sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Guia de Jargões de Planeswalkers - Terrenos Parte 2

Na primeira parte desta série de artigos, nos deparamos com uma vasta nomenclatura de terrenos que pode não ser familiar a todos os jogadores de Magic, principalmente os iniciantes, mas que são usados em vários formatos, desde o casual ao competitivo. Hoje, veremos algumas outras lands que são importantes de alguma forma e que é bom saber facilmente identificá-las numa partida ou numa possível nova construção de deck.

Taplands/Utility Lands

Vamos iniciar com dois conceitos básicos de terrenos. Taplands são todos os terrenos que entram em campo de batalha virados, que é o revés mais comum para balancear terrenos que podem vir a ser muito poderosos. Já as Utility Lands são terrenos que possuem efeitos quaisquer além de gerar mana.

Karoo Lands/Bounce Lands

As Karoo Lands recebem esse nome como uma referência a um ciclo de terrenos que entravam em campo viradas e tinham de ser sacrificadas a não ser que um terreno básico da cor que a respectiva land gerasse fosse retornado à mão do dono. Elas geravam duas manas para a reserva, com uma mana incolor adicionada às cores de mana normalmente geradas pelos terrenos básicos, e eram, é claro, cinco, sendo elas Karoo (branco e de onde surgiu a nomeclarura), Coral Atoll (azul), Everglades (preto), Dormant Volcano (vermelho) e Jungle Basin (verde).

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

As Sombras chegaram ao fim...?

Olá a todos! Aqui teremos a terceira e última parte da história do bloco Sombras em Innistrad e Lua Arcana! Para quem chegou agora, primeiramente bem vindo! Esta série de artigos conta a história oficial dos planos de Magic: The Gathering, num misto de narrativa e tradução dos textos publicados na página oficial da Wizards. Já contamos com outros dois artigos publicados com esse intuito, que você pode ver aqui (Parte I), e aqui (Parte II).

Comecemos, então, com uma seção que nos situa com o terror vivido pelos habitantes de Innistrad:

O terror está apenas na sua cabeça...


Se você fosse um habitante humano de Innistrad, e não fosse um cientista louco, certamente iria dedicar um tempo da sua vida para agradecer (ou pedir) aos anjos de Avacyn. A oração e a fé em Innistrad possui um grande poder, e ter sua família protegida pelas revoadas celestes comandadas por Bruna, Gisela, Sigarda e Avacyn era a coisa certa a se fazer. 

No entanto, as coisas começaram a mudar em Innistrad. Algumas maldições de Licantropia (lobisomens) estavam começando a quebrar as barreiras conjuradas pela igreja, diversos camponeses estavam relatando ouvir vozes estranhas e misteriosas seitas realizavam seus cultos longe da luz do dia, nas florestas mais afastadas de Ulvenwald, ou nas praias mais obscuras de Nefália.

Agora sabemos que a causa era Nahiri e suas maquinações. Suas novas peças de litomancia, os criptólitos (como eram chamados pelos habitantes do plano) possuíam uma forma entortada e pontuda, que permitia que o fluxo de mana naquela região fosse "dobrado" para apontar em uma direção. Essa mudança no fluxo de mana estava causando danos colaterais em quaisquer atividades que exigiam mana para serem realizadas.


Outros seres estavam, também, sendo afetados. No entanto, a mutação era física: todo tipo de distorção surgia nos seres vivos, e a única coisa em comum era o aspecto doentio e canceroso. As pessoas que não estavam sofrendo esse destino estavam pesquisando, investigando as possíveis causas e, de preferência, as curas.

Mas, de longe, havia algo que preocupava a todos: os anjos, seres feitos de pura mana branca, estavam alterando seu comportamento. Mais intolerantes, sedentos pela violência e morte dos "impuros", os anjos gradativamente passaram a agir contra aqueles que deviam ser protegidos: os humanos fiéis a Avacyn. Estes não tiveram chance, e foram massacrados aos milhares, diante da terrível imagem que era a revoada que anunciava a morte certa.


"Não se preocupem. Vocês serão salvos...de vocês mesmos.". Com o medo dos anjos adicionado aos terrores antigos (que estavam mais fortes), os nativos de Innistrad não tiveram muita escolha além de resistir em grupos (esse destino sendo reservado àqueles que ainda não se integraram à loucura). O plano não estava preparado para uma guerra interna tão forte, e a chegada do Fim Prometido, Emrakul, simplesmente destruiu as esperanças.

Sentinelas ao Resgate! 

Mais ou menos...


Agora retornamos ao "fio solto" deixado no fim do segundo capítulo. O som que Jace ouviu, e que todos os habitantes de Innistrad ouviram, foi o som de Emrakul quebrando a barreira da realidade e fazendo a sua entrada no plano. Uma legião de cultistas a esperava, e finalmente todos puderam ver e compreender quem (ou o quê) estavam venerando. 

O poder de Emrakul é incerto (apesar de termos a certeza de que é enorme). Em Zendikar, sua atuação nos permitiu ver que a gravidade se dobrava em seu favor, e sua prole era composta de "pedaços" seus que se desprendiam e tomavam vida própria. Como não haviam eldrazis em Innistrad ainda, A titã deu um jeitinho de arranjar seu exército através dos nativos. As mutações, antes observadas em vestígios, deram lugar a transformações completas de corpo e mente. 

"Todos somos Emrakul", é o que passava na mente deteriorada daqueles que sofreram a enorme influência Eldrazi. Formas monstruosas simplesmente explodiam de dentro dos corpos dos habitantes, e aqueles que ainda não sofreram apenas observavam, com nojo e terror nos olhos.


Jace, após sair da catedral com Tamiyo, não queria perder tempo, e já se preparava para voltar a Zendikar para buscar as Sentinelas. A Soratami compreendeu (após ler a mente de Jace em um acordo entre os dois), e protegeu Jace da loucura de Emrakul enquanto ele transplanava. Chegando lá, ele começou a resumir a situação em Innistrad, e a discutir soluções.

Contas a acertar


Enquanto o mundo de Innistrad caía diante de Sorin, este só pensava em matar Nahiri, como última ação dentro de seu plano. Agora, com o exército de Olivia Voldaren ao seu lado, ele se dirigia à Mansão Markov, onde Nahiri e uma legião de cultistas (que a veneravam como a anunciadora de Emrakul) o esperavam.

Enfim, Sorin chegou ao destino. Nahiri agora apresentava um semblante confiante e zombeteiro, e assim, começou o embate entre os exércitos. A litomante não se importava com as perdas, - Aqueles cultistas não significavam nada para ela - assim como para Sorin apenas uma vida importava: a dela.

" Um rancor de mil anos está chegando a um fim.

Para Sorin, é a distorção de sua antiga casa. É o desfazer de Avacyn. É a chegada de Emrakul.

Para Nahiri, é a traição de um amigo. É o milênio gasto presa dentro da Câmara Infernal. É a ruína de Zendikar em sua ausência.

Quando dois Planinautas antigos duelam, planos inteiros reverberam.

(...)

'Você deve me desconsiderar muito se acha que isso funcionaria,' Nahiri disse à medida que o segundo projétil de magia mortal era devolvida de volta a Sorin, acertando-o em cheio. 'Magia flui através de linhas de força. Linhas de força passam pela pedra. E, bem, ambos sabemos o que eu posso fazer com isso. Então por favor, Sorin, pode tentar esse lixo de novo.' Ela estava o circulando agora. 'Eu trouxe Emrakul para a cabeceira de seu plano, e você ainda acha que sou uma criança.'

Por um momento, ninguém falou. Mais que seiscentos anos de história os levaram até ali. Olhando nos olhos de Sorin, Nahiri se perguntou se ele estava pensando a mesma coisa. Eles foram amigos, ela acreditara. E agora...agora ela teria a vingança dela. Finalmente, Nahiri disse, 'Mil anos Sorin, você me trancou por mil anos.'

'E, ainda assim, aqui está você.' Sorin tossiu, mandando um espéculo de fumaça negra no ar. 'Você deveria ter ido embora.'

'Eu saí. Eu retornei a Zendikar e a vi sendo devorada pelos Eldrazi. Você deixou isso acontecer.' Ela levantou a espada para que ficasse no nível da garganta de Sorin. 'Você me condenou e ao meu mundo.'

