sexta-feira, 1 de abril de 2016

Standard Mal Jogado

Estamos às vésperas do pré-lançamento de um novo bloco de retorno e Innistrad é o nosso destino. A partir de amanhã estaríamos abrindo boosters de Sombras sobre Innistrad nas lojas e em uma semana inauguraremos um Standard, e também começaremos de vez o novo modelo de rotações que nos foi apresentado. No entanto, que cartas dessa coleção poderão se estabelecer, quais os ouros e quais as grandes decepções é um assunto para semana que vem. Hoje vamos tratar do Standard de Juramento das Sentinelas.

O porquê de Juramento das Sentinelas estar em mira neste artigo é bem simples: Juramento das Sentinelas configurou um Standard muito mal jogado, em minha opinião.

Num andamento comum de um formato, incluindo, obviamente, o Standard, o cenário competitivo está constantemente mudando e se adaptando buscando novas interações e utilidades que possam te colocar a frente no próximo grande campeonato que for disputado. Campeonatos esses que têm uma boa premiação e também uma boa cobertura, seja em transmissões de partidas, seja em artigos de análise. Campeonatos como os Pro Tours, os Abertos (principalmente da StarCity) e os Grand Prix.

O que aconteceu a OGW foi uma enorme falta desses campeonatos que chacoalham o Metagame e os jogadores, a começar pela falta do Standard no PTOGW. Digo isso porque os Pro Tours têm a virtude, e também, pelo ponto de vista de alguns, o defeito, de reunir equipes muito bem equipadas. Essas equipes fazem semanas de playtesting em inúmeros decks, combinações e interações úteis para um campeonato, que, afinal, deveria reunir os melhores jogadores do momento. Isso certamente evolui e acelera o formato jogado.

O mesmo não acontece quando o campeonato em questão é um PPTQ, RPTQ e não chega nem perto disso nos FNM regulares de Standard. Dessa forma o Metagame evolui quase que em câmera lenta e os jogadores se adaptam nessa mesma velocidade. Torna-se muito mais difícil inovar com resultados significativos e os jogadores acabam cedendo muito mais facilmente a somente copiar as listas mais bem posicionadas na última semana de sites por aí.

Os jogadores nessas condições geralmente ficam acanhados e com poucos incentivos ao construir seus decks e acabam por usar as mesmas staples conhecidas por todos para alcançar os mesmos resultados que os outros têm alcançado. Isso restringe as oportunidades de muitas cartas de ver algum jogo, já que os jogadores não se dão nem o trabalho de testá-las, e de alguns decks e estratégias alternativas de ver a luz de um campeonato. Uma reviravolta no Metagame se torna muito difícil nesses cenários.

Outro problema enfrentado por OGW e seu Standard foi que ele foi completamente ofuscado por outros assuntos. O PTOGW foi dominado pelos Eldrazi e pelo Modern, que ficaram intermináveis semanas como o assunto predominante, quase oprimindo qualquer outro tópico, nas mídias de MTG.

Uma parte dos artigos focava nas estratégias dos decks Eldrazi, quais cores poderiam ser adicionadas, a seleção de cartas para os Sideboards, as vantagens e desvantagens ao se enfrentar outros Eldrazi, os resultados que os Eldrazi vinham alcançando. Outra parte dos artigos te convocava a lutar contra a invasão monstruosa, teorizando sobre o porquê do ocorrido, tentando oferecer alternativas em cartas, decks e estratégias. Havia ainda uma terceira parte que argumentava um banimento sobre o deck, qual das cartas representava o maior perigo, qual desequilibrava com maior facilidade o jogo e quais as possíveis implicações de um possível banimento. Dessa forma sobrou ao Standard somente um pequeno espaço em artigos que mostravam o “Deck da Semana” e, em comparação, poucos foram os artigos que realmente analisavam estratégias.

Quando o furor dos Eldrazi abaixou um pouco, e seria, finalmente, a chance do Standard de OGW se acender, começaram as especulações sobre SOI, que jogaram, mais uma vez, OGW para escanteio. Agora Avacyn, Sorin e Nahiri, com suas intrigas, e Jace, com o diário de Tamyo e suas investigações, inundaram o falatório em sites e grupos. Quando começou a Loucura de Março e os previews oficiais da Wizards sendo lançados diariamente, OGW saiu de vez do pensamento dos jogadores.

O resultado disso foi a falta de volatilidade no Metagame do Standard desses últimos meses. As estrelas já são conhecidas pelos jogadores há muito tempo e os decks a serem batidos se mantiveram semana a semana, sofrendo poucas mudanças.

Quanto aos vereditos, o Mago Refletor se firmou, em minha opinião, como a melhor carta desse Standard, tanto que acabou transformando uma parte do Metagame em seu canteiro de obras, ou seu playgound. Quanto aos decks/estratégias, dou meu prêmio à Companhia Agrupada, com suas variações, que conseguem jogar com certa versatilidade e impõe resultados muito satisfatórios. Um deck muito bom para se pilotar e um pesadelo ao se enfrentar.

Prêmio para eles!
Essas foram minhas impressões sobre esse último Standard. Finalizando isso, posso me concentrar devidamente à SOI e aproveitar o pré-lançamento (mesmo que não seja tão pré assim).

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Thiago Metralha

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