Mais ou menos um mês atrás, a Wizards, através de Hélène Bergeot, Diretora Global de Jogos Organizados (Director of Global Organized Play), anunciou uma série de mudanças que atingiram o Magic em geral em vários pontos. Nem todas essas mudanças foram bem recebidas pela comunidade e uma em especial foi firmemente rechaçada pelos jogadores, em especial, os profissionais.
A primeira mudança a se notar diz respeito aos formatos dos Pro Tofacilmente da Copa do Mundo de Magic. A partir da temporada 2017 o Modern deixa de ser um formato de Pro Tours e o Standard passa a ser o único formato Construído a ser jogado nesses eventos. Em contrapartida o formato da Copa do Mundo passa a ser Selado de Equipes e Modern Unificado de Equipes.
Essa é uma mudança que já vem sendo discutida há algum tempo no Magic e ganhou muita força após a Invasão Eldrazi. Muitos compartilhavam da opinião de que o Modern não se sustentava como formato de Pro Tour, já que este, além do ambiente competitivo e de reunir os melhores jogadores profissionais, chamando a atenção para o Magic como um E-Sport, tem a missão de, se não popularizar, ao menos trazer os holofotes e para a coleção recém lançada. Nesse sentido o Standard é o formato que mais atende esse requisito, pois sua base de cartas reduzida e rotação consolidada fazem com que o set que está sendo lançado, que, afinal, dá nome ao PT, represente no mínimo 1/6 do formato. Então, para onde iria o Modern, afinal de contas?
A resposta dada a nós foi Copa do Mundo de Magic. A Copa do Mundo é um grande evento no qual, além dos melhores jogadores se reunirem para competir, como é esperado num evento desse porte, eles formam equipes nacionais em busca pelo título de campeão. É um evento que vem ganhando cada vez mais popularidade, então não é pouca coisa que o Modern seja o formato escolhido. E, se os formatos não te agradam quando jogados em equipe, só resta dizer que o Modern continua sendo um formato válido e muito usado para GPs, PPTQs e RPTQs, e as lojas ainda têm liberdade para fazerem seus campeonatos, então, não, o Modern não morreu.
A segunda mudança diz respeito ao Mundial de Magic e sua premiação. Para o campeonato de 2016 houve um aumento significativo no prêmio que passou a ser de $250.000,00 ($70.000,00 para o campeão). Já o campeonato de 2017 vai contar com premiação total de $500.000,00 ($100.000,00 para o campeão), o dobro de 2016! Essas são notícias que, à primeira vista, agradam muito, mas, de onde vem o dinheiro? Essa pergunta se relaciona diretamente com a terceira mudança, que diz respeito ao Pro Players Club, à categoria Platinum, em específico, e um pouco também no Hall da Fama do Pro Tour.
Então, a terceira mudança diz respeito ao cachê recebido por jogadores Platinum e também por jogadores Hall da Fama. Quanto ao Hall da Fama, os jogadores, ao invés de receber uma gratificação de aparição em todo e qualquer PT e Copa do Mundo que jogarem, vão receber $1.500,00 apenas nos PTs em que houver as cerimônias de novas turmas do Hall. É um decréscimo considerável, mas que só atinge alguns poucos jogadores, então, pode ser mais facil aceitado. Quantos aos Platinum, seu cachê passa a ser de $250 por aparição em PT, Copa do Mundo ou Classificatórios para a Copa do Mundo (antes era de $3.000 para PT, $1.000 para Copa do Mundo e $500 para Classificatório). É um decréscimo gigantesco, que atinge uma parcela bem maior de jogadores, já que qualquer um que joga competitivamente ao menos sonha em alcançar o Platinum, mais ainda aqueles que já estão na categoria, ou no Gold, ou seja, os melhores jogadores que temos.
E foi aí que o mingau azedou. Muitos viram essa mudança como a morte do Platinum e até a morte do competitivo. Quem já era Platinum podia argumentar que o esforço havia sido muito grande, grande demais, para chegar ali e ver seu objetivo desmoronar. Quem era Gold podia dizer que a mudança retira quase todo o incentivo que se tinha de perseguir uma classificação melhor. Para uma comparação rápida, as diferenças entre o Gold e o Platinum são basicamente os cachês recebidos e eles, com um valor tão baixo, não valeriam a pena. Por fim, não haveria mais incentivo para jogar competitivamente, se, a qualquer momento, as recompensas pudessem sumir.
O barulho foi tanto que dois dias depois Hélène Bergeot novamente veio se pronunciar com palavras, dessa vez, de desculpas. Nesse anúncio ela reitera o acréscimo na premiação do Mundial, mas volta atrás a respeito da situação com os Platinum. Diz que “sem intenção, nós quebramos a confiança dos jogadores Platinum, aqueles que estão trabalhando para atingir esse staus, e a Comunidade de Magic em geral” e também que “nos importamos muito com o Magic, seus jogadores e seus pro players e escutamos a comunidade” e qualifica a discussão como saudável.
No entanto, ao final, fica a promessa de até o PT de Lua Arcana, em agosto, planos para a melhoria do Magic competitivo serem reacessados, com consultoria e feedback dos profissionais levadas em consideração. De fato, o Magic precisa de mudanças em seu cenário competitivo, quase qualquer um concorda com isso, e embora seja o maior jogo de cartas do mundo, quando colocado, pelas ações da própia Wizards, como repercutiu novo diretor, como um E-Sport, o jogo ainda tem muito que aprender.
E você, como ficou em tudo isso? Qual a sua opinão sobre as mudanças feitas e quais outras deveriam acontecer? A seção de comentários está ao seu completo dispor. Obrigado pela leitura.
Thiago Metralha
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