'Você sabia os riscos quando concordou em prender os titãs em Zendikar. Você sabia que a fuga deles era uma possibilidade.'

'Eu também sabia que nós tínhamos um acordo.' Nahiri sentiu sua pele queimar. 'se eles escapassem, você e Ugin deveriam ter vindo. Quando eles escaparam, nenhum de vocês estava por perto. Da maneira que eu via aquilo, estávamos os três juntos. Mas era só eu. Todo aquele tempo, era sempre eu.

'Então você decidiu condenar esse plano.'

'Eu cansei de ser uma vigia, e Zendikar nunca mais será uma prisão. Emrakul tinha que ir a algum lugar. Você só fez a decisão ficar fácil.'

'Sorin, eu estou inclinada a deixar isso rolar,' veio a voz melódica e instigante de uma mulher, acima. Nahiri inclinou a cabeça e viu uma vampira, fechada em uma armadura preta elegante, flutuando acima de uma dúzia ou mais de vampiros vestidos similarmente. Ela não usava um capacete, e sua cabeça pálida e o choque de seu cabelo ruivo brilhante contrastava com o metal negro. Havia um ar de graça que parecia radiar dela, e Nahiri reconheceu um poder que era semelhante ao de Sorin, Aquela mulher era uma hematófaga anciã.

'Sem dúvida, Olivia,' Sorin disse de sua posição inferior.

Olivia moveu-se até Nahiri com sua delicada espada de metal negro. 'essa é ela, eu entendi.' Sem esperar por uma confirmação, ela simplesmente se direcionou a Nahiri. 'O que quer que Sorn fez para incitar sua ira, eu tenho certeza que ele a merece. Mas ele também conquistou meu auxílio, então eu não posso permitir sua vingança.'

'Outro anjo guardião, Sorin? Esse foi mais improvisado, eu acho,' disse Nahiri. Ela moveu uma mão para além, e as placas de pedra à sua frente começaram a incandescer com o calor.

Olivia sorriu. 'Eu gostei dela Sorin, eu devo admitir. Mas, independente disso...' No sinal dela, os vampiros desceram em Nahiri. "

(texto retirado e traduzido do site oficial da Wizards.)

Foi uma luta sangrenta. Com uma demosntração de poder e habilidade, Nahiri cuidou da vanguarda de Olivia sem maiores problemas. Ela não queria perder tempo, no entanto, e por isso se valeu de sua arma secreta: uma horda de híbridos eldrazi que ela havia guardado como uma surpresa para Sorin. Manipulando as linhas de força de Innistrad, Nahiri conseguiu comandar as abominações até os vampiros restantes, deixando-a livre para lidar com Sorin.

O embate foi relativamente curto, mas não menos intenso. Ambos lutaram com determinação, e Sorin conseguiu desferir um golpe que começou a incapacitar a litomante. Os movimentos dela ficavam mais lentos, e um outro vacilo fez com que Sorin pudesse se aproximar e morder o pescoço de Nahiri. Ela começou a sentir mais fraca, e Sorin investiu no ataque. No entanto, isso deixou uma abertura para Nahiri, que recuou até uma parede logo atrás.

O poder de litomancia de Nahiri a permitia que ela pudesse literalmente se fundir com a pedra. E foi isso que ela fez. Unindo-se à pedra de uma coluna derrubada, ela consegue escapar das presas de Sorin, enquanto fazia enormes dentes de pedra que perfuraram os braços e pernas do vampiro, além de seu tronco. Ele ficou preso na pedra, e a dor provocada pelos ferimentos constantes o impedia de transplanar. Sorin estava preso, nas garras de Nahiri.

" E então Nahiri virou Sorin e a pedra em volta para que eles pudessem ver as planícies que se estendiam abaixo da Mansão Markov. Sorin tentou falar, um gorgolejo ininteligível, à medida que Nahiri subia no casulo que ela havia criado. O que quer que ele tinha a dizer era irrelevante. Ela queria que ele a escutasse. Com uma mão pendurada no pináculo da pedra, Nahiri inclinou para que pudesse sussurrar nos ouvidos de Sorin. 'Eu te poupei,' Nahiri disse. 'Uma cortesia devolvida.'

Na distância abaixo de um telhado de uma ninhada nuvens, Emrakul.

E, no momento seguinte, Nahiri transplanou para longe de Innistrad, deixando Sorin para o destino de seu mundo.




(...)

Sorin sentiu um momento antes de escutar -- metal contra pedra, um grande e lento arranhar que movia através de seu sarcófago de cima a baixo.

'Eu acho que gosto mais desse jeito,' veio uma voz rica com zombaria. E então, Olivia desceu na visão para tampar o caos além. Ela estava segurando a espada dele.

'Olivia,' disse Sorin entre dentes trincados, 'me solte.'

'Mesmo que eu pudesse, por quê? Avacyn está morta. Nahiri foi embora. Nossa barganha está completa.' Ela conteu o riso cruelmente. 'Eu chamaria isso de vitória. Tente aproveitar. A Mansão Markov é sua, afinal. Quanto a mim,' ela segurou a espada de Sorin para inspecionar a ponta, 'Eu prefiro mais o som de Olivia, Senhora de Innistrad.'

(...)

Sorin não gostava do jeito que Olivia olhava a ele a medida que ele implorava. Ela era a aranha, e ele a mosca. 'Me escute!' ele tentou novamente. 'que benefício terá tudo isso se amanhã tudo estará acabado?'

'Avacyn está morta. E você,' ela disse, pressionando a ponta de sua própria espada contra o seu queixo, 'você está onde você está. Eu acho relativamente bom.' E tudo que Sorin podia fazer era observar Olivia flutuando além da visão, para que Emrakul e o fim que ela prometia preenchessem sua visão mais uma vez."

(texto retirado e traduzido do site oficial da Wizards.)

Do ponto de vista de Sorin, tudo estava acabado. Planinautas milenares possuem a mania de achar que, se eles não resolveram algo, ninguém mais irá. Assim como Nahiri acreditava que zendikar tinha acabado, Sorin estava péssimo por assistir de camarote (e que camarote!) o fim de seu plano.

Entretanto, outros tinham uma ideia diferente do fim que teria Innistrad. E não estou falando apenas das Sentinelas do Juramento. Também existe...

A última esperança


Momentos antes de Sorin montar sua campanha de vingança, a planinauta Liliana Vess havia visitado a mansão de Olivia para "entregar" o cadáver de um cientista, o qual trabalhava para a vampira, que havia morrido após ser atacado por licantropos-eldrazi na residência Vess. A necromante é levada a uma sala de jantar, onde encontra Sorin e Olivia discutindo os termos do ataque à Nahiri. Após uma conversa cheia de rancor dos dois lados, Liliana se recusa a auxiliar os dois em qualquer operação de vingança, mas decide ir para Thraben, ao notar que, se não o fizer, Innistrad cairia. Ela era a Última Esperança, afinal.

Enquanto isso, chegando em Innistrad, está o grupo das sentinelas. O plano era simples: Nissa se conectaria às linhas de força do plano, Jace desenvolveria um local para aprisionar Emrakul, e Gideon e Chandra cuidariam da guarda. No entanto, o número de abominações vagando por Thraben era muito acima do esperado. As sentinelas lutam bravamente, mas começam a sucumbir.



O perímetro ia se fechando, até que uma multidão de zumbis se aproxima, abrindo caminho para Liliana, numa posição de poder e autoridade, e um sorriso no rosto. Após uma breve discussão (digamos que a Nissa e o Gideon não aprovam muito os métodos de nossa necromante), o grupo de planinautas se organiza para executar o plano. Todos estavam em posições, até que...

Emrakul chega em Thraben, e, com ela, uma onda de pressão mental inimaginável. Os únicos que restaram de pé foram Jace e, surpreendentemente, Liliana. Esta, com a força do Véu Metálico, percebe a fraqueza de seus mais novos "aliados", e decide enfrentar a titã Eldrazi por si própria.

Do lado de Liliana, Jace se encontrava em uma estase mental, na qual estava sendo conjurada uma proteção para os demais sentinelas. E é aí que começa a parte estranha.

