sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Pro Tour sob Controle

Todo mundo deve estar sabendo que semana passada rolou o Pro Tour Kaladesh e, como é de se esperar, hoje trazemos um breve resumo do que aconteceu no evento, que foi sediado em Honolulu, Havaí, e trouxe algumas novidades.

Para começar, podemos separar os decks do Dia 1 em três grandes categorias: os decks que estão buscando uma vitória rápida, no turno 4; os decks que estão tentando vencer com suas criaturas no turno 5, esperando que possam parar os decks de turno 4 ou que eles deem azar; e, finalmente, mas de forma alguma menos importantes, os decks controle. 

Olhando os decks mais jogados desde o Dia 1, caímos em 7 grandes decks, número bem alto. O primeiro e o mais jogado deles tem, aos olhos de muitos profissionais, inclusive de LSV durante a cobertura, o potencial de ser o melhor deck deste Standard. O Aetherworks começou com cerca de 18% do campo e conseguiu converter  55 de seus 82 (67,1%) jogadores para o Dia 2, uma das melhores taxas de conversão. No entanto, ainda falta ao deck estabilidade e consistência, e, no Metagame do Dia 2, com uma abundância de decks controle, o deck não foi tão bem e somente um de seus jogadores fez campanha com 8 vitórias.

O segundo deck mais jogado foi o conhecido GB Delírio, com 11,8% do campo, que fez uma campanha confusa no PT. Teve a pior taxa de conversão entre os decks mais jogados (54,4%) e ficou abaixo da média em cada um dos pontos. Não dá para saber se foi uma má performance no Limitado ou se o deck estava mesmo mal adaptado ao campo, teremos que esperar os próximos campeonatos.

Caindo agora para os decks com menos de 10% do campo temos dois BR (Rakdos, para os familiares) com estratégias diferentes. O BR Aggro apostou nas criaturas e teve 8,2% dos jogadores, convertendo 60,5% deles para o dia, com uma performance levemente abaixo da média. Já o BR Madness apostou na loucura e foi o deck com a melhor performance de Dia 1, conversão de incríveis 70,4% de seus modestos 4,5% de meta. O problema com o deck também foi a consistência, já que, embora tenha colocado uma porcentagem considerável de jogadores nas 7 vitórias, ficou bem abaixo da média nas campanhas de 6 vitórias. Com ele foi brilhar ou ser esmagado.

WR Veículos é um deck novinho saído de Kaladesh que foi muito bem no campeonato. O quinto deck mais jogado, converteu um ótimo número de jogadores (69%) e teve uma boa quantia deles com uma sólida campanha de 6 vitórias. Embora não tenha tido muitas campanhas no topo, o deck conseguiu uma vaga no Top 8, o que significa muito mais tempo de tela para mostrar o potencial.

Outro arquétipo de Kaladesh presente foi o de Energia, bem representado nas construções GR, que buscavam finalizar o jogo rapidamente com vários pump-spells no Esmurrador Eletrostático. Embora tenha ficado apenas na média, ver uma criatura batendo 40/40 no turno 4 adicionado ao hype que o deck já tinha no MTGO deve manter o deck na superfície nas próximas semanas no mínimo, mesmo que ele não tenha bons resultados.

Para finalizar e já fazer o gancho para o Top 8 temos o Jeskai Control, deck escolhido pelo brasileiro Carlos Romão. O deck em câmera não deu show e às vezes parecia perdido, descendo Dovin Baan's só para vê-los morrer em seguida, mas, de fato, dos decks mais jogados, ele teve a melhor performance, mesmo com uma taxa de conversão baixa. 44% de seus jogadores ficaram com no mínimo 6 vitórias e 16% ficou acima das 7 e 8 vitórias com Romão cravado no Top 8. Quem achou que o controle ia estar desfavorecido no Meta de Kaladesh errou, e isso é ainda mais verdade se os decks Aetherworks e Pummeler continuarem a brilhar, afinal o que melhor que um controle para parar um combo?

O corte para o Top 8 foi bem diverso, 8 decks diferentes, 7 nacionalidades diferentes, entre eles, é claro, Carlos Romão, que vinha embalado como campeão de Grand Prix. E a grande novidade deste Top 8 foi o novo sistema de enfrentamentos, que visa diminuir os empates intencionais nas partidas finais do Suíço Construído. Os que se classificam em 1º e 2º só entram nas semifinais, e os 3º e 4º só na segunda fase de quartas de finais. Se classificaram os seguintes jogadores nas seguintes posições e pilotando os seguintes decks: 1º Makis, Matsoukas (RW Tokens) [Grécia]; 2º Shota Yasooka (Grixis Control) [Japão]; 3º Pierre Dagen (UR Spells) [França]; 4º Matt Nass (Temur Aetherwoks) [EUA]; 5º Carlos Romão (Jeskai Control) [Brasil]; 6º Ben Hull (WR Veículos) [Canadá]; 7º Lee Shi Tian (Mardu Veículos) [Hong Kong]; e 8º Joey Manner (WU Flash) [EUA].

Confrontos até a semifinal.
A última vez que Romão (ou Jabaiano, como preferirem) tinha chegado a um domingo de Top 8 num evento de tamanho de PT tinha sido há quase 15 anos atrás, mas nessa temporada ele voltou afiadíssimo, conhecendo muito bem o Meta e os decks que pilota e jogando sempre num nível muito alto, digno de suas conquistas. Como se classificou em 5º, ele era um dos que tinha o caminho mais longo até o título e começou sua jornada enfrentando Joey Manner, de quem venceu por 3-1. O segundo confronto foi contra o outro estadunidense do Top 8, Matt Nass, que Romão seubjugou por 3-0. A semifinal lhe reservou confronto contra o 1º do Suíço, o grego Matsoukas, que também foi derrotado por 3-1. É isso aí, Brasil na final.

O confronto final do PT foi entre Yasooka, atual melhor jogador da Ásia, com certeza um dos melhores profissionais de Magic e um mestre em controle. Uma partida mirror, controle vs controle, entre talvez os melhores jogadores de controle deste Standard. As partidas foram apertadas, como sempre são nesse nível de jogo, mas quem se sagrou o campeão do PT Kaladesh foi mesmo o japonês Shota Yasooka, cabendo ao brasileiro Carlos Romão o vice campeonato.

Uma bela taça ganhou Shota Yasooka.
E isso, somado e resumido, foi o que aconteceu no grande evento de Magic da semana passada, o Pro Tour Kaladesh. Você assistiu? Torceu pro Jabaiano ou pro Yassoka? O que achou do LSV na cobertura? Sinta-se livre para usar nossa seção de comentários. Obrigado pela leitura.

Thiago Metralha

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