestevale. Não importa se não gera mana colorida. Não importa se as habilidades são caras. Realmente, não importa. O sacrifício de 5 criaturas mais os cinco de mana do custo da habilidade podem parecer preços caros a se pagar, a princípio, mas o Standard está cheio de geradores de tokens, e o próprio terreno tem uma habilidade para isso, se for o caso, de forma que isso não é um problema. No final, o fato de que seu terreno pode se transformar em Ormendahl, Príncipe Profano, uma criatura com status 9/7, com a evasão que Voar dá, desviando da maioria das remoções com Indestrutível e te ganhando uma infinidade de tempo com Vínculo com a Vida, ofusca os revezes com facilidade. Contra este tipo de ameaça fica bem difícil vencer uma corrida e isso é exatamente o que você quer ao incluí-la no deck.

A próxima é Mutação Grotesca. Essa carta está aqui mais por um motivo de arte do que por jogabilidade. A verdade é que esta arte é um pouco perturbadora para mim. Eu olho para ela e penso “Credo! Que coisa grotesca!”. Acho que o nome serviu perfeitamente.

Arcanjo Avacyn é a melhor carta da coleção, sem dúvidas. A carta é simplesmente puro valor. Quando a carta foi revelada eu já sabia que teria de, no mínimo, participar do pré-lançamento, só para ter a chance de conseguir uma entre os meus boosters. É o tipo de carta que chama a atenção para a coleção e também para história sendo construída em volta dela, que tem grande afinidade entre os jogadores que apreciam mais o flavor, que também impressiona aqueles que apreciam mais a experiência de jogo e ainda agrada quem só quer força bruta. A carta é, simplesmente, demais.

Assim que você atinge o valor mágico de cinco de mana, o combate muda totalmente, simplesmente pela possibilidade de essa carta entrar em campo. O oponente vai ser muito mais cauteloso com as remoções que usa e com que criaturas declara o ataque, já que ele pode estar jogando todos os seus recursos para enfrentar nada mais que um exército indestrutível. E isso nem significa que você vai realmente jogar a Avacyn ou ao menos tem ela na mão. Só a possibilidade é o bastante.

Depois que entra no campo o oponente pode ficar ainda mais cauteloso com uma ameaça 4/4, Voar e Vigilância a enfrentar. E se ele ousar destruir a mínima parte de seu exército na presença da arcanjo, Avacyn se transforma na Purificadora, e vai, com certeza, fazê-lo sofrer por seus atos com uma postura mais ofensiva, sem Vigilância, um corpo 6/5, e uma habilidade destruidora. E isso sem contar a possibilidade de jogar uma Arcanjo Avacyn em resposta à ativação de uma Avacyn, A Purificadora, para que suas tropas não sofram com o dano, sem o perigo de perder qualquer uma das duas Avacyns, já que elas têm nome diferente.

A última carta que vou comentar é Invasão da Pele que é outra carta dupla-face num tipo pouco comum de se encontrar, como a já comentada Abadia de Oestevale, e algumas outras pelo set. O encantamento em si pode não parecer tão empolgante assim, com um efeito que já é bem conhecido e usado, muitas fezes, como um revés para outras cartas. No entanto, aqui ele ganha novo sentido, onde a situação ideal passa a ser usar em criaturas do oponente que já estão, de alguma forma, “marcadas para a morte”, te deixando, no final, com um Troca-Peles 3/4 pelo investimento de só um de mana, coisa que faz a carta valer muito mais.

E essas foram só algumas das impressões que eu tive com a nova coleção Sombras em Innistrad. Nada de verde? Bem, as cartas verdes não me impressionaram muito. De qualquer forma sinta-se livre para usar nossa seção de comentários e deixe sua curtida na nossa página.

Thiago Metralha

4 comentários:

  1. Olá, Thiago!
    Gostei de suas "Impressões", embora queria poder aproveitar mais se você falasse de mais cartas, até mesmo das verdes, que não te "impressionaram muito"!

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    1. Valeu, cara! Ainda tem muito SOI pela frente, então o verde pode aparecer.

      Thiago Metralha

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  2. Senti falta dos Planinautas nesse artigo. Quem sabe você os aborde em postagens vindouras...

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