Dentro da mente daquele que lê mentes


A forma de defesa que Jace encontrou contra o ataque mental da titã eldrazi foi se "entocar" em sua mente. Como se tivesse entrado em outro mundo, lá dentro de sua mente, ele controlava um corpo próprio. Ele se viu no topo de uma torre, e, acima, no céu, Emrakul ia descendo. Ele começou a descer a torre, e, enquanto o fazia, as paredes da torre se transformaram numa espécie de projeção. Estas continham cenas que os demais planinautas estavam presenciando em suas cabeças.

A Gideon, foi concedida uma visão dele com as Sentinelas em seu plano natal, Theros. Eles estavam diante de Érebo, o deus da morte. Este exigia que Gideon revelasse seu desejo mais profundo. O planinauta branco insistia que era proteger os outros, mas Érebo discordava. E, a cada vez, um dos seus amigos morria nas mãos do deus preto.

A Tamiyo (que também estava junto das Sentinelas em Thraben), uma prisão. Sentada em uma cadeira, tentáculos cresciam e amarravam seus braços, para não escrever, seus olhos, para não ler, e sua boca, para não falar. A história de Tamiyo, bem como sua capacidade de interagir, estava desaparecendo.

A Chandra, uma visão de sua infância. Os soldados que haviam matado seus pais agora a cercavam. Ela ficou com raiva, muita raiva, e queimou. Porém, não só os soldados, mas a si mesma, e ao mundo, tudo estava em chamas. Ela gritou, de dor ou alegria, ou ambos.

A Nissa, seu pior pesadelo: ela havia se tornado uma abominação, algo antinatural, uma cria de Emrakul. Ela começou a falar para Jace algo, mas apenas grunhidos ininteligíveis saíam.

Por fim, depois de descer todos os degraus, Jace achou uma porta. Do outro lado, uma sala branca, e nela, Emeria. A representação angelical de Emrakul, durante a sua estadia em Zendikar. Emeria começa um diálogo calmo com Jace Beleren.

" 'Você é...você é...Emeria? Você é Emrakul?'
'Posso me sentar?' A voz era uma voz feminina. Leve, quase aérea. Jace poderia até dizer que isso o animava, se fosse em outra ocasião. Não nessas ocasiões. No entanto. Jace não podia ver lábios se movendo pelo capuz para produzir a voz, mas parecia como uma voz normal. Mais ou menos.

Jace estava tão ocupado analizando a voz que demorou um momento para que percebesse o que realmente foi perguntado. 'Você está me perguntando?' De todas as surpresas do dia, receber uma pergunta educada não deveria estar em uma posição tão alta. É capaz até de estar em primeiro lugar.

'Essa é sua casa,' uma pausa, 'Jace. Jace Beleren.' À medida que ela disse 'Beleren', as palavras saíram sílaba por sílaba.

Eu estou com muito medo agora. Mas estou também muito curioso. Que justaposição estranha.

'Eu sou só uma visitante aqui. Então, posso me sentar?' Ela ficou de pé, esperando.

O quão mais surreal esse dia pode ficar? Jace estava confiante que ele não queria realmente uma resposta para essa pergunta. Lembre-se do que é importante--não morra. Descubra sua situação. Derrote Emrakul. Esse seria o mantra de Jace. Ele pensou em outra coisa. Convide Emrakul para uma xícara de chá. Ele riu, e seu sorriso ficou evidente em seu rosto. 'Claro, sente-se, por favor.' Jace gesticulou respeitosamente em direção à uma mesa de pedra.--Não. Eu não devo assumir que sei o que está acontecendo. O anjo sentou-se na mesa.

(...)

Jace limpou a garganta. 'Bem, já que estamos...você sabe, conversando. Quem você é exatamente? O que é esse lugar? O que está acontecendo?' 

(...)

'Tudo acaba. Tudo morre. Integridade está sempre atrás de nós. O tempo aponta apenas para um caminho.' Havia ecos dos pensamentos de Nissa, em sua visão anterior, mas Jace não entendia mais, vindo do anjo. Ela não olhou para cima, equanto escrevia, o seu capuz obscurecendo qualquer voz que proferisse essas palavras estranhas.

'Você é Emrakul?' Jace não sabia o que ele estava arriscando, e estava se importando cada vez menos. Cuidado é para aqueles com uma mão vitoriosa. 'O que você quer?'

Ela pausou a escrita, analisando o pergaminho que estava em suas mãos desde que sentou na mesa. 'Isso está errado. Eu estou incompleta, vazia, rudimentar. Deveria haver um desabrochar, não um ressentimento barroso. O solo não foi receptivo. Não é a minha hora. Não ainda.' A maneira com a qual ela disse, ainda, mandou um calafrio pelo pescoço de Jace. Ela continuou sua escrita, adicionando mais tinta à sua pena.

(..)

'Você joga xadrez?' A voz continuou, como se Jace estivesse falando insignificâncias, assim como ela. Jace estava tentado a gritar de novo, mas não pensou que seria de muito uso. Além disso, ele era bom em xadrez.

'Sim, eu jogo xadrez.'

'Você jogaria comigo?' Ela parou de escrever e enrolou o pergaminho.

'Eu não tenho certeza se tenho tempo...'

'Se você ganhar, tudo isso para. Eu te darei todas as respostas que você quiser.' Ela escondeu o pergaminho em suas costas.

Jace pensou em uma armadilha, mas ele era realmente bom em xadrez. 'E se você vencer?'

'Eu já estou ganhando, Jace Beleren. Vamos jogar um jogo.'

(texto retirado e traduzido do site oficial da Wizards.)

Por mais estranho e surreal que esse diálogo possa ter parecido, ele prossegue, com Jace jogando a partida de xadrez. sem respostas conclusivas, ele ganha a partida. O anjo, então, faz um pequeno movimento com as mãos, e as peças do tabuleiro ganham vida. elas começam a se matar, sangue derramando de pequenos peões e cavalos feitos de pedra. Logo, as que sobram vão em direção ao rei de Jace, que adota uma aparência idêntica ao do mago azul.

Jace protesta, dizendo que isso não é justo, e o anjo rebate, dizendo "Eles são todos minhas peças, Jace Beleren. Eles sempre foram. Eu simplesmente não quero mais jogar'. Com isso, a imagem do anjo se desfaz em fumaça roxa, Jace é levado, então, para uma outra sala, na qual um "clone" seu conversa com ele e o alerta que Liliana está morrendo. Jace precisava acordar e acordar as Sentinelas também.

O poder do Véu era imenso, quase grande demais para Liliana utilizar. Quase. Ela soltava rajadas de magia de morte na direção de Emrakul, que devolvia com seus tentáculos. Toda vez que um tentáculo caía, outro surgia. E, lentamente, Liliana ia perdendo espaço. O Véu Metálico também estava começando a cobrar o seu preço, e o sangue da necromante estava se espalhando no chão. Ela chega a olhar para o grupo de Jace, dizendo, "Jace! É melhor você estar fazendo algo de útil". Com isso, o mago mental acorda.

Os zumbis de Liliana estavam começando a cair, mas justamente na hora, Gideon e Chandra acordam do estase mental, entrando no combate novamente. Liliana estava esgotada, e Jace e Tamiyo estavam desesperados para encontrar uma solução.

Acontece que a solução estava em baixo de seus narizes...ou em cima. Segundo Avacyn, em sua luta contra Sorin, em Innistrad, O que não pode ser destruído deve ser preso. E, apesar da Câmara Infernal já ter sido destruída, a fonte dela ainda estava de pé: A lua. O plano havia ficado claro: juntar energia e prender Emrakul à lua.



O plano entrou em ação. Nissa havia apenas conseguido se conectar a três linhas de força de Innistrad, no entanto, e essas linhas de força machucavam Nissa, fazendo seus braços sangrarem. Mas era necessário, e por isso Nissa aguentou. Tamiyo pegou um pergaminho de sua bolsa, e traçou a magia de prisão, enquanto Jace conectava os dois extremos, Emrakul e a Lua. Tudo parecia encaminhado, e Jace se mantinha conectado mentalmente com as outras duas Planinautas. 

A ideia foi boa, mas a execução encontrou um problema fundamental: a falta de energia. Nissa sofreu tanta dor ao alcançar as linhas de força que desmaiou, parando o fornecimento. Jace estava desesperado, uma vez que aquela era a única chance. De repente, Tamiyo se desconecta mentalmente de Jace, puxa um dos pergaminhos de sua bolsa de pergaminhos probidos - desta vez era o mesmo que Emeria estava escrevendo durante a conversa com Jace em sua mente - e conjura uma mágica que dá um surto de energia ao grupo. Com isso, Emrakul estava sendo presa na lua. A imagem da titã Eldrazi foi diminuindo, até que restou-se apenas o satélite no céu, com a clássica marca das linhas de força de um plano.

