Semana passada ocorreu em Richmond nos Estados Unidos o aguardado Pro Tour da também aguardada coleção Dominária. Com cinco semanas de preparo, que incluíram muitos eventos dentro e fora do Magic Online, os profissionais do Magic tiveram tempo mais que suficiente para decidir qual a melhor abordagem para quebrar o Standard, mas o evento não fugiu, é claro, das especulações.
Antes mesmo do evento começar já havia muitos embates propostos. Várias versões de diferentes arquétipos tinham emergido nos resultados de eventos anteriores, como as infinitas variações de Rx Aggro e decks em torno do planinauta Karn, e os jogadores esperavam usar o PT como um tira teima para saber qual é a melhor. Além disso outros arquétipos se somavam à discussão para saber qual deles sairia do PT como o melhor deck do fomato, como o UW Control o BW Veículos e o BG Constritor.
Dia 1
Entrando no campeonato pudemos ver um Metagame dominado pelo vermelho e, de fato, Goblin Lança-Correntes estava presente em 35% dos decks. As três versões do arquétipo Rx lideravam a preferência dos jogadores, RB Aggro com cerca de 14%, RB Midrange com cerca de 12% e Mono-Red Aggro com cerca de 10%. Somados os decks disparavam na ponta do Pro Tour, representando um pouco mais de um terço, cerca de 36%, dos jogadores.
Pelo lado do controle tivemos muitas variações também que transitaram entre as cores Branco, Azul e Preto dependendo da direção a ser tomada. Nos decks que focavam seus recursos em responder ao campo com contra-mágicas os decks Esper e UB Control representaram somados 6,5% do Metagame. Para aqueles que preferiram o poder puro das remoções o Mono-Black Control tomou sua parte de 2%. Ainda havia aqueles mais adeptos do clássico estilo "mana-vai" que representaram cerca de 10% do Meta com decks variando sua condição de vitória com Aproximação do Segundo Sol, Mecanotitã Torrencial ou puramente Teferi, Herói de Dominária.
Ainda há três decks do Dia 1 do evento que valem comentários. O primeiro deles é o Stompy Lâmina de Aço, com 8,7%, que confiava em Campeão da Lâmina de Aço e outras criaturas grandes, como Ghalta e Mecanotitã Verdejante, acelerado por Elfos de Llanowar e exploradores como Patrulheira Jadeluzente, para passar por cima dos decks mais rápidos e também dos controles. O BW Benalia, que leva em História de Benália uma das cartas discutidas como a melhor de Dominária, também merece destaque. Com cerca de 6,3% do Meta o deck se aproveitava do já conhecido arquétipo de Veículos. O ultimo, que támbém é um arquétipo bem explorado, é o BG Constritor, que representou 7,4% do Meta.
BG Constritor este que foi a escolha do brasileiro Lucas Berthould para o torneio e foi pilotado com muito sucesso no Dia 1. Com uma campanha perfeita no primeiro draft, Lucas foi um dos dois jogadores a terminar o primeiro dia de torneios invicto. Ele foi acompanhado por Ernest Lim, que pilotou um Esper Control. No entanto o brasileiro não foi capaz de manter a performance no Dia 2 e deixou o torneio com campanha 10-6.
Vale nota o fato de que o campeonato teve uma boa participação de brasileiros, 14 competidores, como vêm sido mais recentemente, e 6 deles tiveram campanha superior a 8 vitórias. Um nome que não figura nesta lista é o de Paulo Vitor Damo da Rosa, da equipe Channel Fireball, que, pilotando o deck UG Karn, não se classificou para o segundo dia de torneio.
Dia 2
Passando então para o Dia 2 vimos a confirmação da dominância dos decks Rx. Os decks RB, com taxa de conversão de 68,9%, e Mono-Red, que converteu incríveis 79,2% de seus pilotos, somaram avassaladores 42% do Metagame. Enquanto isso os decks Control, Stompy e Benalia tiveram representações mais tímidas, 18,2%, 7,9% e 7,9% respectivamente. Importante perceber que o deck controle de maior sucesso foi o Esper, com o UB ficando logo atrás, o que denota que a melhor forma de utilizar Teferi ainda não foi desenvolvida ou que ele não é bem pareado no formato.