E assim, a ameaça de Emrakul havia sido contida. Será?

" Jace estava exausto. Este havia sido o dia mais longo de sua vida, e tudo que ele queria era dormir. Um sono livre de sonhos ou qualquer pensamento.

Mas havia alguém que ele precisava falar antes.

Ele a achou nas periferias de Thraben, sentada nas ruínas de uma pequena igreja. Havia menos prédios de Thraben de pé, e esta igreja não havia sido poupada.

Ela só estava sentada ali, suas pernas cruzadas, seus olhos fechados. Jace achou estranho interromper um momento tão particular. Mas ele precisava saber.

'Tamiyo...? Você está...eu posso...?' Jace não sabia como perguntar a dúvida dele. Tamiyo abriu seus olhos, seu rosto ainda doentio e cheio do horror que ela havia demonstrado desde que eles haviam terminado de conjurar a magia. 

' O que aconteceu lá, Tamiyo? Você estava lá, conectada mentalmente comigo, e depois... você não estava mais. Você desapareceu. O que aconteceu com você?'

Tamiyo começou a chorar, sentada. Lágrimas caíram de seus olhos, uma, depois outra. Plip-plip, à medida que elas caíam no chão de pedra.

Suas palavras chegaram intensas, alarmantes. 'Nissa havia caído. A magia estava em perigo de se quebrar. Eu não sabia o que fazer, como ajudar.'

Jace estava surpreso. 'Então Nissa gerou o poder todo por ela mesma: Impressionante. Eu achei que tinha sido você, com o segundo pergaminho.'

Tamiyo olhou pra ele, tristeza e desprezo em ambos os olhos. 'Não, você não entende. Fui eu. Com o segundo pergaminho. É daí que a energia veio.'

'Mas isso é maravilhoso! Você nos salvou! Você salvou toda Innistrad, toda... tudo! Você está triste porque foi um dos pergaminhos de ferro? Um dos pergaminhos que você não queria abrir?

'Só cale a boca, Jace! Escute, apenas escute. Não fui eu. Aquilo...ela...me possuiu. Você entende? Não fui eu! Eu estava lá, em meu próprio corpo, sem forças quando ela veio e me possuiu. Meus olhos, minhas mãos, minha voz...ela possui a tudo. Elas não eram minhas mais.' O choro se tornou um soluçar.

Uma voz recorreu a Jace, a voz dela à medida que Jace via suas peças de xadrez morrendo. Eles são todos minhas peças, Jace Beleren. Eles sempre foram. Eu simplesmente não quero mais brincar.

'Eu...eu sinto muito, Tamiyo. Eu não sabia...'

'Mas essa não foi a pior parte. O pergaminho que eu abri. O segundo. Você estava certo. Eu não deveria abri-lo. Uma promessa feita há muito tempo, a qual um dia eu terei que pagar. Mas a magia que ela leu... não era a magia a original. O pergaminho que ela usou, conjurou uma magia diferente.

Emeria. 'De algum lugar, uma pena mágica havia aparecido, e ela começou a escrever no pergaminho, enquanto sentada na mesa que Jace lhe oferecera'. Jace começou a tremer.

O pergaminho havia sido mudado. Como ela fez isso? Como ela pôde fazer isso?' A voz de Tamiyo estava perto do pânico. 'Esse monstro tomou conta do meu corpo e leu um pergaminho, um pergaminho que deveria ter trazido devastação a tudo nesse plano...ao invés disso forneceu poder a uma magia que a aprisionou aqui. Como isso aconteceu, Jace? Por que isso aconteceu? O que nós acabamos de fazer?

'Eu...eu não sei.' Jace não tinha mais palavras. nem pra ela, nem pra ele mesmo.

Tamiyo respirou fundo. 'Eu disse a você antes, Jace. Às vezes nossas histórias devem chegar ao fim. Ainda assim, estamos aqui, cada um buscando prolongar nossa história, não importa o custo. Mas e se todas as histórias são apenas a história dela, tudo em serviço de algum destino terrível que ainda vai se desenrolar? Tamiyo olhou para a lua.

'Será que nós realmente ganhamos?' A voz de Tamyio não era mais temerosa, mas queixosa. jace não tinha resposta. Eventualmente ela subiu no céu escuro, e voou para longe. Não houve um adeus.

Jace sentou por mais tempo ali. Ele olhou de novo para a lua em seu brilho prateado, o glifo ainda brilhantemente inscrito em sua superfície, um testamento do sucesso obtido pelas Sentinelas. Nas profundezas daquela lua estava a força mais poderosa e destrutiva que qualquer outra que eles sequer havia encontrado. As palavras do anjo perfuraram sua cabeça, adagas de um destino incompreendido. 'Isso está errado. Eu estou incompleta, vazia, rudimentar. Deveria haver um desabrochar, não um ressentimento barroso. O solo não foi receptivo. Não é a minha hora. Não ainda.'

A espinha de Jace estava gelada. 'Não é a minha hora. Não ainda.' Ele retirou sua visão da lua, e saiu em busca de uma cama segura para achar um esquecimento momentâneo. "


(texto retirado e traduzido do site oficial da Wizards.)

E esse é o último registro (e capítulo!) da série de histórias de Sombras em Innistrad! Espero que tenham gostado, e deixem seu comentário a respeito do que acharam desse fim não tão conclusivo!

Augusto Penna


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O Emergir do Delírio no Pro Tour

É isso mesmo, já se passou uma semana do Pro Tour Lua Arcana, um PT um tanto quanto incomum devido a zona horária de Sidney, cidade sede, 13 horas a frente de Brasília e entre 14 e até 17 horas a frente da costa oeste dos EUA. Graças a isso, ao invés do tradicional sexta-sábado-domingo tivemos a cobertura na quinta-sexta-sábado com a parte de construído começando já na nossa madrugada, o que dificultou bastante a audiência.

De qualquer forma Companhia Agrupada com seu deck Bant Company era novamente o deck a ser batido nesse PT. Muitos temiam até mesmo que ele se fixasse no topo do formato de forma definitiva e irremediável, caso tivesse muitos resultados favoráveis, mas, felizmente, ele foi batido, e como foi batido.

Analisando o Metagame do dia 1 temos em torno de 19% dos decks sendo Bant Company, um número pequeno em comparação a outros decks pré-PT dominantes de formatos anteriores e uma porcentagem que está bem longe do que muitos previram, temiam ou esperavam, ainda que seja respeitável. Em seguida tivemos os decks GB Delirium, com 12,3% do campo, e WB Control, com 7%, decks que despontaram nas duas semanas que precederam o evento e eram presença esperada devido aos resultados que conseguiram.

Destes decks o único que se deu bem foi mesmo o GB Delirium, que atingiu a taxa de conversão de 86,5% e representou 17,3% do campo no dia 2, um salto muito significante. O WB Control deixou a desejar em aspectos de Metagame e converteu somente 61,9% de seus jogadores para o dia 2, mantendo seus 7% no campo. Já o Bant Company foi o verdadeiro fracasso. Converteu apenas 53,4% de seus jogadores (era esperada uma taxa de no mínimo 80%) e representou 16,75% do Metagame no dia 2, que ainda é bastante, mas abaixo do que se esperava.

O corte para o Top 8 também nos revelou muitos decks para ficar de olho. Dos três que citamos acima tivemos um GB Delirium, nas mãos de Samuel Pardee, dois Bant Companies, pilotados por LSV e Yuta Takahashi, e um WB Control, com Lukas Blohon. Os outros dois decks que chegaram à elite do torneio foram também as grandes sensações: RG Ramp, um grande vencedor com a maior taxa de conversão entre todos, 87,5%, pilotado por Ken Yukuhiro e Reid Duke; e Temur Emerge, que usou e abusou da mecânica mais especulada de Lua Arcana e foi pilotado por Owen Turtenwald e Andrew Brown.

As torcidas se concentraram principalmente em torno de LSV e Owen Turtenwald, nomes bem conhecidos, que acabaram no mesmo lado da chave e se enfrentaram nas semi-finais, com vitória de Owen. Este, aliás, foi um grande torneio para o jogador que, além da campanha incrível, foi celebrado no Hall da Fama do Pro Tour na classe de 2016.

A final foi um confronto entre Owen e Lukas Blohon, Temur Emerge contra um WB control, ambos os decks incrivelmente bem pilotados. Dessa vez a felicidade foi de Lukas que venceu o combate por 3-0 e levou o caneco e a premiação para casa.

Lukas Blohon foi o campeão
Quanto aos destaques temos duas mecânicas que brilharam, uma é uma nova potência e a outra não é tão recente, mas tem agora potencial de brilhar para valer. Emergir mostrou que vem para ficar cravando duas vagas no Top 8 e o vice campeonato. Delírio também chegou com forças renovadas, com um lugar no Top 8 e várias de suas cartas entre as mais jogadas do torneio. Entre esses decks o destaque final caberia a várias cartas, desde o Demônio das Profundezas Ancião até Atravessar Unwenwald, mas seria injustiça com a grande mãe, Emrakul, o Fim Prometido. Presente nas duas listas, e algumas outras mais, sempre que chegou ao campo ela mostrou porque deve ser respeitada.

Os perdedores nesse Pro Tour mal foram vistos. Poucos decks de Humanos estiveram no campeonato e o GW Tokens obteve péssimos resultados com conversão de pífios 42% e nenhum jogador com campanha superior a seis vitórias. Parece que é o fim, ou muito perto, para Gideon e seus amigos nesse Standard.

E isso foi o que ocorreu no Pro Tour Lua Arcana. O que achou do evento? Você assistiu mesmo com a diferença de fuso? Qual seu palpite para o Standard daqui para frente? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O Mago, O Mistério e o Arcanjo Caído

Olá a todos e todas! Começa aqui mais um artigo do Artesãos envolvendo a história do plano de Innistrad, dados os acontecimentos recentes!

Se você ainda não viu o começo dessa história, veja esse artigo aqui.

Como sempre, a primeira seção deste artigo é uma introdução que visa situar os leitores ainda não familiarizados com os acontecimentos locais. Segue:

O que temos até agora


No artigo anterior vimos como Nahiri sofreu uma imensa decepção ao ver Sorin em Innistrad, Mas sabemos como foi errôneo seu pensamento de Zendikar estava perdida. Primeiramente Gideon Jura, Nissa Revane e Jace Beleren se uniram para poder concentrar o resto da população resistente de Zendikar contra o devastador titã Ulamog. Eles retomaram a fortaleza natural que fazia divisa pro mar, o Portão Marinho, e lá se preparavam para prender Ulamog em uma armadilha utilizando edros reciclados.

Tudo corria bem, até que o demônio Planinauta Ob Nixilis intervém durante a execução do plano, absorvendo o poder que fluía pelos edros e prendia o titã eldrazi. Com essa energia, ele reacende a sua centelha (o dom de poder transplanar), e, como se já não tivesse estragado o dia o suficiente, ainda invoca o titã Kozilek, que surge de dentro da terra. 

Ob Nixilis procede com sua vingança a Zendikar massacrando o trio de Planinautas que ainda tentava lutar contra os Eldrazi em meio ao tumulto. No entanto, nesse meio tempo uma esperança surgiu: Chandra Nalaar, a piromante favorita da comunidade, chega um pouco "atrasada" à festa, mas cedo o suficiente para surpreender o demônio Planinauta e forçá-lo a recuar, libertando seus amigos.


Com isso, os quatros Planinautas emergem com uma nova convicção: de proteger o mundo daquelas monstruosidades. E assim, eles forjam um Juramento: O Juramento das Sentinelas. Utilizando as linhas de força de Zendikar, e o temperamento flamejante, as sentinelas conseguem destruir os dois titãs Eldrazi, salvando a Zendikar que Nahiri pensava ter perdido.

Não muito depois da vitória, Jace Beleren e os outros são confrontados por Ugin, agora já restaurado, que dá uma bronca nos quatro Planinautas a respeito da inconsequência de seus atos. Segundo ele, não se sabe se os Eldrazi são necessários no Multiverso, nem quais seriam as consequências de suas mortes. Ainda assim, Jace decide deixar s sentinelas restantes descansando em Zendikar, enquanto ele iria em Innistrad em busca de respostas a respeito do paradeiro de Emrakul, a última ameaça ainda restante. 

A intenção dele era encontrar Sorin, para questioná-lo. Mal sabe Jace que Sorin não é muito de receber visitas...

Os frutos do "trabalho"


Assim mudamos o foco dos demais protagonistas para Innistrad. Considerando que Nahiri se libertou da Câmara Infernal durante os acontecimentos de Batalha por Zendikar, boa parte do seu plano de vingança já estava em andamento. O mistério era: em que consistia o plano da litomante, e qual seria o resultado dele? Jace estava determinado a descobrir.



Aqui nós fazemos um paralelo entre os focos de história: Jace entrou em Innistrad buscando respostas, e encontrou ainda mais perguntas, uma vez que, por mais estranho e assustador que Innistrad poderia ser, aquele era um momento atípico. Enquanto isso, Nahiri sabia muito bem o que queria, e seu foco estava tão bem definido que todas as consequências colaterais foram ignoradas. Por outro lado, Sorin está disposto a fazer de tudo para impedir essa vingança de se concretizar.

Explicarei de forma separada todos os caminhos. No entanto, assim como em Zendikar, eles não se encontram. Bem, sem mais atrasos, comecemos pelo mago mental mais amado (e odiado) de todos, Jace Beleren!

Jace:


Jace não era especialmente efetivo em Innistrad: Zumbis e espíritos eram imunes a sua magia mental. O mesmo não era aplicado aos lobisomens, embora esses simplesmente o rasgariam em pedaços antes de qualquer truque barato. Por falar em truques baratos, as ilusões de Jace também não enganavam o olfato dos licantropos, ou as criações mutantes dos cientistas loucos.

È, aquele era um péssimo lugar para Jace.

Mas ele ainda tinha uma esperança. Liliana possuía uma mansão em Innistrad, e para lá Jace se encaminhou, procurando ajuda. Chegando lá, ele tem um diálogo com Liliana, que tenta convencê-lo de que seria loucura tentar procurar Sorin Markov na mansão Markov, além de ressaltar que as coisas em Innistrad andavam um pouco fora de controle recentemente. Jace teima em ir, e Liliana desiste de tentar convencer o irritante mago azul.


Nahiri: 


Uma breve explicação: Sorin é da linhagem Markov. Essa linhagem foi a primeira linhagem de vampiros de Innistrad. Seu avô, Edgar Markov, foi o predecessor de todas as linhagens de vampiros existentes atualmente. Sorin, quando jovem (e humano), ficou aterrorizado ao ser transformado em um vampiro, o que acendeu sua centelha (acredite, isso foi há MUITO tempo, mas, para vampiros imortais para efeitos de idade...). Depois de ter criado Avacyn para equilibrar a balança de luz e escuridão no seu plano natal, todos os vampiros passaram a ter um ódio especial por Sorin.

Nahiri não sabia disso. Não precisava, também. O que sabemos é que a litomante se dirigiu até lá. Se ela começou o ataque, ou reagiu à investida dos vampiros da família Markov após a ouvirem dizendo que procurava por Sorin, não se sabe. O que sabemos, é que o resultado foi isso:


Jace:


E foi isso que Jace encontrou. Certamente alguma coisa havia destruído a mansão, mas aquilo era... algo a mais. Sedento pelos segredos daquelas ruínas, o mago azul entrou nos destroços da mansão Markov.

Não se sabe ao certo quando a loucura que permeava Innistrad começou a afetar Jace. Um bom palpite seria a entrada nas ruínas. Todas as memórias de seus habitantes ficaram incrustadas na parede, e depois pularam para a mente do Planinauta que lá investigava. Curiosamente, um indivíduo que fora pego na destruição da mansão não era um vampiro. Era de um humano, de nome Jenrik. Este trabalhava investigando e escrevendo as descobertas em um diário, que pertencia a outra Planinauta, de nome Tamiyo.