Com tamanha fatia de Metagame era esperado uma chuva de partidas "mirror" entre os Rx Aggro e foi exatamente isso que aconteceu até o corte para o Top 8, muito diverso em países e jogadores representados, mas nada diverso em termos de decks. Quatro dos competidores, Ernest Lim (Singapura), Gonçalo Pinto (Portugal), Wyatt Darby (EUA) e Manuel Lenz (Áustria) enfrentavam apenas seu primeiro Top 8 de Pro Tour na carreira e mais dois, Kazuyuki Takimura (Japão) e Thomas Hendriks (Holanda) apenas o seu segundo. Eles foram acompanhados dos veteranos Márcio Carvalho (Portugal, quarto Top 8, e Owen Turtenwald (EUA), quinto Top 8.
Com exceção de Ernest, que pilotava um Esper Control, todos estavam a bordo do trem Aggro Vermelho. Gonçalo, Kazuyuki, Thomas, Márcio e Owen estava com a versão RB, enquanto Wyatt e Manuel com o Mono-Red.
Top 8
Nas quartas-de-final os veteranos Owen e Márcio mostraram sua experiência eliminando Manuel e Kazuyuki. Do outro lado Wyatt venceu o Aggro mirror contra Thomas, enquanto Gonçalo mandava Ernest para casa com seu Control. Nas semi-finais havia apenas Aggro contra Aggro. RB vs RB de um lado e RB vs Mono-Red do outro. O vencedor do primeiro embate foi Gonçalo Pinto, eliminando Márcio Carvalho. No segundo Wyatt mostrava a resiliência do Mono-Red contra Owen, garantindo vaga para a última fase.
Então a final ficou decidida para determinar qual deck Aggro se sagraria campeão, com ambos os pilotos chegando a final em sua primeira aparição em Top 8. No primeiro jogo Darby teve um início rápido e impôs grande pressão para finalizar o jogo rápidamente num 1-0. Ele manteve o espírito no segundo jogo, ainda que sob mais resistência, e logo obteve 2-0, a apenas uma vitória do título. Neste ponto o sideboard entra em ação e os papéis se invertem para o terceiro jogo. Pinto conjura ameaça atrás de ameaça e as respostas encontradas por Darby não são o suficiente, 2-1. O quaro jogo foi mais aberto, ambos tiveram seus momentos de ameaçar e se defender, mas Pinto obteve novamente a vantagem e empatou a série em 2-2.
Jogo final e decisivo, cada pequena vantagem faz muita diferença. Wyatt decide começar jogando, mas é obrigado a mulligar para cinco, então Pinto aproveita a oportunidade e coloca bastante pressão na mesa, reduzindo os pontos de vida do oponente rapidamente. Tudo parecia sobre controle para ele, até que Darby conseguiu colocar uma Hazoret em campo e começou a contra atacar, reduzindo a diferença de pontos de vida entre os dois. Pinto então enviou um ataque letal para acabar com o jogo e Darby apenas conseguiu enxugar o dano, ficando com 1 ponto de vida. Darby teria apenas um turno para encontrar um ataque que o enviasse a vitória devido à seus precários pontos de vida. Sua prece foi atentida com o top deck de um Portador da Glória, que atacou e se exauriu, limpando os bloqueadores e dando a Wyatt Darby o título de campeão do Pro Tour Dominária.
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Darby, à esquerda, comprimenta Pinto após o jogo |
E isso foi tudo o que de principal ocorreu no PT Dominária. O que você achou do evento? O que espera do Metagame a partir aí? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Você também pode nos alcançar na página, email (artesaosdomagic@gmail.com) ou twitter (@artesaosdomagic). Obrigado pela leitura.
Thiago Santos
Thiago Santos
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