Dentro do pequeno livro, algumas experiências com os seres de Innistrad revelavam que algo estava afetando o fluxo de mana do plano. Como tudo era conectado à mana, essa distorção alcançava a todos, de maneiras diferentes. especialmente se você for um ser feito de mana puro, como...

Anjos.

Tendo aprendido o suficiente, Jace decide deixar a mansão, seguindo os passos de Tamiyo em seu diário.

Situações Drásticas exigem medidas Drásticas


Sorin:


Também Sorin foi às ruínas da mansão de sua família. Mas ficou pouco tempo lá. Só de ver a nova "decoração" na parede, ele já reconheceu a autora. Nahiri. Ele sabia muito bem que ela não estava interessada em reconciliação ou paz. E o mundo de Innistrad estava começando a ruir. Ele precisava tomar medidas drásticas, e, para isso, ele precisaria de ajuda.

Toda ajuda vem com um preço, é claro. E não poderíamos esperar diferente de Olivia Voldaren, a milenar vampira, progenitora dos Voldaren. Sorin vai diretamente à mansão dela, em busca de auxílio para deter Nahiri. Lá ele encontra muito escárnio e zombaria para com sua pessoa. Ele se desconcerta ao ver a calmaria de Olivia, que parece apenas festejar e banquetear enquanto o fim chega por todos os lados. 

" 'Por que aqui, Sorin Markov?' Olivia perguntou. 'Por que não implorar em sua própria porta?'

'Eu assumo que você não ouviu.' A isso, Olivia levantou uma sobrancelha. 'A mansão de meu avô não existe mais.'

Olivia riu, e sua risada foi menos melódica que Sorin havia esperado.

'Você acha isso de seu gosto?'  ele disse.

'A notícia não é de meu gosto.' Olivia disse. 'O mensageiro, no entanto...' Com um movimento fácil e gracioso, ela se recostou nas costas acolchoadas de sua cadeira. 'Se a Mansão Markov está em ruínas, procure então por Avacyn, sua própria criação. Ela já destruiu o Castelo Falkenrath e espalhou aquela linhagem. Sua criatura está desgovernada. Francamente, o fato de que eu não o rasguei em pedaços quando você pisou em minha casa é uma marca da minha generosidade.'

'Vou deixar essa passar, Olivia, porque eu preciso que você escute cuidadosamente o que eu vou dizer.' Ele levantou de sua cadeira e inclinou apoiando seus punhos. 'Eu acabei de chegar da Mansão Markov. Saiba disso -- O destino dela não foi o mesmo do Castelo Falkenrath. Eu vim porque a ruína da Mansão Markov marca o início de algo terrível para esse mundo.'

'Algo terrível para você, você quer dizer.'

Porque não ambos? Era, de fato, algo terrível para ele. Mas aquilo não presumia perigo para toda Innistrad. Ele nunca teve a intenção de que as coisas chegassem a esse ponto, e seus pensamentos navegaram de volta para outra época.' "

(Texto retirado e traduzido do site oficial da Wizards.)

O preço de Olivia pela ajuda? Avacyn morta. Destruída, apagada e eliminada. Uma irritação milenar, um controle populacional de vampiros e outras monstruosidades, finalmente destruída. Parecia uma boa troca para a vampira. E Sorin... bom, Sorin não tinha muitas opções. Ele aceita os termos de Olivia, e se dirige à catedral de Thraben.

Jace:


Enquanto isso, Jace Beleren segue, atormentado por sua própria mente, até Nefália, seguindo as anotações de Tamiyo. Lá ele encontra uma reunião de criptólitos -- pequenas estruturas retorcidas que canalizam mana a um ponto em específico -- em um círculo com estruturas de madeira para sustentar os mesmos em cima da areia da praia, que servia como um cemitério de navios. Os "trabalhadores" dessa grande obra eram dezenas, centenas, milhares de zumbis. Jace começa a enlouquecer ainda mais ao chegar perto dessa canalização de mana, e, realizando o raciocínio mais raso que podia aguentar, resolveu voltar à mansão de Liliana, pronto para culpá-la.



Afinal, zumbis só podem ser obra de Liliana, não é mesmo? Não existia nenhum outro necromante no mundo de Innistrad. Pelo menos era isso que Jace acreditava naquele momento, e os pensamentos em sua cabeça ficavam cada vez mais descontrolados. Chegando na mansão Vess, ele confronta Liliana, pronto para atacá-la com magias mentais.

Liliana se defende, notando que há algo de errado com Jace. Com a ajuda do misterioso homem dos corvos (uma entidade que segue Liliana por onde ela vai), ela consegue acalmar o mago mental, que insiste que o problema da loucura deve ser resolvido. Após uma discussão quase circular, Liliana desiste de convencer Jace que ir até a catedral de Thraben -- a base da igreja de Avacyn -- é suicídio, e o deixa partir.

"Lá encontrarei Avacyn.", Jace pensa, "E com ela,  fonte da loucura".

É o que ele acha, pelo menos.

O fim do começo, e o começo do fim


Tamiyo é uma Planinauta nativa de Kamigawa. Uma Soratami. -- também conhecidos como Povo da Lua. -- Ela dedicou sua vida a contar histórias de outros planos, e um dos melhores planos para se investigar a lua é Innistrad. Sua primeira aparição é em Avacyn Restaurada, onde ela faz o papel apenas de espectadora. Agora, ela está investigando na catedral de Thraben, onde encontra Jace, ainda louco, e segurando o diário.

Vendo a situação em que o mago mental se encontrava, Tamiyo decide usar uma pequena magia que esvazia a mente de Jace, curando-o da loucura. Jace conta a Tamiyo como encontrou o diário, e o que ele buscava. Embora Tamiyo não parecesse estar muito interessada em se juntar à causa, ela escuta a história de Jace, e, nesse meio tempo, os dois são atacados por Avacyn, sedenta por justiça e destruição dos "inimigos de Innistrad".


A força de Avacyn é grande demais para os dois Planinautas azuis, que só conseguem atrasá-la. A morte parecia iminente, Jace sem opções e Tamiyo se recusava a utilizar as magias proibidas que estavam guardadas em seus pergaminhos. Avacyn se aproximava, até que Sorin apareceu.


A luta entre o Arcanjo e seu criador foi intensa, mas Sorin saiu vitorioso. -- Avacyn era sua criação, afinal. -- O combate destruiu o chão da catedral, e um buraco se abriu para a câmara logo abaixo. A Câmara do Arcanjo. O local onde Avacyn havia sido criada, e o local onde Sorin pretendia exterminá-la. De joelhos, Avacyn teve um momento de lucidez, e percebeu que seu objetivo foi sempre proteger os inocentes. Ela também nota que a loucura a fez inverter os valores, mas que no fim sua intenção sempre foi a mesma. 

A consequência dessa luta? " Sorin criara Avacyn, portanto foi uma crueldade inimaginável, uma dor indescritível, que tenha cabido a ele destruí-la para sempre" (Texto da carta Desfazer Angustiado)


" 'O que -- Você fez?' Jace inquiriu.

Fumaça se levantou do local queimado no piso, vagando através de frestas de luz de um dos vitrais da catedral. Avacyn não existia mais. A catedral parecia excessivamente grande, de alguma maneira. Muito espaço abaixo dos caibros. Vaga demais.

Jace olhou repetidamente para o espaço onde Avacyn esteve e para o rosto de Sorin. O vampiro estava tremendo ligeiramente, punhos fechados em volta de sua espada, como se tentando impedir um terremoto em seu peito.

'Eu precisava fazer isso;' Sorin murmurou.

Jace fez gestos incrédulos com suas mãos, tentado adivinhar em qual das milhares de coisas erradas com aquela afirmação ele deveria insistir primeiro. No fim, ele se virou para Tamiyo. 'Ele precisava fazer isso?'

Tamiyo apenas esmoreceu. Ela levantou suas vestimentas e inclinou no chão, alcançando e pegando amostras dos restos de cinzas com seus dedos enluvados. Ela levantou, esfregando as cinzas entre seus dedos. Ela pousou sua mão em um pequeno telescópio em seu cinto, como um guerreiro segurando uma arma tranquilizadora, seus olhos fixos em Jace. 'Isso vai ter...consequências,' ela disse.

Jace concordou. 'As pessoas desse mundo perderam uma protetora.'

Um tremor gutural, grave e estendido seguiu pelo céu, profundo e expansivo. O som chegou ao peito de Jace e tremeu o teto, derrubando poeira.

Tamiyo parecia severa. 'O plano perdeu o seu protetor' ela disse.

(texto retirado e traduzido do site oficial da Wizards.)

A decisão de Sorin impactou diretamente no plano de Nahiri. Mais precisamente, era exatamente isso que Nahiri esperava de Sorin: matar a sua criação descontrolada, para que a última proteção de innistrad pudesse cair, permitindo a chegada da vingança da litomante. 

E essa vingança tem nome, é o fim prometido.

Emrakul.



E com isso terminamos mais um artigo da série a respeito da história do bloco de Sombras em Innistrad! A campanha de Sorin contra Nahiri, a reação das Sentinelas e a atuação de Liliana como a Última Esperança estarão no próximo artigo. Espero que tenham gostado e até a próxima!

Augusto Penna

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Pesquisa de Campo

Em Lua Arcana tivemos o prazer de recepcionar a mais nova versão de uma Planinauta às vezes um pouco esquecida, mas extremamente poderosa, Tamiyo, na carta Tamiyo, Pesquisadora de Campo, e eu acredito que esta é uma carta pronta para impactar formatos. Na verdade, eu a colocaria facilmente entre minhas Top 5 cartas em todo o formato Standard, e, ao final, espero que saibam o motivo. 
 

Uma Planinauta com custo de mana convertido 4 com quatro marcadores de lealdade é exatamente o que esperamos encontrar. As cores também a colocam em uma ótima posição, afinal, Bant é a combinação mais forte do formato com o atual deck mais forte formato, e com as bases de mana atuais não é tão difícil conseguir as três cores no turno 4. Com isso dito podemos ir às habilidades.

(+1) Escolha até duas criaturas alvo. Até seu próximo turno, toda vez que qualquer uma dessas criaturas causar dano de combate, você comprará um card. 


A primeira habilidade normalmente define se a carta de Planinauta é boa ou ruim. O que normalmente temos, ou queremos, é uma habilidade + que protege o planinauta, principalmente quando temos o azul em conta, e que cause impacto mesmo num campo vazio, já que muitas vezes o planeswalker não vai viver mais um turno, entretanto o +1 de Tamiyo foge do comum e não é bem assim. Ele é uma habilidade que se beneficia do campo de batalha que você já construiu nos turnos anteriores para te dar vantagem no turno seguinte.

Mesmo não impactando o campo, a versatilidade dessa primeira habilidade é incrível e um dos motivos pelo qual a Pesquisadora de Campo é tão boa. Você pode estar jogando no ataque,  então, escolhendo duas de suas criaturas e batendo, compra duas cartas; você pode jogar na defesa, e escolhendo duas criaturas suas e bloqueando, compra duas cartas; você pode garantir um valor extra, escolhendo suas criaturas com vigilância, atacar e bloquear, comprando até quatro cartas; você ainda pode pegar o oponente de surpresa ao escolher criaturas dele, de modo que ele pense melhor se deve ou não atacar; e, finalmente, pode escolher uma criatura de cada lado para obter vantagem de 3 por 1 numa possível troca. E isso para apenas ficar na superfície.

Soma-se a isso a presença de campo que um Planinauta com cinco marcadores de lealdade tem. De fato, conjurar Tamiyo, mesmo com a certeza de que ela vai deixar o campo no próximo turno, pode ser um ótimo investimento de quatro de mana.

(-2) Vire até duas permanentes alvo que não sejam terreno. Elas não são desviradas durante a etapa de desvirar de seus controladores. 


Você pode ver nessa habilidade a defesa de Tamiyo. Ser capaz de parar algumas grandes ameaças, como um Gideon, Óculos da Piromante, ou mesmo uma criatura para a qual você não tem resposta imediata, pode ser a diferença entre vida e morte, então a habilidade pode te comprar um tempo para estabilizar e reagir.

Você também pode ver nessa habilidade a força de ataque de Tamiyo, porque não? Dar alvo em duas criaturas do oponente significa retirá-las de duas fases de combate sua e uma do oponente. Assim você pode limpar o caminho e atacar até a última gota de vida do oponente.

Além disso, sempre lembre-se que você pode virar qualquer permanente que não seja terreno e, às vezes, virar um artefato que gera mana pode ser a resposta correta.

(-7) Compre três cartas. Você recebe um emblema com "Você pode conjurar cartas que não sejam terreno de sua mão sem pagar seus custos de mana."


Finalmente o ultimate. Um pacote de Visão Ancestral mais Omnisciência, com certeza é algo para se admirar. Talvez ela não te ganhe o jogo imediatamente com as cartas que você vai comprar, mas imagina-se que você esteja com tudo sob controle nessa altura do jogo, afinal, foi capaz de manter sua Tamiyo e subir a lealdade por no mínimo quatro turnos, que é um bocado de tempo, e o emblema vai tirar todas as suas preocupações acerca da mana.

Outra maneira de conseguir o ultimate é combando com os decks de Planinautas que usam Temporada de Multiplicação. Com uma habilidade final dessa eu cravaria a Tamiyo nesses decks daqui pra frente.

E esses são os motivos pelos quais eu considero Tamiyo, Pesquisadora de Campo uma das melhores cartas do Standard atual. Ela tem o potencial para se manter brilhando no topo do formato por muito tempo, e acho que será mais difícil esquecê-la do que foi a Arlinn.

E você, o que acha da nova Tamiyo? Acha que tem potencial ou que vai ser uma decepção? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A Litomante, O Vampiro e a Vingança

Innistrad. Quando visto pela primeira vez, era um plano cheio de clássicos horrores ocidentais. Vampiros, lobisomens, fantasmas - daqueles que não conseguiram resolver seus laços neste mundo -, insetos gigantescos, cientistas loucos e uma dose enorme de necromancia. Os humanos, guiados pela única resistência de Avacyn, o arcanjo da esperança, lutavam pela sobrevivência do corpo e da mente, nesse plano onde "a luz só existe para poder projetar as sombras" (citação da planeswalker de mana preto favorita de todos, Liliana Vess). Não poderia ficar pior, né?...né?

Poderia.

E ficou.

O início das Sombras...

Uma breve explicação para quem não está antenado com os Eldrazi ou o plano de Zendikar. Se você já sabe, pode ir para a próxima seção, e pular direto para a história em Innistrad!

A maioria dos jogadores que está imerso nas novas cartas de Sombras em Innistrad e Lua Arcana está ciente do problema titânico que são os Eldrazi. Num breve resumo, os Eldrazi são criaturas de origem, objetivo e composição (eca!) desconhecida. Sua intenção, no entanto, é bem óbvia: consumir tudo e todos à frente. 

Planos inteiros foram devastados com a passagem dessas entidades, que possuem três representantes de nosso conhecimento: Ulamog, Kozilek e Emrakul. Esses daí são mais antigos que qualquer outra coisa já vista (mais antigos que pessoas como Sorin, Nicol Bolas ou até mesmo Urza! ps: se você não sabe quem são esses, não se preocupem, na hora certa estes serão explicados). Há um bom tempo, os Planinautas lutam para impedir que os planos sejam consumidos até virar pó por essas monstruosidades.
Ulamog, Emrakul e Kozilek, respectivamente.
Em um dado momento, três Planinautas conseguiram bolar uma forma de deter essas criaturas. São eles: Ugin, um dragão espirutual, transcendente em sua forma, que possui um vasto conhecimento e que se preocupa com o que os eldrazis e suas ações representam; Nahiri, uma jovem e prodigiosa Litomante, emotiva e preocupada com o bem estar de seu plano natal, Zendikar; e Sorin Markov, um vampiro milenar, poderoso e egoísta, que se envolveu no esquema de captura dos eldrazi para que, futuramente, seu plano, Innistrad, não fosse atacado pelos titãs.

Sorin auxiliou no treinamento de controle de poderes que Nahiri estava fazendo, e esta passa a considerá-lo um amigo. Com a engenhosidade de Nahiri, que construiu estruturas geométricas (chamadas de edros) que se conectam ao plano de Zendikar, o trio consegue aprisionar os três titãs. Por fim, os Planeswalkers selam um contrato para que sempre viessem ao auxílio de Nahiri, que seria a vigia da prisão dos eldrazi em Zendikar.



Tudo correria bem, se os três se juntassem sempre que necessário, mas...

O prelúdio da tragédia

Cinco mil anos após esse ocorrido (sim, o trio de planeswalkers é imortal para efeitos de idade), Muitas gerações já nasceram e morreram em Zendikar, e os Eldrazi se perderam em mitos e histórias, transfigurando-se nos deuses Ula (Ulamog), Cosi (Kozilek), Emeria (Emrakul).

Um culto de vampiros estava utilizando um dos edros como um altar cerimonial para Ulamog, e isso danificou o dispositivo, "relaxando" as amarras dos Eldrazi. Nahiri acordou de seu sono de vigia, e chamou os outros dois Planinautas para auxiliar no reparo do edro.

Mas eles não vieram.

Ugin, o dragão, não pôde atender ao chamado, pois havia se envolvido em uma luta com outro dragão Planinauta, Nicol Bolas. Este o matou no plano de Tarkir. Com algumas reviravoltas envolvendo uma viagem ao passado, o Planinauta Sarkhan Vol conseguiu salvá-lo a tempo, mas mesmo assim o dragão espírito ficou se recuperando, resultando em seu desfalque.

Sorin também não apareceu. O motivo? Nahiri não sabia. Mas, diferentemente de Ugin, o paradeiro do vampiro importava à litomante, que, após resolver a situação em Zendikar, resolveu ir para o plano natal de Sorin em busca de respostas.

E é aí que nós entramos nos "dias de hoje"!

Promessas Quebradas, Vinganças Forjadas.

Nahiri foi para Innistrad para saber o que aconteceu com Sorin, Talvez ele não tivesse aparecido por estar em perigo, ou algo do gênero. Nahiri precisava saber. Quando chegou no plano, em um precipício que dava diretamente para o mar, a litomante encontrou uma estranha construção de prata, que repelia seus poderes. Logo em seguida, viu Sorin, seu antigo mestre e amigo. Ela questionou o vampiro a respeito de seu paradeiro na época do chamado de ajuda, e ele respondeu, calmamente, que não tinha ido a lugar nenhum. 

" 'Você nunca veio', ela disse. 'Em Zendikar, quando eu ativei o chamado no Olho de Ugin, você nunca respondeu. Eu temi que-

Sorin recuou, esmorecendo.

'Os Eldrazi se soltaram da prisão?'

'Sim, eles se soltaram.'

'Onde está Ugin?', ele perguntou.

'Ele não veito também.' ela disse, tentando impedir que sua voz demonstrasse sua amargura. 'Mas eu cuidei da situação. Sozinha. Com toda a força que eu pude reunir, eu recuperei a prisão dos titãs.'

De repente, veio a ideia de que ela era bem mais velha do que quando Sorin a encontrou. Em sua memória, o seu mentor, mil anos mais velho, se projetava acima dela. Agora, que diferença Mil anos a mais ou a menos fazia? Eles eram iguais, no mínimo.

Aqui você está. A alegria de vê-lo desapareceu. Ela ficou preocupada, tão preocupada -- que algo que tivesse acontecido com ele, ou que ele tivesse entrado em um sono milenar, assim como ela. Ela veio encontrá-lo, para salvá-lo -- mas ele não estava, evidentemente, necessitado de salvação.

'Então, onde você estava?' ela perguntou. 'Sorin, por que você não atendeu ao chamado?'

'Ele nunca chegou a mim', ele disse."

(Texto retirado e traduzido do site de histórias oficial da wizards)

E, de fato, a mensagem não chegou a Sorin. A Câmara Infernal, a construção de prata de autoria do vampiro, criava um escudo mágico em volta de Innistrad, de forma que a mensagem não pudesse passar a barreira. E isso não seria motivo de raiva, exceto pelo fato de que, mesmo sabendo da emergência dos Eldrazi, Sorin não se interessou pela causa, nem se importou com qualquer esforço que Nahiri havia feito. Nahiri insistiu para que Sorin viesse a Zendikar, mas sem sucesso. A alegria foi dando lugar à raiva, até que o estopim da litomante chegou ao fim. Ela estourou, e atacou Sorin em um misto de fúria e desapontamento. 

Sorin estava relativamente fraco por ter criado suas duas proteções de Innistrad. O resultado da batalha se mostrava favorável a Nahiri, até que a segunda criação do vampiro chega ao local: Avacyn, o arcanjo da esperança. O arcanjo e a Litomante lutam, e a vantagem novamente cai sobre as mãos de Nahiri. Sorin intervém, interrompendo o combate. Com uma magia rápida, ele utiliza de um recurso desesperado: prender Nahiri na Câmara Infernal.


Se alguma afeição, alegria ou esperança restava no coração de Nahiri até aquele momento, desapareceu assim que ela percebeu que estava presa na câmara. Esta era dotada de uma propriedade única: ela desconectava seus prisioneiros das Eternidades Cegas, os espaços entre os planos os quais os Planinautas atravessam. E ali Nahiri ficou, por mais de novecentos e noventa anos. Lá ela reconstruiu mentalmente as lembranças de sua amada Zendikar, e também arquitetou sua vingança contra Sorin, caso ela se livrasse daquela prisão. 

E, acredite, ela se livrou! 

Não por mérito próprio, mas, como uma curiosidade do destino. Avacyn ficou presa na Câmara Infernal, assim como diversos outros demônios que foram jogados durante o tempo em que Nahiri estava lá. Esses acontecimentos deram origem à linha de história do antigo bloco de Innistrad: Innistrad, Ascenção das trevas e Avacyn Restaurada. Em Avacyn Restaurada, a Câmara Infernal é destruída por Thalia, a Guardiã de Thraben, com o auxílio (e sugestão) de Liliana Vess.


Com isso, Avacyn estava livre, assim como Griselbrand (um dos demônios mais fortes de Innistrad) e... Nahiri..

Com raiva, sede de vingança e tudo mais.

Ela retorna ao plano de Zendikar, onde os acontecimentos da coleção Batalha por Zendikar ainda estão em vigor: Ulamog está à solta, devorando o plano, e destruindo continentes e locais importantes como o Portão Marinho, Bala Ged e Akoum. 

Chegando em Bala Ged, ela vê a destruição e conclui que Zendikar está condenada à morte pela mão dos Eldrazi, sem conhecimento nenhum do intrépido grupo de Planinautas (Jace, Chandra, Nissa e Gideon) que estaria prestes a fazer uma resistência final e desesperada no plano. 

Com a mão carregando a poeira de seu plano natal, Nahiri forja, em sangue e ódio, uma promessa de consequências catastróficas:

"Nahiri caiu de joelhos, pressionando suas mãos na poeira sem vida.

Se Isso estava à solta em seu mundo--

Se o que aconteceu aqui poderia acontecer em todos os lugares--

Se ela não tinha preparativos, nem um pequeno fragmento de seu poder antigo, e uma rede de edros há séculos sem--

Então a Zendikar que ela conhecia estava morta. Não haveria salvação. Alguém poderia muito bem tentar realizar o equivalente a parar o sol no céu. Ela fechou os olhos e viu Zendikar, Zendikar como tinha sido. O mundo que ela havia deixado Sorin Markov destruir. Lágrimas quentes de raiva correram em seus olhos e caíram naquele pó terrível com um chiado.

'Como Zendikar sangrou, também irá Innistrad.'

Ela abriu seus olhos e observou suas mãos, as mãos que haviam moldado a pedra e aprisionado os titãs. Elas estavam cobertas em pó cinza.

'Como eu chorei, também irá Sorin.'

Ela olhou para o horizonte e viu aquela coisa, movendo-se através da paisagem como um disastre natural.

'Isso eu juro, sob as cinzas de meu mundo'

Nahiri se levantou.

Ela tinha um grande trabalho a fazer."

(Texto retirado e traduzido do site de histórias oficial da wizards)

E, com isso, termino a introdução da tragédia dos acontecimentos de Sombras em Innistrad e Lua Arcana. A vingança de Nahiri, a resposta de Sorin, e a atuação das quatro sentinelas do Juramento das Sentinelas será explicada e narrada no próximo episódio desse artigo. Espero que vocês tenham entendido e se situado bem na história do segundo bloco de Innistrad! Digitem nos comentários o que mais quiserem saber a respeito desse bloco, seus mistérios e reviravoltas!

Augusto Penna